Já Li #102 - The Stormlight Archive, vol.1: The Way of Kings, de Brandon Sanderson


Hoje é dia de falar do rei absoluto da fantasia, Brandon Sanderson. Ele é, de longe, meu escritor favorito do gênero e resolvi começar a ler sua série "The Stormlight Archive", infelizmente ainda sem tradução para o português. Na resenha de hoje, falarei sobre o primeiro volume, "The Way of Kings"

Vou começar falando um pouco sobre as premissas desta série. "The Stormlight Archive" começou a ser publicada em 2010 e está atualmente no terceiro volume. Sanderson tem planejado que a série terá dez livros no total, divididos em dois blocos de cinco. Ou seja, tenho muita leitura pela frente ainda. 
"The Stormlight Archive" se passa no mundo de Roshar, um planeta que tem três luas e sofre tempestades absurdas de tempos em tempos, que mata centenas de milhares de pessoas a cada vez que acontece e deixa destruição pelo caminho. Originalmente, o planeta era comandado por dez nações, chamadas de "Silver Kingdoms" mas, à altura da estória, estas dez nações já se dividiram e reagruparam em muitas outras. 
Além disso, há uma divisão de classes baseada na cor dos olhos, onde os nobres são aqueles que tem olhos claros. Quanto mais clara a cor do seu olho, mais privilegiado você é, e vice-versa.
Há ainda uma série de elementos mágicos e vou explicá-los conforme falo do primeiro volume.

Em "The Way of Kings", a narrativa muda de perspectiva em cada capítulo e a estória é contada pelas personagens: Kaladin, Shallan, Szeth e Dalinar. 

Kaladin, de olhos escuros, foi treinado em sua juventude como cirurgião mas se ofereceu para ir à guerra pelo exército de um lorde local, para vigiar e proteger seu irmão no campo de batalha. Em sua terceira batalha, Kaladin não consegue proteger seu irmão, que é morto. Isso leva Kaladin a se tornar um lutador melhor, resolvendo proteger os outros do mesmo destino. Ele mata um Shardbearer - alguém que possui os dois instrumentos mágicos mais poderosos, a Shardblade (uma espada) e o Shardplate (escudo) - e pela tradição, Kaladin se torna ele mesmo um Shardbearer, a mais alta honraria de Roshar. Porém, como ele tem olhos escuros, ele é traído e enviado para ser escravo, fadado a morrer de fome e miséria.

Shallan, uma mulher cuja família e terras estão em perigo, cria um enredo ousado para trocar um Soulcaster quebrado (um dispositivo que permite que pessoas troquem objetos por outras coisas) com outro Soulcaster pertencente a Jasnah Kholin, irmã do Rei Alethi, pois seu Soulcaster pode conjurar ouro e comida para sua família. Ela pede a Jasnah que se torne sua aprendiz, e através de um esforço persistente, ela consegue ganhar a confiança de Jasnah e se torna sua aprendiz. Depois de roubar com sucesso o Soulcaster, ela fica frustrada por sua incapacidade de usá-lo.

Szeth foi enviado para matar o Rei Alethi Gavilar,  mas os Parshendi reivindicam a responsabilidade pelo assassinato. O filho de Gavilar, Elhokar, entra em guerra com os Parshendi. A história muda para o ponto de vista do Alto-Dalinar Kholin, o irmão do rei assassinado. Antes de morrer, seu irmão dirigiu Dalinar para um antigo livro chamado "The Way Of Kings", que leva Dalinar a questionar o modo de vida de guerra.

Ah, um detalhe bem importante sobre este livro: ele tem mil páginas. MIL. Isso não me assusta, afinal, estou lendo a série "A Roda do Tempo" que já me acumularam 8 mil páginas lidas, mas é bom avisar o leitor despreparado.
Isto posto, a leitura deste volume pode ser cansativa, às vezes. Sanderson, afinal de contas, está escrevendo uma fantasia épica, o que significa muita atenção aos detalhes, descrições complexas, vários nomes para gravar (de personagens, de cidades, de Reis, de povos, de castelos, etc.) e também um universo bem intrincado e cheio de uma história muito própria.
Por isso, para engajar nesta leitura, é preciso estar no humor certo. Do contrário, o ritmo da narrativa pode desanimar e até mesmo fazer perder o interesse. Mesmo eu, que sou aficcionada por fantasia épica, tive meus altos e baixos na leitura. 

O que me manteve interessada no livro foi a personagem de Shallan. Gostei muito do conflito interno ao longo do enredo. Por um lado, ela quer roubar o Soulcaster e ajudar sua família, que a espera retornar enquanto passa fome e necessidade. Por outro lado, ela se apaixona pela vida ao lado de Jasnah, onde ela pode aprender uma infinidade de assuntos, acumular conhecimento e usar sua inteligência. Uma parte minha torceu para ela retornar à família e outra parte torceu para ela abandoná-los e fazer uma carreira ao lado de Jasnar. Para mim, ela foi a melhor personagem do livro, com mais camadas a serem exploradas por Sanderson nos próximos volumes.
Kaladin, embora seja o típico herói, também foi interessante de se ler. Porém, achei que Sanderon repetiu muito os acontecimentos quando Kaladin comandou a equipe das pontes e, por mais que Kaladin estivesse sendo inovador, corajoso e vanguardista, isso foi perdendo força com a repetição de mesmos fatos/eventos. 

Ainda assim, é uma literatura que recomendo. Para mim, que acompanho a obra de Sanderson há dez anos, é gostoso lê-lo como ele era no início. 

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

Leia as outras resenhas do REI Brandon Sanderson:
Série Executores
Mistborn, Segunda Era, Vol. 1: A Liga da Lei, de Brandon Sanderson
Mistborn, Segunda Era, Vol. 2: As Sombras de Si Mesmo, de Brandon Sanderson
Mistborn, Segunda Era, Vol. 3: Os Braceletes da Perdição, de Brandon Sanderson

2 Comments

  1. Tenho que aprender inglês urgentemente, pra acompanhar essa série

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  2. O jeito é ler em inglês mesmo... Graças à Deus eu sou fluente em inglês, espanhol e francês!

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