Já Li #72 - Mistborn, Segunda Era, Vol. 2: As Sombras de Si Mesmo, de Brandon Sanderson



Fácil e rapidamente, cheguei ao segundo volume da Segunda Era de Mistborn, chamado "As Sombras de Si Mesmo" (adorei este título dramático e existencialista). Brandon Sanderson e seu jeito impecável de escrever fantasia são os temas principais desta resenha, de uma fã assumidíssima.

Caso você queira ler sobre o primeiro volume, clique abaixo:
Sugestão de Leitura | Mistborn, Segunda Era, Vol. 1: A Liga da Lei, de Brandon Sanderson

Se você chegou neste livro, partirei do princípio que você já está acostumado com o sistema mágico de Scadriall, com seus poderes alomânticos e feruquêmicos. Por isso, vou dispensar as introduções ao universo de Mistborn e partirei direto para a estória e resenha deste segundo volume.

Após derrotar Miles-Cem-Vidas e estabelecer, publicamente, seu noivado com Steris, Waxillium "Wax" Ladrian consegue recuperar o crédito e o nome de sua Casa e torna-se, oficialmente, um nobre. Ainda assim, Wax não consegue deixar de lado suas raízes das Terras Brutas e, por isso, é nomeado um integrante da polícia e, com seu título de "homem da lei", tem permissão para investigar crimes, embora isso não o faça ser bem aceito entre os demais policiais.

Marasi desiste da carreira como advogada e, sabendo que é filha bastarda do Lorde Colms, afasta-se da família, concentrando-se em sua carreira como detetive. A figura de Wax lhe abre muitas portas e logo ela alcança uma posição elevada junto ao general Aradel, o que a deixa ressentida. Afinal, ela quer ser reconhecida pela sua inteligência, conhecimento de Estatística e força de caráter, e não por ser amiga de Wax.

Desta vez, uma kandra está assombrando a cidade de Elendel, matando pessoas poderosas e incitando a população para uma Guerra Civil. Se você não leu a Primeira Era de Mistborn ou não se lembra, kandras são criaturas que digerem o corpo de pessoas mortas e transformam-se nestas pessoas. Por isso, Wax não sabe quem é a kandra, pois ela pode estar disfarçada de qualquer pessoa, e pode mudar de aparência a qualquer momento. Dentro deste contexto, Marasi tem a responsabilidade de proteger o governador de Elendel, que ela descobre ser corrupto e imoral. 

Gostei (muito) mais deste segundo volume do que do primeiro, e explicarei os motivos.
Um dos motivos é a presença de Wayne. Em "As Sombras de Si Mesmo", ele aparece com mais destaque, pois é fascinado pela capacidade de metamorfose dos kandras, uma vez que ele mesmo adora performar imitações. Wayne também ganha destaque nas cenas de ação e nas investigações, sendo menos coadjuvante do que no primeiro volume da Segunda Era. Ele adquire força no enredo e é uma personagem muitíssimo carismática. Adoro o Wayne!

Outro motivo é a presença dos kandras e a volta de TenSoon e Sazed (uma das minhas personagens preferidas deste universo). Os kandras são uma criação muito original de Sanderson e eles trazem um elemento de terror que faz muita diferença na trama. Embora sejam assustadores, ainda temos TenSoon que, trezentos anos depois, continua em sua forma de cão, com seu jeito bondoso e ordeiro. Gostei muito do retorno dos kandras e senti falta deles no volume anterior.

O terceiro motivo são as inúmeras referências à Primeira Era de Mistborn. No primeiro volume da Segunda Era, achei que Brandon Sanderson estava muito tímido nas referências, todas elas subliminares e meio escondidas na trama. Felizmente, Sanderson voltou com força total, e senti uma enorme saudade do meu amor imaginário Kelsier. Sanderson também se vale destas referências para contextualizar o pandemônio dos trabalhadores e o cenário político de Elendel, além dos objetivos da kandra assassina.

Minha sensação foi a de que Sanderson encontrou o tom certo da Segunda Era somente neste volume e, como consequência, a leitura fluiu de um jeito delicioso. Mal posso esperar para ler o terceiro volume e nem preciso dizer que recomendo muito a leitura.

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