Já ouviu falar de Claudia Tiedemann? Não, ela não é uma escritora, e sim, uma das personagens do seriado mais maravilhoso que existe, Dark (Netflix). Como uma fã número 1 de viagem no tempo, era óbvio que esta série apareceria por aqui. Escolhi focar o post em Cláudia porque, para mim, ela é a peça mais importante da narrativa - e um mulherão da porra.
Mas, primeiro, vamos falar de Dark. E não consigo evitar de demonstrar meu entusiasmo, pois Dark é uma das minhas séries preferidas. Acho ela simplesmente perfeita e devorei as duas temporadas.
Dark é uma série de televisão alemã sobre ficção científica/viagem no tempo, co-criada por Baran bo Odar e Jantje Friese. Situado na fictícia cidade alemã de Winden, Dark se refere às conseqüências do desaparecimento de uma criança, que expõe os segredos e as conexões ocultas entre quatro famílias distantes à medida que elas lentamente desvendam uma sinistra conspiração de viagem no tempo que abrange três gerações. Ao longo da série, Dark explora as implicações existenciais do tempo e seus efeitos sobre a natureza humana.
Ou seja, reúne tudo o que eu mais gosto.
Caso você ainda não tenha assistido a série ou não tenha terminado de ver a segunda temporada, recomendo não continuar lendo este post, pois haverá vários spoilers. Mas, se assim como eu, você é um apaixonado por Dark, é hora de falarmos de Claudia Tiedemann.
Vou assumir que, se você chegou neste post, é porque está minimamente familiarizado com Claudia. Por isso, vou me dar o direito de pular as introduções à personagem e partir logo para os motivos que me fazem amá-la.
Ela é CEO de uma usina nuclear, nos anos 80: Atualmente, discutimos muito sobre empoderamento feminino e sobre o quanto é difícil para as mulheres alcançarem níveis executivos/gerenciais em grandes corporações, que tem uma tradição de décadas de patriarcalismo. Por isso, quando Claudia Tiedemann aparece como uma CEO bem-sucedida em plenos anos 80, que estava ainda mais distante da igualdade de gêneros do que estamos hoje. E, para deixar o cenário ainda mais fascinante, ela é CEO de uma usina nuclear que é o centro econômico e financeiro de toda a cidade de Winden. Eu adorei ver suas cenas liderando a empresa e fico aliviada de ver personagens femininas em papéis como estes, e não um white privileged man. Agora só falta isso começar a ser reproduzido no mundo real.
Ela não sabe como conciliar carreira e maternidade: Uma das coisas que as mulheres mais me trazem, no âmbito profissional, é a dificuldade de coordenar as tarefas domésticas, o papel de mãe a ambição de ter uma carreira. Hoje, ainda, infelizmente recai sobre a mulher o "peso" de cuidar do lar e criar os filhos, sem uma divisão justa com seus parceiros, e isso inevitavelmente impacta as carreiras das mulheres. Em Claudia, gosto como ela é uma personagem realista, cheia de falhas e fraquezas, e que depois convive com a culpa de não ter passado muito tempo ao lado da filha.
Ela se torna uma viajante do tempo: Não há nada na hierarquia da sociedade, quiçá do mundo, que seja melhor do que ser uma viajante do tempo. Eu daria meu rim para ser uma. E quando Claudia, aos poucos, abandona seu posto de CEO da usina para se aprofundar nas viagens do tempo, ela ganha meu coração definitivamente. Gosto como Claudia sempre almeja algo mais, algo maior, e não se aquieta e nem se contenta com pouco. Mas, não basta ela ser uma viajante do tempo...
... Ela constrói uma máquina do tempo: E grava diversas fitas com as instruções necessárias já que, como viajante do tempo que é, ela já sabe dos paradoxos que vai enfrentar. Se ela não contruir a máquina do tempo, ela não pode voltar para o passado e ensinar a si mesma como construí-la; e se ela não tem a máquina, ela não consegue voltar no tempo e, consequentemente, não a constrói no futuro. Maravilhoso!
Ela tenta salvar o mundo: Acho lindo como Claudia, a seu modo, demonstra se importar com os outros. Num primeiro olhar, ela parece ser uma personagem fria e egoísta mas, conforme a série se desenrola, vemos que não é bem assim. Ela se importa com as pessoas, e se importa muito, mas não do jeito convencional ou tido como "feminino". As idas e vindas dela no tempo, tentando reparar erros (seus e dos outros) sempre me emociona.
A minha versão preferida de Claudia Tiedemann é a do futuro. Acho seus cabelos brancos e seu figurino icônicos, daquelas coisas que vão me inspirar como escritora hoje e sempre. E eu torço para que existam mais Darks e mais Claudias no entretenimento.
Quem acompanha o blog, sabe como sou fascinada pelo tema de viagem no tempo. Se você também gosta do assunto, recomendo navegar pelos links abaixo:
O Fim da Eternidade, de Isaac Asimov
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