Já Li #38 - Série Executores, vol. 1: Coração de Aço, de Brandon Sanderson


Quem acompanha o Perplexidade e Silêncio sabe que Brandon Sanderson é um dos meus escritores preferidos. Por isso, quando a Editora Aleph divulgou que o primeiro volume da série Executores seria publicada em português, fiquei extremamente ansiosa para ler "Coração de Aço". Este post é minha opinião sobre a obra.

A série Executores é uma trilogia de fantasia dedicada ao público YA, trilogia esta que começou a ser publicada em 2013, com "Coração de Aço". A premissa dos livros é que, depois do aparecimento de um planeta flamejante no céu - evento este chamado de Calamidade - alguns humanos ganharam superpoderes. Porém, estes superpoderes corrompem seus portadores, transformando-os em vilões do mais alto nível e, devido aos seus superpoderes, estes vilões dominam toda a população e transforman-se no governo vigente. Eles são chamados de Épicos.

Algumas pessoas decidem criar uma resistência ao governo dos Épicos e criam os Executores. Eles detém conhecimentos e tecnologias que podem combater os Épicos e suas identidades são mantidas em segredo do resto da sociedade.

Em "Coração de Aço", o protagonista é David Charleston. Aos dez anos de idade, ele presenciou seu pai ser assassinado por Coração de Aço, o Épico mais poderoso de todos e que se apodera de Chicago. Após isso, David passa os próximos oito anos pesquisando e documentando todas as fraquezas dos Épicos, especialmente Coração de Aço. Agora, aos dezoito anos, ele vê uma oportunidade de fazer parte da equipe dos Executores (que ele também observa e pesquisa, à distância) e, assim, poder continuar seu plano de vingança.

Coração de Aço tem dois poderes principais: ele pode transformar qualquer coisa em aço (com exceção de seres humanos vivos) e emana ondas de energia destrutiva das mãos. Porém, ninguém ainda foi capaz de descobrir sua fraqueza.

Ao longo do livro, outros Épicos são apresentados ao leitor, junto com suas fraquezas e superpoderes, conforme David e a equipe de Executores colocam em funcionamento seu plano de destronar Coração de Aço. A estrutura narrativa se assemelha a um jogo de videogame: David e os Executores começam combatendo os Épicos mais fracos e as batalhas, progressivamente, vão tornando-se mais difíceis até eles chegarem em Coração de Aço.

Comparativamente às outras obras de Sanderson que li - a saga Mistborn e Elantris - achei este livro mais fraco. A estória dos Épicos não conseguiu me cativar, pois achei muito similar às histórias de superheróis já existentes e consagradas pela Marvel e pela DC. Embora existam elementos originais e criativos, eles não foram o suficiente para me surpreender como leitora.

No aspecto positivo, como já comentei nos posts sobre os outros livros de Sanderson, ele é mestre em escrever personagens cativantes. Tanto David quanto os demais integrantes da equipe de Executores são muito carismáticos e bem delineados, e é possível imaginá-los com facilidade. Além disso, as cenas de ação são muitíssimo bem escritas e acho que Sanderson evoluiu muito nelas, comparando com as cenas de "Elantris", por exemplo.

O que me motiva a ler os próximos volumes da trilogia é descobrir mais sobre a Calamidade. Quero entender o que aconteceu, exatamente, que dotou pessoas comuns com superpoderes e por que estes superpoderes tornaram as pessoas tão más e cruéis. David também é um bom motivo para continuar lendo a trilogia, pois ele é um ótimo protagonista - e as metáforas ruins dele ao longo do enredo me fizeram rir.

Este livro tem um caráter claramente mais comercial e, em breve, será adaptado para os cinemas. Com isso, talvez Sanderson chegue ao grande público (o que nunca sei dizer se é bom ou ruim). De qualquer forma, ele mantém o posto de um dos meus escritores preferidos porque mesmo um livro ruim dele é muito bom.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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