Sugestão de Leitura | Mistborn, Segunda Era, Vol. 1: A Liga da Lei, de Brandon Sanderson


No post de hoje, tenho o prazer de falar de um dos meus escritores preferidos, Brandon Sanderson, e da continuação de uma das minhas séries preferidas, Mistborn. Esta é a resenha do primeiro volume da Segunda Era de Mistborn, volume este entitulado "A Liga da Lei".

Antes de começar a falar sobre este livro, quero contextualizar a Primeira Era de Mistborn para quem não a conhece. A premissa da série é que existem algumas pessoas que são alomânticas, ou seja, elas podem controlar metais e extrair poder deles. Cada metal tem uma função específica: estanho aguça os sentidos, peltre fortalece o corpo, ferro e aço empurram e puxam metais próximos, e assim por diante. Ao longo dos três primeiros livros que compõem a Primeira Era, todos os metais e seus respectivos poderes nos são apresentados, bem como suas consequências para a sociedade da época.
Caso você queira começar pela Primeira Era, sugiro ler estes posts:
Sugestão de Leitura | Saga Mistborn (Nascidos da Bruma), de Brandon Sanderson (contempla os volumes 1 e 2: O Império Final e O Poço da Ascensão, respectivamente)

Este livro começa trezentos anos depois do término da Primeira Era. A principal mudança que ocorreu no fictício mundo de Scadrial, onde se passa a estória, foi o surgimento da energia elétrica e os progressos tecnológicos que vieram com ela. As personagens principais da primeira trilogia - Kelsier, Vin e Elend - são referenciados de forma indireta. Quem leu a Primeira Era percebe mais claramente quais são as influências e as consequências de seus atos neste novo mundo. 

Uma outra mudança significativa na sociedade de Scadrial é que, agora, alomânticos e feruquemistas começaram a casar entre si, originando os duplonatos, ou seja, pessoas que detêm os dois poderes através dos metais. Também surgem novas ligas de metal - afinal, a tecnologia evoluiu - e, com isso, novos poderes. Brandon Sanderson conseguiu ampliar o sistema mágico de Mistborn de forma bastante coerente e sólida, o que deixou esta série ainda mais interessante.

Os protagonistas desta Segunda Era são Waxillium Ladrian (Wax) e Wayne. Eles ganharam uma prequel dedicada exclusivamente a contar seu background em "The Alloy of Law". Eles são melhores amigos e costumavam trabalhar como vigilantes nas Terras Brutas. Wax é um duplonato: sua alomancia é empurrar metais (aço) e sua feruquemia é guardar peso em metais para tornar-se mais leve ou mais pesado conforme sua necessidade. Wayne, também um duplonato, tem a alomancia de criar bolhas de velocidade (curvaliga) e sua feruquemia é estocar saúde em metais para curar-se de doenças e ferimentos.

Wax é chamado de volta à capital por causa do falecimento de seu tio. Ele será responsável pela Casa Ladrian e pelas dívidas que o tio deixou. Para isso, ele precisa arranjar um casamento com outra Casa nobre e, por isso, faz um contrato comercial de casamento com Steris. Porém, enquanto participa das reuniões sociais que lhe são impostas, Wax decide envolver-se no caso dos Desaparecidos. Os Desaparecidos roubam trens, cargas de alumínio e mulheres alomânticas, mas a polícia local não consegue entendê-los, tampouco capturá-los. Wax rapidamente começa uma investigação por conta própria, motivado pelos seus ideias de Bem e sua moral. 

Como sempre, Brandon Sanderson é fantástico construindo personagens. Wayne é extremamente carismático. Embora ajude Wax em todas as etapas de investigação, ele é espirituoso, sarcástico e estranhamente apegado ao seu chapéu. Além disso, Wayne consegue imitar qualquer pessoa e seus disfarces são sensacionais. A prima de Steris, Marasi, estudante de Direito, quer ajudá-los a reaver Steris, que acaba sendo sequestrada pelos Desaparecidos. Ela também é uma personagem feminina ótima, racional, focada e agradavelmente teimosa. Por fim, os Desaparecidos são chefiados por Milles, ex-amigo de Wax das Terras Brutas, que resolveu se afiliar ao lado do Mal.

A estória é repleta de cenas de ação, que tornam-se originais por causa do uso dos poderes alomânticos e feruquímicos. A dinâmica entre Wax e Wayne é deliciosa. E a possível estória de amor que talvez se desenrolasse entre Wax e Marasi fica longe de ser clichê e é surpreendente no final. Foi uma leitura que me agradou muitíssimo e que prendeu minha atenção do começo ao fim.

Brandon Sanderson tem uma característica de começar suas trilogias com vilões menores, caminhando passo-a-passo para um enredo maior e mais complexo do que podemos pensar num primeiro momento. Ao final da leitura, fica claro que estamos longe de compreender a totalidade da estória e que Wax e Wayne terão muito ainda o que enfrentar. Recomendo a leitura!

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Avaliação do Perplexidade e Silêncio:

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