Eba, finalmente um livro sobre viagem no tempo, meu tema preferido! Escrevo esta resenha empolgada - não pelo livro em si, mas pelo tema! - e falarei sobre "O Ministério do Tempo", de Kaliane Bradley.
Aqui no Perplexidade e Silêncio, temos muitos posts sobre livros de viagem do tempo. Se você gosta do tema, dê uma olhadinha aqui.
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Um ministério governamental recentemente criado, o Ministério do Tempo, está reunindo o que eles denominam de “expatriados”, ou seja, viajantes do passado, coletados pelo Ministério em diversos pontos da história para determinar se a viagem no tempo é viável não apenas para o corpo mas, também, para a estrutura do espaço-tempo. Essas pessoas foram escolhidas após um extenso exame do Ministério de que a ausência delas não interferiria nos acontecimentos do mundo, assim, são pessoas que estavam à beira da morte em suas épocas e não tinham um papel significativo na sociedade.
Narrado em primeira pessoa, não sabemos o nome da personagem principal, então vou chamá-la de Protagonista. A Protagonista, de descendência cambojana, trabalhava no Programa de Idiomas do Governo e foi designada como ponte, ou seja, como a pessoa que vai facilitar a adaptação do expatriado ao mundo atual. Ela fica a cargo de Graham Gore, (uma pessoa que realmente existiu), um oficial da Marinha que morreu em uma expedição ao Ártico. Existem outras pontes e outros expatriados no enredo e, aos poucos, as relações entre eles começam a se aprofundar.
O começo da narrativa estava interessante, eu estava gostando de ler sobre a adaptação de Gore ao nosso mundo, em um momento de ficção especulativa que, por mim, teria sido o enredo principal da obra até o final. Meu interesse começou a declinar um pouco em dois momentos: quando Gore e a Protagonista engatam um romance, e quando a narrativa vira para um suspense de espionagem que, na minha opinião, foi fraca. Acredito que também tenha sido uma falha de edição, porque o ritmo muda abruptamente.
A história de espionagem é confusa e ligeiramente bobinha, mas deixo aqui para registro: a Protagonista descobre que dois personagens suspeitos, que aparecem em alguns momentos aleatórios da trama, são espiões enviados do futuro, e estes espiões desejam matar todos os expatriados e as pontes. Mais adiante, sabe-se que eles recebem informação de dentro do Ministério. Não é nada surpreendente quando descobrimos quem é o informante do Ministério, e também não foi um grande plot twist quando sabemos quem é que mandou os viajantes do futuro.
E aqui vem meu comentário principal sobre histórias de viagem no tempo: não é qualquer um que consegue escrever uma história boa nesse gênero. É muito fácil o escritor se perder nas pontas soltas, nas explicações e nas idas-e-vindas pelo tempo. Bradley não fez um trabalho ruim, mas também não foi ótimo. Foi morno, confuso e mal explicado.
O que eu realmente gostei do livro foi de Maggie. Maggie é uma expatriada do século 17 que fica absolutamente encantada pelo nosso tempo. Ela é curiosa, destemida, extrovertida e carismática, e rapidamente se movimenta com desenvoltura. É interessante quando ela descobre o feminismo, o entendimento que ela absorve deste conceito, e sobretudo quando ela percebe que, no nosso século, ela tem liberdade para "amar mulheres".
Para mim, o livro seria muito mais rico se o conflito central fosse a Protagonista perdendo Maggie, e não Graham. Achei um baita clichê o relacionamento amoroso dos dois, que me deixou entediada (mesmo com as cenas hot), e seria muito mais criativo se a Protagonista lutasse por Maggie - e não necessariamente num sentido romântico, mas Maggie é muito mais legal para o enredo que Graham.
No fim das contas, é uma leitura agradável, que distrai, desde que o leitor não fique tentando conectar as pontas soltas da viagem do tempo (como eu fiquei).
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5
Narrado em primeira pessoa, não sabemos o nome da personagem principal, então vou chamá-la de Protagonista. A Protagonista, de descendência cambojana, trabalhava no Programa de Idiomas do Governo e foi designada como ponte, ou seja, como a pessoa que vai facilitar a adaptação do expatriado ao mundo atual. Ela fica a cargo de Graham Gore, (uma pessoa que realmente existiu), um oficial da Marinha que morreu em uma expedição ao Ártico. Existem outras pontes e outros expatriados no enredo e, aos poucos, as relações entre eles começam a se aprofundar.
O começo da narrativa estava interessante, eu estava gostando de ler sobre a adaptação de Gore ao nosso mundo, em um momento de ficção especulativa que, por mim, teria sido o enredo principal da obra até o final. Meu interesse começou a declinar um pouco em dois momentos: quando Gore e a Protagonista engatam um romance, e quando a narrativa vira para um suspense de espionagem que, na minha opinião, foi fraca. Acredito que também tenha sido uma falha de edição, porque o ritmo muda abruptamente.
A história de espionagem é confusa e ligeiramente bobinha, mas deixo aqui para registro: a Protagonista descobre que dois personagens suspeitos, que aparecem em alguns momentos aleatórios da trama, são espiões enviados do futuro, e estes espiões desejam matar todos os expatriados e as pontes. Mais adiante, sabe-se que eles recebem informação de dentro do Ministério. Não é nada surpreendente quando descobrimos quem é o informante do Ministério, e também não foi um grande plot twist quando sabemos quem é que mandou os viajantes do futuro.
E aqui vem meu comentário principal sobre histórias de viagem no tempo: não é qualquer um que consegue escrever uma história boa nesse gênero. É muito fácil o escritor se perder nas pontas soltas, nas explicações e nas idas-e-vindas pelo tempo. Bradley não fez um trabalho ruim, mas também não foi ótimo. Foi morno, confuso e mal explicado.
O que eu realmente gostei do livro foi de Maggie. Maggie é uma expatriada do século 17 que fica absolutamente encantada pelo nosso tempo. Ela é curiosa, destemida, extrovertida e carismática, e rapidamente se movimenta com desenvoltura. É interessante quando ela descobre o feminismo, o entendimento que ela absorve deste conceito, e sobretudo quando ela percebe que, no nosso século, ela tem liberdade para "amar mulheres".
Para mim, o livro seria muito mais rico se o conflito central fosse a Protagonista perdendo Maggie, e não Graham. Achei um baita clichê o relacionamento amoroso dos dois, que me deixou entediada (mesmo com as cenas hot), e seria muito mais criativo se a Protagonista lutasse por Maggie - e não necessariamente num sentido romântico, mas Maggie é muito mais legal para o enredo que Graham.
No fim das contas, é uma leitura agradável, que distrai, desde que o leitor não fique tentando conectar as pontas soltas da viagem do tempo (como eu fiquei).
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5