Sugestão de Leitura | Tons de Magia, Vol. 1: Um Tom Mais Escuro de Magia, de V. E. Schwab


Estou tão contente por ter encontrado mais uma trilogia para me jogar de cabeça e esquecer da realidade. Sempre li resenhas muito favoráveis a V. E. Schwab e agora finalmente entendi o porquê do hype. No post de hoje, falarei sobre o primeiro volume da série Tons de Magia, "Um Tom Mais Escuro de Magia".

O protagonista da trilogia é Kell Maresh, um dos últimos Antari que existem no mundo. Os Antari tem a habilidade de transitar por dimensões paralelas através da magia de seu sangue. Kell nomeou estas dimensões como Londres Cinza (sem magia), Londres Branca (magia maligna), Londres Vermelha (magia benigna) e Londres Preta (foi destruída pela magia). Apenas a Londres Cinza chama-se, de fato, Londres, as demais dimensões estão geograficamente localizadas onde fica a "nossa" Londres mas tem outros nomes, configurações e idiomas. 
Kell tem um olho completamente preto (inclusive a parte branca ao redor da íris) e um olho azul, que é o que o identifica como Antari, e trabalha para a realeza da Londres Vermelha, que o adotou como um filho. Há somente mais um Antari, Holland, que é escravo da realeza da Londres Branca e, claro, eles não se gostam.
No primeiro volume, "Um Tom Mais Escuro de Magia", Kell é surpreendido ao receber um pedaço da Londres Preta que, teoricamente, tinha sido completamente lacrada para evitar que o mal se espalhasse para as outras Londres. Trata-se de uma pedra preta, carregadíssima de magia, que acaba por dominar completamente quem usa o seu poder. Para evitar que a pedra chegue às mãos erradas (leia-se a realeza da Londres Branca), Kell vai viajar até a Londres Preta para devolver o atefato ao seu lugar, o que é uma viagem perigosíssima. No meio do caminho, ele encontra Lila, uma ladra da Londres Cinza que vê essa aventura como uma oportunidade de libertação.

Começando por Lila: eu adorei essa personagem, sobretudo porque ela me lembrou a Vin de Brandon Sanderson (e qualquer coisa que lembre o Rei Brandon Sanderson ganha meu coração). Senti que a Lila é o que a Aelyn (Trono de Vidro - Sarah J. Maas) deveria ter sido. Gosto da profundidade que ela tem e também da coerência ao longo do enredo, tanto nas suas reações quanto na sua forma de ver o mundo. Também adorei o espírito independente de Lila e da dinâmica existente entre ela e Kell. Me diverti bastante nas cenas em que ela aparecia e fiquei curiosa para saber o que acontece com sua personagem ao longo da trilogia.

Outro ponto muito positivo da história é o sistema mágico criado por Schwab. As regras ficam claras no decorrer da leitura e Schwab fez um ótimo trabalho descrevendo e explicando as dimensões paralelas e, por isso, fiquei muito entretida imaginando as diferentes Londres. Há riqueza de detalhes na medida certa, nem de menos e nem de sobra, o que faz o ritmo da leitura ser muito bom.
E fiquei particularmente curiosa para brincar com a tábua de elementos e decobrir em qual deles estaria a minha magia (acho que na Terra).
Ah, e Schwab criou dois idiomas, um para a magia e outro que se chama aersiano. Qualquer escritor(a) que tem a capacidade de inventar um idioma (com regras gramaticais e tudo o mais!) ganha meu respeito.

Também me conectei a Kell, principalmente depois de Schwab mostrar o relacionamento entre ele e Rhys, seu irmão adotivo. Rhys é um ótimo complemento a Kell, um personagem que serve ao propósito de intensificar o protagonista. Através de Rhys, conhecemos as vulnerabilidades de Kell, entendemos as camadas que exitem por baixo da magia do Antari e temos um vislumbre de seu passado, que espero que seja mais explorado nos próximos volumes. 
Sinto que Holland teve a mesma função de Rhys na história, de colocar Kell em perspectiva para que o leitor fosse capaz de entender melhor seu protagonista.

O que eu mais gostei deste livro é que ele não é pretensioso e não tem a "mania de grandeza" de "Trono de Vidro" (que foi o principal motivo que me levou a abandonar a série de Sarah J. Maas). É uma leitura gostosa, que entretém, que me transportou para outro mundo e me fez imaginar um monte de coisas legais e, para mim, isso é tudo o que se pode esperar de um livro de Fantasia.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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