Este livro - A Viajante no Tempo, de Diana Gabaldon - chamou minha atenção porque reúne dois temas do meu interesse: viagem no tempo e épocas medievais. Fiquei interessada, principalmente, porque quem viaja no tempo é uma mulher, Claire Randall. É o primeiro volume da série Outlander, que atualmente está no oitavo livro.
Claire Randall é uma enfermeira e está de férias na Escócia com o marido, logo após a Segunda Guerra Mundial. O marido acaba de retornar do combate, enquanto ela mesma participou da guerra cuidando dos enfermos e feridos, e ambos estão separados há cerca de sete anos. Para se reconectarem depois de tanta ausência, eles viajam em uma segunda lua-de-mel para Inverness.
O marido aproveita a viagem para descobrir mais a respeito de seus antepassados, que viviam naquela região no século 17, já que ele é apaixonado por História.
Em um passeio matinal na região, ela retorna a um ponto onde, na noite anterior, presenciara um ritual pagão organizado pelas mulheres da aldeia. Então, Claire entra em um Portal no centro de um círculo de pedras e vai parar no século 17, no exato período que seu marido estudava sua árvore genealógica. Quando chega do outro lado do Portal, ela é dominada por clãs guerreiros, é seqüestrada, violentada e arrasatada para viver em um reino. Neste meio tempo, ela descobre que seu sequestrador é ancestral de seu marido, Jack Randall.
Quem a salva destes perigos é um jovem guerreiro chamado Jamie Fraser, que é um bom amigo e ouvinte. Ele mesmo encontra-se em perigo de vida e Claire usa seus conhecimentos de enfermeira de guerra para salvá-lo, o que faz com que eles se unam em uma relação de gratidão e honra. Aos poucos, esta relação se desenvolve para algo carnal, o que provoca em Claire remorso e culpa, uma vez que ela continua casada no século de onde sumiu. Além disso, Claire reflete que ali, no século 17, seu marido ainda nem nasceu, e não sabe se está sendo infiel ou não.
Em paralelo ao romance dos dois, Claire se vê envolvida em questões políticas. Ela não consegue explicar para ninguém que é uma viajante do tempo e, por isso, os líderes e poderosos começam a achar que ela é uma espiã ou uma bruxa. Isso a coloca em outras diversas situações de risco ao longo do livro, sendo o antagonista principal o tal Jack Randall do início. Esta parte da obra é mais focada na História da Escócia e da Inglaterra.
Li este livro com grandes expectativas, pois achei que ele teria mais elementos fantásticos, em virtude da viagem no tempo. No entanto, ao longo do enredo, a narrativa acaba sendo mais concentrada no romance de Claire e Jamie, e isso me decepcionou bastante. Particularmente, não sou fã de ler sobre romances, a não ser que estes sejam muito diferenciados e escritos sem clichês. Achei que a escritora se estendia demais na descrição das cenas entre os dois e tais cenas, muitas vezes, eram irrelevantes para a estória como um todo. Há um fim-de-semana particularmente ~ caliente ~ entre os dois, por exemplo, que é descrito à exaustão, e me senti lendo "Cinquenta Tons de Cinza Medievais" em vários trechos.
Como pontos positivos do livro, a premissa da obra é boa, Claire é uma personagem feminina bem construída (forte, independente, inteligente) e até mesmo Jamie tem nuances interessantes. Os trechos mais legais acontecem quando Claire torna-se um contraponto às mulheres do século 17, pois ela é totalmente diferente das outras, já que veio do nosso século e tem mais conhecimento científico sobre vários assuntos. É interessante ver como Claire não se intimida por ser diferente e, ao contrário, exibe sua personalidade com confiança e segurança. Gosto muito da Claire, mas não gostei do livro como um todo.
Por isso, não pretendo continuar a série Outlander, pelo menos por enquanto. Tentei assistir ao seriado mas não gostei dele também, pelos mesmos motivos.
5 Comments
Eu descobri a série de tv e viciei completamente.
ResponderExcluirEu amo viagem no tempo, amo histórias que se passam em outras épocas e o que achei demais é que a Claire nem é do nosso presente, o presente dela ainda é antigo pra nós hahaha E ver o conflito dessas duas épocas é divertido.
Eu amei a Claire por ser essa personagem tão forte e confiante, que realmente tem amor próprio e não se rende a ninguém - muito diferente da maioria das protagonistas mulheres.
Eu gosto de romance, então não acho que isso seria algo ruim pra mim, mas pensar que esse livro gigante tem páginas e páginas que poderiam não existir desanima um pouco. Mas eu ainda quero ler ao menos o primeiro para ver como é.
A Claire realmente é muito legal mesmo, eu gosto dela. E leia o livro sim, porque se você gostou da série, é quase certeza que você vai gostar do livro.
ExcluirEu estava querendo começar a ler a série, porque as capas são lindas e essa coisa do regresso e portal me deixou bastante interessada. Não sabia ao certo sobre o que era a história e, com a sua resena, com certeza quero ler. Ri muito da sua passagem sobre "50 tons de cinza medievais", hahaha. Tava querendo assistir a série, mas, ao mesmo tempo, queria ler os livros (só que são tão caros, que temo comprar o primeiro e nunca terminar a série, como se repete muito na minha estante :/).
ResponderExcluirLove, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/
Eu começaria pela série, então, viu Nina, porque aí você sente qual é a "pegada" da estória e decide se vale a pena gastar seu rico dinheirinho.
ExcluirEu estou assistindo esse filme muito bom.
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