O que ler se você gosta de... Bruxas


A bruxaria é um assunto muito carregado de estereótipos e preconceitos. Por isso, sempre acho um ato de coragem quando um(a) escritor(a) se lança sobre isso, sem medo do público mais conservador. E, de forma geral, as bruxas costumam ser ótimas protagonistas, com suas personalidades fortes e seu jeitão empoderado. 
Se você, como eu, às vezes acha que nasceu bruxa, este post vai encher seu coração de magia (branca). Separei as melhores leituras onde a bruxaria é o tema central.

O Livro Perdido das Bruxas de Salém, de Katherine Howe
No livro, a protagonista é Connie Goodwin, uma estudante de História recém-formada em Harvard que precisará passar o verão escrevendo sua tese de Doutorado. Ao mesmo tempo, sua mãe - uma figura distante e um tanto mística - pede que Connie cuide da casa de sua avó, já falecida. A casa, típica do século 16, está em um estado crítico e deplorável, abandonada já muitos anos, e Connie fica desanimada com as imensas tarefas que tem pela frente. Connie então descobre uma chave, escondida dentro de uma Bíblia do século 17, com um nome escrito: Deliverance Dane. Connie, então, começa a pesquisar quem é Deliverance, o que a leva aos "tribuinais" de queima de bruxas em Salém. 
O que mais gostei neste livro é que, além da estória cativante, Katherine Howe fez um trabalho de pesquisa histórica excelente (a exemplo da personagem Connie) e traz diversos fatos, costumes e hábitos que as mulheres tidas como bruxas desepenhavam no século 17.
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A Garota que Bebeu a Lua, de Kelly Barnhill
Uma vez por ano, os Anciões do Protetorado, uma aldeia que fica entre uma floresta amaldiçoada e um pântano, assustador, faz a Cerimônia do Sacrifício. Nela, eles escolhem o bebê mais novo da aldeia e o oferecem à Bruxa como um presente e, em troca, a Bruxa os deixa livres do Mal por mais um ano. Lendas sobre a crueldade da Bruxa percorrem gerações mas, no fundo, ninguém sabe ao certo como essas lendas começaram e o que elas possuem de verdadeiro.
A Bruxa, chamada Xan, na realidade, não tem nada de má. Uma vez por ano, ela se depara com um bebê recém-nascido na clareira da floresta e ela não entende porque as pessoas do Protetorado fazem isso com a criança. E, todos os anos, ela recolhe o bebê abandonado e o leva para a Cidade Livre, onde encontra uma família amorosa e dedicada que irá adotar aquela criança.
Kelly Barnhill tenta desfazer a imagem da "bruxa má" nessa história e ainda coroa o enredo com um maravilhoso dragão de estimação.
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A Bruxa Não Vai para a Fogueira Neste Livro, de Amanda Lovelace
A premissa deste livro é resgatar a figura da bruxa nas mulheres, uma figura vista como temível e assustadora e que merece ser queimada na fogueira. Para Amanda, este arquétipo da bruxa é importante no empoderamento feminino, uma vez que resgata o sagrado, o místico e o poderoso nas mulheres, conceitos que foram soterrados por séculos de patriarcado. Além disso, Amanda incentiva que as mulheres se conectem com a raiva, poeticamente chamada de fogo, um sentimento imprescindível na luta pelos direitos iguais.
As poesias são divididas em quatro partes: O julgamento, A queima, A tempestade de fogo e As cinzas. É um livro incrível que eu recomendo do fundo do meu coração. Para ler a resenha completa, clique aqui.

Circe, de Madeline Miller
"Circe", publicado em 2018, é a adaptação de Miller para o mito de Circe, a deusa-ninfa dos feitiços e da bruxaria. Filha do Deus Sol Helios, Circe passa toda sua imortalidade sendo renegada, abandonada e ofendida pelos (inúmeros) membros de sua família, até que é banida para uma ilha, fadada a viver em eterna solidão. Porém, é exatamente neste momento que Circe se descobre e se transforma numa das mais poderosas bruxas da mitologia grega.
Na história original, Hermes a convence a permitir que Odisseu (também chamado de Ulisses) passe por sua ilha sem sofrer nenhum mal. Circe se apaixona por Odisseu e eles tem três filhos, enquanto Penélope, esposa de Odisseu, espera em casa que ele retorne de sua viagem de quase vinte anos de duração. No livro, Miller se mantém fiel aos principais elementos da mitologia em volta de Circe, Odisseu e Penélope. Para mim, a parte mais interessante de seu trabalho é o profundo desenvolvimento da protagonista.
Este é um dos melhores livros de bruxa que já li e recomendo muitíssimo. Para ler a resenha completa, clique aqui.

Da Magia à Sedução, de Alice Hoffman
Publicado em 1995 (e adaptado para o cinema em 1998, com a maravilhosa Nicole Kidman), "Da Magia à Sedução" fala da família das Owen, uma linhagem antiga de bruxas cujo principal talento é criar feitiços que fazem as pessoas se apaixonarem perdidamente. Gillian e Sally ficaram orfãs ainda quando crianças e foram criadas pelas tias, em uma casa escura e afastada do centro da cidade, com um jardim caótico abarrotado de plantas, temperos e flores que serviam às poções das tias. Dia após dia, Gillian e Sally viam mulheres entrando na casa à procura de um feitiço que lhes garantisse o amor de determinados homens, e ambas as garotas juraram que jamais se apaixonariam por ninguém.
Onze anos, quando as filhas de Sally já estão crescidas (e começando a descobrir que também são bruxas), Gillian bate na porta de sua casa, numa madrugada assustadora e chuvosa, com seu namorado Jimmy morto dentro de um carro.
Adorei o jeito completamente diferente que Hoffman apresenta a bruxaria nesta história. Para ler a resenha completa, clique aqui.

Deixei "As Brumas de Avalon" de fora desta lista de propósito, pois quis focar em livros de bruxaria menos conhecidos do grande público. Mas, se você quer saber mais sobre as obras de Marion Z. Bradley, tenho um montão de resenhas que você pode xeretar:

Você tem algum livro para recomendar neste tema que eu não mencionei? Se tiver, deixa aí nos comentários que eu vou adorar saber!

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