Kelly Barnhill, em seu livro "A Garota que Bebeu a Lua", trouxe de volta toda a magia e a inocência dos contos-de-fada e, por isso, mereceu o post de Sugestão de Leitura deste mês.
Quando seu segundo filho nasceu, Kelly Barnhill decidiu se dedicar integralmente à carreira de escritora. Antes, ela trabalhava como voluntária no corpo de bombeiros de Minneapolis e no Parque Nacional. Estudante de Escrita Criativa, é possível perceber que ela escreve com bastante técnica e precisão, mas sem deixar de lado um conteúdo emocionante e original.
"A Garota que Bebeu a Lua" foi publicado em 2016 e é categorizado como literatura infantil. Contudo, a estória é bastante profunda e bonita e acredito que pode (e deve!) ser lida por todas as idades. Particularmente, não concordo com essas decisões do mundo editorial, que parece acreditar que magia é coisa de criança. Pois não é, nem deveria ser.
Uma vez por ano, os Anciões do Protetorado, uma aldeia que fica entre uma floresta amaldiçoada e um pântano, assustador, faz a Cerimônia do Sacrifício. Nela, eles escolhem o bebê mais novo da aldeia e o oferecem à Bruxa como um presente e, em troca, a Bruxa os deixa livres do Mal por mais um ano. Lendas sobre a crueldade da Bruxa percorrem gerações mas, no fundo, ninguém sabe ao certo como essas lendas começaram e o que elas possuem de verdadeiro.
A Bruxa, chamada Xan, na realidade, não tem nada de má. Uma vez por ano, ela se depara com um bebê recém-nascido na clareira da floresta e ela não entende porque as pessoas do Protetorado fazem isso com a criança. E, todos os anos, ela recolhe o bebê abandonado e o leva para a Cidade Livre, onde encontra uma família amorosa e dedicada que irá adotar aquela criança. Para garantir que ela terá um futuro brilhante, Xan alimenta os bebês com brilho de estrela, o que as torna amorosas, generosas, inteligentes e prósperas.
Normalmente, as famílias do Protetorado não reagem aos Anciões com medo das retaliações deles e da Bruxa. Porém, em um determinado ano, uma mãe resolve reagir e, como consequência, é aprisionada na Torre, onde enlouquece e recebe o apelido de Mulher Maluca. Durante seu exílio, ela descobre que possui poderes mágicos e os canaliza em incríveis dobraduras de pássaros que carregam suas mensagens por todo o Protetorado. O problema é que ninguém dá atenção aos pássaros de papel.
Sua filha foi resgatada por Xan mas, em vez de se alimentar do brilho das estrelas, ela se nutre da luz da lua. Como resultado, ela ganha o nome de Luna e fica "embruxada". No entanto, o poder de Luna logo se mostra extraordinário e Xan o prende em uma "semente", que ficará dentro do coração da garota até que ela complete treze anos quando, enfim, sua magia será liberada.
O desenvolvimento do enredo, embora sem elementos surpreendentes, tem um ritmo bom e dinâmico. A Mulher Maluca resolve encontrar uma forma de fugir da Torre e encontrar sua filha perdida, enquanto Xan percebe que está morrendo e teme pelo futuro de Luna.
Para mim, a personagem mais carismática da estória foi Fyrian, um dragão. Orfão há mais de quinhentos anos, Fyrian é um dragão minúsculo, que cabe no bolso, mas ele acredita que é "simplesmente enorme" e que todos os dragões do mundo são menores que ele. Fyrian é amoroso, carente e ingênuo e me apeguei a ele logo de cara.
O tom da escrita de Kelly Barnhill é leve e fluido, até mesmo objetivo. Ela não perde tempo descrevendo cenários ou paisagens e parte direto para a ação e, sobretudo, para as emoções e sentimentos de cada personagem. A cada capítulo, ela muda o ponto-de-vista de quem conta a estória, o que torna a leitura interessante. Os elementos de conto-de-fadas também contribuíram para uma experiência agradável e, até mesmo, fofa.
É uma leitura que recomendo pois aquece o coração. Kelly Barnhill não foi ambiciosa na trama, mas esta cumpre seu papel de entreter e encantar.
O desenvolvimento do enredo, embora sem elementos surpreendentes, tem um ritmo bom e dinâmico. A Mulher Maluca resolve encontrar uma forma de fugir da Torre e encontrar sua filha perdida, enquanto Xan percebe que está morrendo e teme pelo futuro de Luna.
Para mim, a personagem mais carismática da estória foi Fyrian, um dragão. Orfão há mais de quinhentos anos, Fyrian é um dragão minúsculo, que cabe no bolso, mas ele acredita que é "simplesmente enorme" e que todos os dragões do mundo são menores que ele. Fyrian é amoroso, carente e ingênuo e me apeguei a ele logo de cara.
O tom da escrita de Kelly Barnhill é leve e fluido, até mesmo objetivo. Ela não perde tempo descrevendo cenários ou paisagens e parte direto para a ação e, sobretudo, para as emoções e sentimentos de cada personagem. A cada capítulo, ela muda o ponto-de-vista de quem conta a estória, o que torna a leitura interessante. Os elementos de conto-de-fadas também contribuíram para uma experiência agradável e, até mesmo, fofa.
É uma leitura que recomendo pois aquece o coração. Kelly Barnhill não foi ambiciosa na trama, mas esta cumpre seu papel de entreter e encantar.
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