Já Li #21 - Ciclo de Avalon, parte 1: A Queda de Atlântida, de Marion Zimmer Bradley
Recentemente, fiz uma Galeria de Fotos em homenagem à série "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley. Naquele post, comentei que a série, na realidade, é o trecho final do Ciclo de Avalon e, neste post, falarei sobre o início do Ciclo.
Com a ajuda de Diana L. Paxson, que continuou a obra de Marion após sua morte, o Ciclo de Avalon consiste em doze livros - cujos quatro últimos são "As Brumas de Avalon" - que contam a história da Ilha de Avalon, desde os seus primórdios. Todos os livros tem como foco personagens femininas e suas contribuições para a Britânia, tanto no aspecto político quanto no religioso. Embora os livros do Ciclo de Avalon não tenham sido publicados em ordem cronológica, optei por lê-los desta forma, para melhor compreensão da história da Ilha.
A primeira parte do Ciclo de Avalon é a duologia "A Queda de Atlântida", composta por "A Teia de Luz" e "A Teia de Trevas". A duologia narra a estória de duas irmãs, Domaris e Deoris, ambas filhas de um Sumo Sacerdote, chamado Talkannon. Como filhas dele, elas estão prometidas a serem Sacerdotisas quando crescerem e, desde muito novas, são iniciadas nos rituais e nos costumes do Templo da Luz.
O primeiro volume, "A Teia de Luz", é mais focado em Domaris, a irmã mais velha. Ela é uma garota muito centrada e sensata e que tem a responsabilidade de criar a irmã mais nova, Deoris, já que a mãe delas morreu no parto da mesma. Assim, ela torna-se adulta muito cedo e tem uma rotina estabelecida e inflexível. Porém, tudo isso muda com a chegada de Micon, um refugiado de Atlântida, e seu meio-irmão Reio-ta. Domaris se apaixona por Micon, que é muito mais velho que ela e está à beira da morte, provocando o ciúme de Deoris, que sente-se deixada de lado. Além disso, seu mestre Rajasta fica exasperado com o amor proibido entre Domaris e Micon, pois existem boatos de que ele se envolve com magia negra.
Já no segundo volume, "A Teia de Trevas", o foco da narrativa é Deoris, a irmã mais nova. Muito mais interessante que a irmã, Deoris é obstinada, emotiva, instável e corajosa. Ela decide que não quer trilhar o caminho que lhe fora pré-estabelecido pelo Sumo Sacerdote e perambula por diversas opções do Templo, até se encontrar na função de Curandeira. Ao longo do percurso, ela se aproxima de Riveda, um Alto Mago que mexe com magia negra. Ambos se apaixonam e a mistura da personalidade de ambos resulta num relacionamento conturbado e cheio de tragédias. Domaris aparece eventualmente no segundo livro, mas já com uma presença distante e apagada, pois as duas irmãs afastam-se ao longo da estória.
O primeiro livro é um pouco arrastado e Domaris não é uma personagem muito cativante. A leitura torna-se interessante apenas porque Marion Z. Bradley, aos poucos, introduz as origens da Ilha de Avalon (que ainda não tem este nome no livro e é chamada de Ilha Antiga) e a organização das castas dentro do Templo. O segundo livro é melhor, pois tem mais ação e mais conflitos, além de ter uma maior presença de Deoris. Também no segundo livro, Marion explora os rituais e os conceitos de magia branca e magia negra. Eu recomendaria a leitura apenas do segundo livro, mas ler o primeiro é relevante para a compreensão de certos contextos e premissas.
Há quem diga que Deoris e Domaris, depois, reencarnam como Morgana e Viviane, respectivamente, em "As Brumas de Avalon". Diana L. Paxson chegou a confirmar estes boatos. Se assim for, fica explicado porque Deoris é uma personagem tão interessante, já que se tornará a Morgana em "As Brumas de Avalon".
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