Já Li #100 - O Livro do Juízo Final, de Connie Willis


A resenha de hoje é sobre "O Livro do Juízo Final", escrito por Connie Willis, e também conhecido como o pior livro de viagem no tempo que já li na vida.

Viagem no tempo é meu tema preferido. Não à toa, aqui no Perplexidade e Silêncio já resenhei onze livros que, em maior ou menor grau, entregaram uma literatura de viagem no tempo de qualidade. Por isso, quando vi a sinopse desta obra de Connie Willis, fiquei bastante curiosa para saber como a estória se desenrolaria. E foi uma decepção do começo ao fim. 

Escrito e publicado em 1992, "O Livro do Juízo Final" tem como protagonista Kivrin Engle, uma jovem que é fascinada pela Idade Média e, a despeito de todos os avisos do perigo que corria, decide viajar no tempo para experienciar como foi este período da história da Humanidade. No enredo, Kivrin está no ano de 2054 e a Universidade de Oxford desenvolveu técnicas e maquinários que permitem a viagem no tempo para historiadores e antropólogos, desde que eles atuem apenas como observadores nos tempos em que estudam.
Dunworthy, um dos professores de Kivrin, está extremamente preocupado com a viagem no tempo dela à Idade Média, mas a garota ignora seus alarmes sobre ladrões, degoladores e estupradores. Além disso, Kivrin garante que está viajando para o ano de 1320, bem antes da Peste Negra acontecer, em 1348, mas Dunworthy segue neuroticamente aflito com o futuro da aluna.
Assim, a narrativa intercala as experiências de Kivrin na Idade Média e a Inglaterra de 2054, devastada por uma epidemia que tem início nas vésperas de Natal e extermina centenas de pessoas.

O primeiro - e principal - problema deste livro é a repetição incessante de palavras, frases, passagens e acontecimentos. É de dar nos nervos! Connie repete as mesmas coisas o tempo todo, como se o leitor tivesse algum tipo de lapso de memória e fosse se esquecer do que leu dois parágrafos acima. Fiquei me perguntando como os editores deixaram um escrita tão maçante acontecer. É insuportável! Só não desisti da leitura nos primeiros dois capítulos porque sou realmente muito fã de viagem no tempo e queria ver onde a estória ia chegar.

Pois não chega a lugar nenhum. Fiquei esperando algum incidente emocionante acontecer - como, por exemplo, descobrirmos que o professor Gilchrist deixou Kivrin viajar no tempo doente de propósito, num paradoxo da viagem no tempo, ou que Badri foi infectado por ordem de Gilchrist para disseminar a população crescente da Inglaterra. Mas não. Nada acontece. São páginas e páginas intermináveis e maçantes onde o auge do conflito é simplesmente Badri ter errado nas coordenadas (o que é discutido no primeiro capítulo). Não há surpresas, emoção e muito menos dinamismo no enredo.

E, para ficar ainda pior, as personagens são muito chatas. O menos pior é o adolescente Collin, mas ele só ganha destaque quase no finalzinho do livro, infelizmente. Kivrin, que tinha tudo para ser uma protagonista feminina incrível (e morrer queimada na fogueira acusada de bruxaria) não entrega quase nada. E, claro, os diálogos são sofríveis e os relacionamentos entre as personagens são banais. Ou seja, não há nada que salve esta leitura.

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Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

Aqui no blog, os outros livros sobre viagem no tempo que tivemos foram:

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