Sugestão de Leitura | Skyward, Vol.2: Starsight, de Brandon Sanderson


Eu estava com muita saudade de ler Brandon Sanderson e decidi não esperar pela tradução em português de seu mais novo livro, o segundo volume da tetralogia que irá acompanhar a história de Spensa Chaser, chamado "Starsight".

Como sou uma fã de Sanderson, você pode encontrar muitos posts sobre suas obras aqui no Perplexidade e Silêncio, basta clicar aqui.
Caso você queira ler a resenha do primeiro volume dessa tetralogia, veja: Sugestão de Leitura | Skyward - Conquiste as Estrelas, de Brandon Sanderson

Publicado em 2019, este livro é cronologicamente sequencial do último. Depois de conquistar o direito de ser uma piloto, no primeiro volume, agora Spensa precisa se acostumar a trabalhar em equipe e seguir ordens, além de respeitar a hierarquia do pelotão, e ela não é boa em nenhuma dessas coisas. Ainda impetuosa e impulsiva, nossa protagonista segue combatendo os Krell e impedindo que eles invadam o planeta Detritus, onde residem os últimos seres humanos do Universo. 
Neste livro, Spensa é enviada em uma missão de espionagem, onde rouba a identidade de uma alienígena chamada Alanik e invade o planeta dos Krell, para entender o que eles querem, quais são as armas que utilizam e como eles conseguem se mover pelo nowhere sem citônicos à bordo.

A primeira característica que me chamou a atenção neste livro foi a ação. O livro já começa com cenas de combate aéreo, o que me deu a sensação de assistir um filme da Marvel (sabem esses filmes mais recentes, que já começam com uma batalha contra um monstro de outra galáxia? Mais ou menos isso). Pessoalmente, para mim, não é o melhor jeito de começar uma narrativa, pois eu fico entediada lendo cenas de ação (sério, por mais criativo que Sanderson seja, existe um limite em como descrever explosões e piruetas das naves), mas admiro sua tentativa de escrever algo diferente do que ele está acostumado.

Nesse livro, Sanderson explorou coletivismo versus individualidade, e preconceitos. Esses temas são importantes para a história e ajudam o leitor a entender mais sobre o universo em que Spensa e os outros personagens vivem. Este livro também mostra como é importante olhar para os preconceitos e ouvir os outros, mesmo que sejam diferentes de você. 
Achei legal como ele colocou a influência do/no seres humanos em outras civilizações, como Spensa começa a ver os Krell de outra forma, e todas as perspectivas que ela ganha quando sai em sua missão de espionagem.
Uma das coisas que eu mais gostei nesse volume foi a introdução de outras raças alienígenas à história, pois me lembrou uma trilogia que eu simplesmente amo, chamada Wayfarers, escrita por Becky Chambers. Tanto Sanderson quanto Chambers fazem um excelente trabalho, não apenas imaginando diferentes formas e corpos de seres alienígenas, como também suas culturas, civilizações, histórias, linguagens e comportamentos. E ainda adicionamos o fato de que Sanderson é um mestre da construção de narrativas em grupo, porque ele sabe como dar espaço e destaque a cada um dos integrantes do grupo, sem perder de vista o todo e o protagonista do enredo. Eu adorei Vapor, e agora espero que Sanderson traga ela nos próximos volumes.

Também gostei da crise de identidade do M-Bot. Acho ele, de longe, uma das Inteligências Artificais mais legais que já li, e olha que já li Justiça Ancilar de Ann Leckie. Cada vez que M-Bot entrava em surto e fazia aquele clickclickclick meu coração se apertava, porque eu fiquei com muito medo de que ele "morresse". Achei uma idéia ótima de Sanderson e mal posso esperar para ver o que vai acontecer com M-Bot.

Eu gostaria que o enredo tivesse explorado mais o labirinto, o nowhere, e os olhos que espiam os citônicos pela matéria-escura. Para mim, é isso que faz este livro ser uma sugestão de leitura, porque eu simplesmente adoro esse conceito de Sanderson. Não sei se vocês sabem, mas eu escrevi uma trilogia chamada A Teoria das Estrelas, que é toda sobre o Universo, então imagem como meu coração se enche de entusiasmo nessas partes. Eu achei a coisa mais legal do mundo a forma como Spensa se move pelo nowhere, como ela escuta as criaturas que ali vivem, e como elas são uma potencial ameaça para todas as civilizações. Estou morrendo de ansiedade para saber o que vem a seguir.

Só não gostei da parte das lesmas. Não vou contar aqui para não dar spoiler, mas fiquei dividida entre achar tremendamente ridículo e atipicamente engraçado.

Essa foi uma das minhas leituras mais esperadas dos últimos tempos, só perdendo para A Roda do Tempo, Volume 7. Correspondeu às minhas expectativas? Sim e não. Por um lado, o livro atendeu às minhas expectativas porque é uma parte importante da tetralogia e me fez querer saber o que acontece no próximo livro. Não correspondeu às minhas expectativas por causa da direção em que a história foi,  o ritmo da narrativa é lento e achei o rumo que a coisa toda tomou meio previsível. Mas, eu sempre digo que Sanderson, em seus piores dias, é muito melhor do que a maioria dos escritores em seus dias excelentes então, claro, é uma leitura que recomendo.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 4/5

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