Sugestão de Leitura | Devoradores de Estrelas, de Andy Weir

 

Em linhas gerais, o que tenho para falar sobre "Devoradores de Estrelas", de Andy Weir, é que esse livro é um dos melhores que já li. Na resenha de hoje, espero convencer você de que vale muito a pena ler essa obra, mesmo que você não seja um super fã de ficção-científica.

Caso você queira ver os posts dos outros livros de Andy Weir, navegue abaixo:
O livro ou o filme? | Perdido em Marte, de Andy Weir
Já Li #133 - Artemis, de Andy Weir

Publicado em 2021, "Devoradores de Estrelas" é uma história narrada em primeira pessoa por Ryland Grace. Grace acorda de um coma, sem memória, em uma nave interstelar. Quando olha ao seu redor, ele não reconhece onde está, tampouco as outras duas pessoas, já mortas, que estão nas camas ao lado dele. Aos poucos, Grace começa a se lembrar do que aconteceu para que ele estivesse ali, há anos-luz de distância da Terra e viajando em direção ao um outro Sistema Solar. 
Nestes pontos, o livro introduz flashbacks para o passado de Grace e, aos poucos, junto com o próprio narrador, o leitor fica sabendo que Grace está em uma missão suicida para salvar a Terra.

Ele, até então um humilde professor de Ciências, é convocado por Stratt a integrar um time global que tem a missão crítica de salvar o planeta nos próximos vinte anos. Descobriu-se que um organismo microscópico, denominado por Grace de Astrophage, está retirando luminosidade do nosso Sol como forma de se alimentar e de reproduzir, e essa queda de luminosidade coloca em risco todo o ecossistema e a atmosfera da Terra, levando a queda de produção de alimentos, diminuição das temperaturas, morte de diversos biomas, entre outros. Stratt (que nunca fica claro de onde surgiu), é uma mulher com poderes absolutos e que tem (literalmente) todos os recursos do mundo ao seu dispor, já que não há nada mais importante do que salvar o planeta. Grace, então, é recrutado para esse time.

No entanto, Grace acorda sozinho cerca de um ano antes de chegar ao Sistema Solar de Tau, que é a origem dos Astrophages. Sua missão agora é descobrir como resolver o problema, alimentar de informação quatro "mini naves" que voltarão para a Terra, e esperar pela morte depois disso, basicamente. No entanto, Grace não estará sozinho, porque uma outra nave já está em Tau, aparentemente atrás da mesma solução.

Gente. É aí que entra um dos personagens que eu mais me apeguei no mundo literário: Rocky.
Pelas leituras astronômicas de Grace, Rocky vem do planeta que nós denominamos como Eridian40. Assim que a nave de Grace chega na órbita do planeta causa-raíz dos Astrophages, esta segunda nave começa a estabelecer contato, e Grace aceita qualquer ajuda que pode receber, dado o desespero de sua situação. Aos poucos, ele e o alien - até então sem nome - começam a se comunicar, primeiro por uma pantomina e, depois, entendendo como funciona a linguagem um do outro. Eu AMEI esse contato e me lembrou muito "A Chegada" (que, aliás, é um dos meus filmes preferidos e falei do conto aqui).
Muito tempo depois, Grace e Rocky conseguem tratar do problema dos Astrophages, e juntam esforços para solucionar o problema e salvar seus respectivos planetas.

Assim como em seus outros livros, Andy Weir joga no colo do leitor uma enormidade de Ciência. São conceitos complexos, no gênero hard sci-fi e ao estilo de Cixin Liu. Isso pode desanimar o leitor desaviado, mas eu peço que você supere essas partes, caso elas te incomodem. Vale a pena, garanto. Eu, particularmente, adoro esse estilo de Weir, e neste livro em específico, ele vai mais para a linha da química e da biologia, enquanto nos outros livros tínhamos mais conceitos de engenharia.

Essa história não é sobre salvar a Terra. Poderia ter sido uma ficção-especulativa sobre os efeitos da diminuição do Sol para nós, ou mesmo como lidaríamos com a fonte de energia que são os Astrophages, ou ainda o que faríamos com a informação de que fizemos nosso primeiro contato com uma espécie alienígena inteligente. Mas fico muito contente de ver que Weir escapou de todas essas idéias e trouxe uma narrativa mais criativa, que foca no relacionamento maravilhoso entre Grace e Rocky. 
Eu chorei tanto nesse livro, mas infelizmente não posso contar os motivos porque seriam spoilers grandes. Mas, o que posso adiantar é que o final é inesperado e dá margem para pensarmos na continuidade da história. Eu não conseguia parar de ler o livro e fiquei super triste quando ele terminou, até demorou para eu conseguir engatar a próxima leitura, porque me apeguei demais ao Rocky.

É uma leitura que eu recomendo muitíssimo.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 5/5

0 Comments