Já Li #152 - A Roda do Tempo, vol. 7: Uma Coroa de Espadas, de Robert Jordan

 

Depois de quatro anos de espera (ou talvez mais?), finalmente publicaram o sétimo volume da melhor saga de Alta Fantasia de todos os tempos - ou melhor, de todas as Eras: A Roda do Tempo de Robert Jordan. E o mais legal é que, mesmo com a espera, tão logo eu comecei a leitura, todos os fatos dos volumes anteriores estavam super frescos na minha memória, como se eu tivesse acabado de ler o volume 6, um dos muitos méritos do Robert Jordan na forma incrível como ele escreve.

E mais de oito mil páginas depois do início da saga, eu só posso assumir que você já leu os livros anteriores, então não vou me preocupar em trazer de volta o contexto da história, ok? Se, por acaso, você caiu neste post de pára-quedas e quer saber mais sobre os outros volumes, sugiro que você navegue pelos links abaixo:
Sugestão de Leitura: A Roda do Tempo, de Robert Jordan (post para iniciantes)
A Roda do Tempo, vol. 5: As Chamas do Paraíso, de Robert Jordan
A Roda do Tempo, vol. 6: O Senhor do Caos, de Robert Jordan

Este sétimo volume é o livro da saga mais lento até agora. Se você acha que algum dos livros anteriores foi lento, você terá uma surpresa. Mas, novamente, se você começou a ler esta série, ou mesmo pretende lê-la em algum momento, provavelmente já foi avisado várias vezes que sim, esta série se torna incrivelmente lenta em algum momento, super detalhada nos acontecimentos como uma boa saga de Alta Fantasia se propõe a ser. 

Aí você talvez me pergunte, "o que acontece neste livro de 800 páginas?". E eu te respondo que preciso pensar um pouco e que minha resposta imediata é "não muito". Rand continua mantendo três Aes Sedai presas sob vigilância de seus soldados Asha'man, todos eles capazes de canalizar. Mat, Egwene e Nynaeve tentam estabelecer uma nova dinâmica de relacionamento. Perrin reencontra a esposa e se vê, mais uma vez, preso nas intrigas políticas do castelo, ao mesmo tempo que Rand o afasta/isola para seu próprio bem. Nynaeve tenta se aproximar de Lan, como sempre. E um dos Abandonados morre no final do livro, morto por Rand - o único grande evento deste volume.

Aém disso, Rand está preparando uma invasão de Illian, Egwene está tentando obter o controle das Aes Sedai rebeldes, Mat está comandando seu exército, o Bando da Mão Vermelha, e está envolvido com a Rainha de Altara e, em Ebou Dar, Nynaeve e Elayne estão procurando por um dispositivo mágico que pode trazer de volta a chuva. 

De muitas maneiras, este livro pertence a Matrim Cauthon. Ele esteve muito presente na história, fosse bancando o herói (do jeito dele) ou fosse porque forneceu momentos de alívio e diversão em um enredo que fica cada vez mais denso. Seu personagem se desenvolveu muito neste livro e ele perdoou Nynaeve e Elyane, um dos pontos altos da narrativa e que trouxe mais ritmo e dinamismo para a escrita de Jordan. Mesmo quando estava seguindo as ordens de Rand, havia momentos em que Mat se oferecia para algumas tarefas perigosas. Nesse aspecto, ele se diferenciou ainda mais de Perrin, que segue sendo um ta'veren mais obediente e previsível.

Egwene teve seu momento sob o holofote, e até gostei da leitura. Ela e Siuan Sanche tentam manipular as Aes Sedai em Salidar contra as Aes Sedai de Elaida na Torre Branca. Investigando Myrelle Berengari, Egwene explora a transferência do vínculo dos Guardiões de Lan Mandragoran de Moiraine para Myrelle, para forçar Myrelle e Nisao a jurar fidelidade a ela. Pensando na Egwene dos primeiros livros, achei um arco interessante, como cada vez mais ela se afasta das suas origens de Dois Rios. 

A verdade é que, mesmo que Jordan escrevesse um livro de receitas, eu seguiria lendo com o mesmo entusiasmo que eu tinha no primeiro. Eu já me apeguei demais aos personagens, eu preciso saber o que vai acontecer e eu não me importo com a falta de eventos. Para mim, ler os livros de Jordan é como reencontrar amigos que não vejo faz um tempo, e eu me importo tanto com eles que quero ouvir cada detalhe das histórias entediantes de todos. E acho que, sete volumes e quase 9 mil páginas depois, a história é para os fãs, para os poucos e bons que ficaram por aqui depois de tanto tempo.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

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