Comecei a escrever contos curtos aos dezesseis anos, quando realmente percebi que gostaria de ser uma escritora no futuro. Os meus primeiros contos eram sobre temas do cotidiano, com assuntos mais concretos e uma narrativa linear. Ou seja, eram simples, afinal, eu estava apenas começando. Alguns anos depois, decidi escrever um romance e me desafiei a escrever uma estória longa, em formato de livro e não de conto, e adorei a experiência. Porém, eu sentia que ainda não tinha encontrado minha voz.
A essa altura, eu já gostava das minhas musas Clarice Lispector e Virgínia Woolf e elas foram, são e sempre serão minhas inspirações para ser escritora. Não importa o assunto que eu esteja escrevendo, gosto de trazer a profundidade, a poesia e a melancolia que elas me ensinaram.
Porém, continuava com a sensação de que não tinha encontrado minha voz no enredo das estórias, pois sempre quis escrever um livro de fantasia, criando um mundo paralelo ao nosso e fugindo da realidade. Me faltavam as referências para tal.
Patrick Rothfuss, este carinha simpático barbudo ao lado, foi o autor que definitivamente me empurrou para escrever fantasia, de uma vez por todas. Já falei aqui sobre os livros dele. Com ele, aprendi que 1) é possível sim construir um mundo todo a partir do zero e, 2) mesmo que o leitor não tenha conhecimento prévio do background da estória, não devemos subestimar quem nos lê. As pessoas irão gostar, entender e mergulhar com o escritor na estória se ele, o escritor, fizer o mesmo. E, por fim, aprendi também que 3) é possível combinar fantasia e personagens profundas e existenciais, sem perder a graça nem a magia.
Já falei tanto dele aqui no Perplexidade e Silêncio que até fico sem graça. Mentira, fico coisa nenhuma: Neil Gaiman está de volta. Com ele, aprendi a ter referências de construção de personagens imaginárias. Eu queria escrever não apenas uma estória de fantasia, como eu queria escrever uma estória onde nem todas as personagens fossem humanas, Assim, a maneira como o Neil Gaiman concretiza entidades como a Morte, o Destino ou o Delírio me inspiraram completamente a criar as personagens Universo, Tempo e Destino, como mostrei aqui.
(Os outros posts sobre o Neil Gaiman são: O Oceano no Fim do Caminho, Escritores que Me Inspiram, Coraline: O Livro ou o Filme?).
(Os outros posts sobre o Neil Gaiman são: O Oceano no Fim do Caminho, Escritores que Me Inspiram, Coraline: O Livro ou o Filme?).
No fim das contas, meu objetivo foi o de reunir estes quatro grandes escritores e, a partir desta união, encontrar o meu estilo de escritora. Neste meio tempo, escrevi um primeiro esboço de um livro, mas sentia que ainda não estava no tom certo. E, finalmente, cheguei no livro que agora estou divulgando o processo criativo aqui no blog.
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