As piores avaliações do Perplexidade e Silêncio (até agora)

 

O Perplexidade e Silêncio existe desde 2012 e muitos, muitos, muitos livros já foram resenhados por mim ao longo deste período. Eu estava em um momento de nostalgia, perambulando pelos meus posts mais antigos, e achei que seria um ótimo momento para fazer um compilado das piores avaliações que já dei para livros até agora.

Minha Sombria Vanessa, de Kate Elizabeth Russell
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Publicado em 2020, conta a história de Vanessa que, no Ensino Médio, se apaixona pelo seu professor de literatura Jacob Strane. O livro alterna flashbacks do passado (2000), contando como o relacionamento entre os dois começou e se desenrolou, com a narrativa do tempo presente (2017) e os impactos psicológicos e emocionais que este relacionamento teve na vida de ambos.
O principal motivo da avaliação ruim é a irresponsabilidade de Russell ao tratar de um relacionamento abusivo e ao abordar a pedofilia. A romantização de ambos é inaceitável. Há também essa mesma romantização nas cenas de estupro da personagem principal, e eu jamais serei capaz de recomendar um livro assim.


Me Encontre, de André Aciman
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Eu adoro o livro "Me Chame Pelo Seu Nome" - comparação com o filme disponível aqui - e estava muito ansiosa pela continuação do romance. 
Este livro é dividido em três partes. Na primeira, acompanhamos a história de Samuel, pai de Elio. Na segunda parte, Elio e Oliver se reencontram muitos anos depois do relacionamento que tiveram naquele fatídico verão nos anos 80. E, por fim, vemos o futuro de Oliver. 
Não recomendo este livro porque acredito que Aciman fez um péssimo trabalho no desenvolvimento e construção dos relacionamentos que permeiam todo o enredo. Tanto Samuel quanto Elio, em suas respectivas partes, repetem um modelo narrativo que é entediante, cansativo e repetitivo. Para piorar, Aciman acabou com a personalidade cativante de Elio, apagando-o completamente e de forma alguma nos mostrando quais foram os impactos nele do relacionamento anterior com Oliver. Um baita desperdício de história, que me decepcionou muito.

A Descoberta das Bruxas, de Deborah Harkness
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A história é narrada em primeira pessoa por Diana. Historiadora, ela passa seus dias no fundo das estantes da Livraria Bodleiana na universidade de Oxford. Ela vem de uma linhagem antiga e famosa de bruxas que remonta à Salem no século 17, mas se recusa veementemente a ser uma bruxa, o que a leva a recusar e ignorar todos os seus poderes e qualquer forma de magia, por menor que seja.
Vários motivos pelos quais avaliei esse livro mal. Diana começa a se relacionar com um vampiro chamado Michael, e Harkness tentou evocar uma energia "Cinquenta Tons de Cinza" que não convence. Além disso, a própria Diana é uma personagem chatíssima, boba, fraca e que não tem nada de "forte e independente" que Harkness tenta vender. Por fim, os elementos mágicos da história são ridículos e mal escritos.

Temporada dos Ossos, de Samantha Shannon
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A protagonista da história é Paige Mahoney, uma andarilha onírica que faz parte de um sindicato criminoso, controlado por Jaxon Hall. Jax gosta de colecionar os desnaturais mais poderosos e empregá-los em atividades ilegais, e este grupo especial sob seu comando é denominado Sete Selos. Andarilhos oníricos são extremamente raros e Jax explora bastante Paige, que não só acessa a aura de outras pessoas como também consegue "invadir" seus espaços oníricos, controlando aquela pessoa numa espécie de possessão.
Shannon jorra elementos fantásticos e não se esforça muito em explicá-los ou contextualizá-los. Talvez ela tenha acreditado que isso daria um toque de mistério à trama mas, para mim, só deixou tudo confuso e bagunçado.
Se tirarmos os componentes sobrenaturais da história, ficamos com uma narrativa absurdamente clichê e requentada: a heroína que injustiçada que se apaixona pelo inimigo. Além disso, Shannon descreve um monte de coisas, mas não as coisas que realmente interessam, e mais da metade do livro é pura exposição inútil.

Vox, de Christina Dalcher
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Narrado em primeira pessoa por Jean McClellan, uma neurolinguista. No dia em que o governo decreta que as mulheres não podem falar mais de 100 palavras por dia, ela está em negação e custa a acreditar que o governo tenha adotado medidas tão extremistas. As mulheres não poderão mais ter empregos. As meninas não são mais ensinadas a ler ou escrever. Angustiada com o futuro de sua filha, Sofia, Jean aceita um trabalho para o governo, depois da insistência de seu marido Patrick, trabalho este que ela logo percebe ter fins muito mais obscuros e cruéis do que aqueles escritos em seu contrato.
Do começo ao fim, a história me pareceu uma tentativa bem esdrúxula de copiar (o sucesso de) "O Conto da Aia" de Margaret Atwood. 
Os eventos se sucedem rapidamente, sem uma evolução bem concatenada. Várias personagens da trama se juntam e, como um milagre, todos são aliados de Jean na luta contra o governo. Durante toda a narrativa, há um conflito completamente irrelevante se Jean vai escolher o marido Patrick ou o amante Lorenzo (sério Christina? Um dilema assim superficial em meio a uma crise distópica mundial?) e, plim!, para evitar qualquer tipo de escolha, Christina mata Patrick e Jean segue sua vida tranquila e feliz na Itália. Não me importei com Jean, nem com Patrick, nem com Lorenzo, muito menos com as equipes do laboratório (que trabalhavam para o governo junto com Jean). Os vilões são várias versões diferentes de Donald Trump, o que fica claro ter sido proposital, mas eles começam a soar forçados e caricatos depois de um tempo. Péssima leitura.

Essas são as minhas não-recomendações de hoje!

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