Já Li #125 - Trilogia das Almas, vol.1: A Descoberta das Bruxas, de Deborah Harkness


Fazia bastante tempo que eu estava querendo ler a Trilogia das Almas de Deborah Harkness, livros que sempre chamavam minha atenção quando eu passeava pelas livrarias. Neste post, falarei sobre o primeiro volume, "A Descoberta das Bruxas", e explico os motivos que não me fizeram querer seguir a leitura da trilogia.

Se você gosta de livros sobre bruxas, recomendo navegar por este post: O que ler se você gosta de... Bruxas

Deborah Harkness, além de escritora e professora, é uma adoradora de vinhos. Isso fica claro quando se lê o livro desta resenha, pois você encontrará páginas e mais páginas de descrições dos aromas de vinho. Ela também é professora de História, logo, se prepare para mais páginas e páginas sobre este tema. Ou seja, Diana Bishop, a protagonista deste primeiro volume, provavelmente é um alterego da própria autora. 

A história é narrada em primeira pessoa por Diana. Historiadora, ela passa seus dias no fundo das estantes da Livraria Bodleiana  na universidade de Oxford. Ela vem de uma linhagem antiga e famosa de bruxas que remonta à Salem no século 17, mas se recusa veementemente a ser uma bruxa, o que a leva a recusar e ignorar todos os seus poderes e qualquer forma de magia, por menor que seja.  Um dia, no meio de seus estudos, ela involuntariamente invoca um manuscrito alquímico enfeitiçado e essa sua descoberta cria uma agitação fantástica no submundo. Uma horda de demônios, bruxas e vampiros começa a segui-la e a ameaçá-la, de forma cada vez mais violenta, até que o vampiro Matthew começa a protegê-la. 

Fiz uma lista dos motivos pelos quais não gostei da leitura:
A vibe "Cinquenta Tons de Cinza" do relacionamento entre Matthew e Diana: De forma geral, já não sou muito fã de romances em uma história porque, na minha opinião, na maioria das vezes soa como uma solução preguiçosa do(a) escritor(a) para criar conflito e drama. Neste livro, então, achei as coisas ainda piores. Eu até entendo que o relacionamento entre um vampiro e uma bruxa seria algo bem relevante para a trama, mas a forma como ele foi escrito e desenvolvido me afastou da leitura completamente. Matthew é descrito como possessivo, ciumento, territorialista, violento e possivelmente assassino, mas Diana aceita tudo isso porque "ele é assim mesmo", e sua natureza de vampiro justifica todo o seu comportamento à beira do abusivo. E Diana, a bruxa mais poderosa de todos os tempos, é irritantemente submissa e apaixonada por ele, o que me incomodou ainda mais.
Além disso, não consegui ver nenhuma química entre eles e as cenas de sexo me soavam meio ridículos e totalmente fora de propósito.

O excesso de elementos fantásticos em Diana: Eu estava gostando da jornada de autodescoberta de Diana que, aos poucos, aceita que é uma bruxa e que não pode fugir aos seus poderes. Porém, num determinado momento da história, Deborah começa a arremessar um monte de poderes no colo de Diana, sem focar ou desenvolver em nenhum. Assim, de repente, Diana domina os quatro elementos, viaja no tempo, solta eletricidade pela pele, tem um DNA completamente indecifrável e também é uma quimera! Lá pelos 80% da leitura, quando o lance da quimera aparece, eu quase abandonei o livro porque foi a gota d'água.

As súbitas mudanças da mãe de Matthew: Durante grande parte da narrativa, o suspense é construído em cima do enorme preconceito da mãe de Matthew em relação às bruxas. Mas aí, de repente, Matthew e Diana estão casados (e ele sendo o possessivo que é, mal avisa a Diana que eles estão casados no "mundo dos vampiros") e, tão repentinamente quanto, a mãe dele passa a aceitá-la e tratá-la bem. Também soou ridículo e forçado, como o resto do tom do livro.

Não gostei de Diana: Que protagonista chata! Ela é extremamente irritante. Ela fala sobre como quer ser uma mulher forte e independente, mas na realidade ela é a bruxa mais fraca e irritante de todos os tempos. Ela se recusa a usar seus poderes de bruxa mesmo quando todas as criaturas do submundo estão atrás dela e sua teimosia nunca cede, nunca. Quando chega a hora de ela se proteger, ela se apaixona, se encolhe e desmaia no colo de Matthew para que ele a salve novamente. Se Diana fosse realmente a protagonista que ela diz ser, ela nem teria se apaixonado por Matthew para começo de conversa.

E nem vou falar das chatíssimas descrições de comidas e vinhos. Sério! Parágrafos, parágrafos e mais parágrafos sobre o aroma dos vinhos ou as preferências culinárias de Matthew. Foi de enlouquecer de tédio!

Não existe a menor possibilidade que eu vá seguir lendo a trilogia porque a experiência com este primeiro volume foi terrível. Por isso tudo, não é uma leitura que eu recomendo.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

1 Comments

  1. Concordo com vc plenamente do começo ao fim (não gosto de romance nos livros)por isso prefiro ficção científica

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