Já Li #127 - Trono de Vidro, vol.4: Rainha das Sombras, de Sarah J. Maas


Chego ao quarto volume da saga Trono de Vidro de Sarah J. Maas, no livro entitulado "Rainha das Sombras". No post de hoje, fiz uma análise deste livro e também de toda a série até aqui.

Se você quiser ler as resenhas dos outros volumes, navegue pelos links abaixo:

Partirei do princípio que, se você está neste post, já leu os livros anteriores e vou direto para minha resenha.
Aelin agora não atende mais pelo nome de Celaena, e está de volta a Adarlan em busca das chaves de Wyrd. Ela se mantém firme no plano de encontrar seu talismã, agora em posse de Arobynn, e planeja formas de lidar com o assassino sem se enredar nas suas tramóias e traições.
Em paralelo, Aelin tem que lidar com Chaol, agora um dos líderes rebeldes contra o Rei a quem serviu lealmente por toda a vida, e com Rowan, que viaja atrás dela para protegê-la de um mal que Aelin ainda não entende completamente.
Além disso, Dorian está sendo devorado por dentro por um príncipe valg e três novas personagens são introduzidas na trama, Lysandra, Elide e Nesryn.
A história continua de onde o volume anterior terminou, pulando apenas o período que Aelin passou no mar, viajando, então é possível emendar a leitura de um livro no outro quase que imediatamente.

Vou começar com minha tradicional lista dos pontos positivos da leitura.
O desenvolvimento de Aelin. Cada traço de Celaena Sardothien foi ampliado e combinado para criar a figura de Aelin. Ela ainda é uma jovem arrogante, teimosa, corajosa e atrevida, mas ela passa por um bom desenvolvimento e torna-se uma rainha astuta, determinada e feroz. Aelin está completamente no controle e está pronta para recuperar tudo o que foi tirado dela.
E o desenvolvimento de Manon Bico Negro. Em uma outra resenha, comentei que não gostei de Manon porque achei toda aquela maldade um pouco forçada. Neste livro, eu continuo achando tudo isso mas, pelo menos, Sarah J. Maas trouxe mais profundidade à bruxa. A subplot das bruxas sendo usadas como reprodutoras dos demônios foi muito interessante de ler e me vi esperando pelo momento que ela e Aelin se encontrassem. Embora eu acredite que o encontro em si não tenha sido tão impactante como imaginei que seria, definitivamente é legal ler sobre as duas juntas, e especular o que elas farão no próximo volume.
O fim de Arobynn e a presença de Lysandra. Achei simbólico o final de Arobynn que, em certa medida, representa o fim de Celaena, quando Aelin finalmente deixa sua personalidade de Assassina para trás, abraçando definitivamente a realidade de que é uma Rainha. E, embora no começo eu não tenha gostado de Lysandra, ela foi se tornando a minha personagem preferida deste volume, sobretudo quando seu passado como metamorfa é revelado. Adorei ela e espero que ela apareça mais daqui em diante.

Por outro lado, há algumas coisas que não gostei neste livro.
O reencontro de Aelin e Chaol. Para mim, este foi um dos aspectos mais frustrantes da leitura. Eu entendo que Aelin tem seu romance com Rowan e que isso a fez superar o que ela sentia por Chaol, e eu também entendo que ele comeu o pão que o Diabo amassou e é uma pessoa diferente agora. Mas, mesmo assim, achei que faltou emoção no reencontro deles. Enquanto lia, para mim pareceu que aprópria Sarah tinha esquecido de quão intenso e verdadeiro foi o amor deles, e ambos os personagens não reagiram com a devida magnitude. E nada vai me convencer de que Aelin não teria morrido de ciúmes de Nesryn, não só a nova amante de Chaol como seu braço direito. 
Dorian emergindo das profundezas do demônio valg por um rabo de saia. Achei ridículo quando Dorian, já quase inteiramente consumido pelo demônio que o habita, ganha um pouco de consciência quando vê a linda Manon na sua frente. Seu melhores amigos não conseguiram trazê-lo de volta, nem o fato de seu amado reino estar condenado, mas ah!, os olhos de Manon!, esses sim foram fortes o suficiente.
A tensão sexual entre Aelin e Rowan. Só tenho uma palavra sobre isso: desnecessário. Quando Aelin veste a tal da camisola, então, até revirei os olhos. Bem patético. Além disso, eu detesto o relacionamento deles - acho Rowan possessivo e no limite do relacionamento tóxico/abusivo, então jamais vou superar que Aelin e Chaol não estão juntos.
O estilo/ritmo da escrita deste volume. Tive a sensação de que Sarah quis adotar um tom mais solene e grandioso enquanto escrevia este livro. Cada capítulo é subdividido em partes e ela sempre termina ests partes com uma frase de efeito ou no ápice da cena. Fazer isso uma vez ou outra ao longo da narrativa, de fato, dá à história um ritmo diferente, mas fazer isso a todo momento gera um monte de anti-clímax. A todo momento, por causa deste jeito de escrever, eu sentia como se algo muito revelador e importante fosse acontecer a seguir, mas não acontecia. E de novo, e de novo, e de novo. Lá pela metade do livro, eu já estava bem cansada da leitura.

Dos quatro volumes lidos até agora, este foi o que menos gostei, não apenas pelo ponto mencionado acima (estilo/ritmo) como também pelo excesso de diálogos e descrições. O enredo demora muito a engrenar e acho que Sarah perdeu a oportunidade de explorar mais a dinâmica entre Chaol e Rowan, ou o novo submundo dos rebeldes com Chaol na liderança. Talvez estes personagens trouxessem mais ação e mais emoção à história. E eu adoro o Chaol, senti falta dele com mais peso na trama, mas talvez isso volte a acontecer na saga.
Pretendo seguir lendo a saga até o fim porque, convenhamos, já vim até aqui e já estou na metade da série. Minhas expectativas com Sarah são flutuantes, assim como a qualidade do que ela entrega, mas sigo curiosa para saber o que ela vai trazer de novidades e desenvolvimento.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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