O que ler se você gosta de... Realismo Mágico


Realismo mágico é um dos meus temas preferidos, seja na literatura, na fotografia ou no cinema. Por isso, separei cinco recomendações de leitura que acho que merecem sua atenção.
O realismo mágico é um estilo de ficção e gênero literário que adiciona elementos mágicos a uma visão realista do mundo moderno. Apesar de incluir certos elementos mágicos, geralmente é considerado um gênero diferente da fantasia, porque o realismo mágico usa uma quantidade substancial de detalhes realistas e emprega elementos mágicos para enfatizar a realidade, enquanto as histórias de fantasia geralmente são separadas da realidade. 

"Cem Anos de Solidão", de García Marquez
A história se passa na aldeia fictícia de Macondo, onde moram apenas 300 habitantes e é bastante pacata. A aldeia foi construída por José Arcadio Buendía quando ele tentou chegar ao mar e, não conseguindo, ficou por ali mesmo e fundou o lugar. Esta cidade aparece em outros dois livros de Marquez e pequenas referências são feitas a estas obras ("A Revoada" e "A Má Hora") e dizem que Marquez se inspirou na cidade onde morou na infância.
A narrativa começa com os filhos e netos de José Arcadio Buendía e é acompanhada pela presença de Ursula, uma senhora que vive para ver todas estas gerações e tem cerca de 120 anos de idade. Por ter acompanhado toda a família Buendía, Ursula aponta que as características de todas as personagens são herança de José Arcadio: são impulsivos, trabalhadores e extrovertidos.
José Arcadio tinha um irmão que o ajudou a construir Macondo, chamado Aureliano. Tanto ele quanto suas gerações futuras são mais filosóficos, pensadores e introspectivos, ao que Ursula também observa ao longo da narrativa.
O realismo mágico acontece quando os eventos ou habilidades sobrenaturais são descritas num tom objetivo e pragmático, enquanto eventos normais da vida humana (e principalmente fatos históricos) são contados como se fossem parte de uma grande fantasia.
Para ler a resenha completa deste livro, clique aqui.

"O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman
Trata-se da história de um homem (cujo nome nunca é mencionado e essa informação não faz absolutamente falta nenhuma) que retorna ao local onde morava quando criança, na expectativa de reencontrar sua melhor amiga de infância e reviver as memórias daquela época. A narrativa, então, se volta para quando ele tinha sete anos de idade e as experiências que teve ao lado dela, em Hempstock.
O reaslimo mágico deste livro aparece quando o leitor não consegue discernir o que é imaginação do que é realidade nas lembranças do protagonista. Eventos cotidianos são entremeados com relatos de bruxas e monstros que, muitas vezes, parecem mais verossímeis do que os acontecimentos triviais dele.
Para saber mais sobre este livro, veja este post (um dos primeiros do blog!).

"A Metamorfose", de Franz Kafka
Gregor Samsa é um comerciante que viaja por todo o país vendendo e comprando objetos raros. Um dia, ele acorda para trabalhar e descobre que se transformou em um inseto. O livro começa já com os dois pés no absurdo, inserindo o leitor na trama fantástica logo no primeiro capítulo. Em nenhum momento, Kafka deixa claro em qual inseto Samsa se transformou, mas normalmente, pelas descrições do inseto em questão, deduz-se que foi em uma barata.
Conformado, Samsa decide que, uma vez que não sabe o que fazer para voltar em sua forma física original, é melhor se acostumar se adaptar à nova ordem das coisas.
Kafka é bastante reconhecido por usar realismo mágico em quase todas as suas narrativas e, aqui, este componente aparece quando Kafka mantém seus pensamentos e sentimentos humanos mesmo quando experiencia o mundo como uma barata.
Para ler mais sobre Kafka, recomendo este post.

"A Mulher do Viajante no Tempo", de Audrey Niffenegger
Este livro é narrado pelo ponto-de-vista de duas personagens: Henry deTamble, o viajante do tempo, e Clare, sua esposa. Quando Henry narra, ele dá maiores explicações de como funcionam as viagens no tempo, enquanto Clare traz a perspectiva de quem vive esperando o marido retornar destas insólitas viagens. 
Henry tem uma doença genética que permite que ele viaje pelo tempo. É um gene extra no seu DNA, ainda não identificado. Suas viagens no tempo costumam acontecer quando ele está nervoso, estressado ou triste, e ele não tem nenhum controle para onde ou quando irá viajar. De forma geral, ele retorna para o passado, revivendo momentos-chave de sua vida.
Eu adoro o realismo mágico deste livro porque Audrey mistura eventos históricos com as viagens no tempo e as experiências de Clare. É um livro que super recomendo e você pode ler a resenha completa dele aqui.

"O Urso e o Rouxinol", de Katherine Arden
O romance começa com uma introdução à casa de Pyotr Vladimirovich. Sua esposa, Marina Ivanovna, filha do Grande Príncipe de Moscou, Ivan I, e seus quatro filhos, Kolya, Sasha, Olga e Alyosha, estão amontoados em volta do forno da cozinha, ouvindo histórias contadas pela governanta Dunya. 
Depois que as crianças dormem, Marina segue para o quarto, onde ela informa ao marido que está novamente grávida. Isso coloca um problema para a família, porque não se espera que Marina sobreviva a outra gravidez. No entanto, ela está determinada a cuidar do nascimento do seu quinto filho, porque pode sentir que essa filha terá poderes especiais. Para tristeza de sua família, ela realmente morre no parto, e sua filha se chama Vasilisa, apelidada de Vasya.
O realismo mágico fica por conta dos seres folclóricos que Vasya encontra na sua casa e na floresta, seres estes que fazem aparte da cultura e da história da Rússia.
Embora eu não tenha gostado muito deste livro, achei ele um bom exemplo do tema deste post e você ler a resenha completa aqui.

Você conhece mais algum livro neste tema que gostaria de compartilhar? Deixe aí nos comentários que vou adorar saber!

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