E com o término da leitura de "Invenção e Memórias", chego ao fim da minha saga de ler todas as obras de Lygia Fagundes Telles, e sinto que encerrei esta saga em grande estilo.
Para ver as resenhas dos outros livros de Lygia, navegue pelos links abaixo. Nem todos viraram post aqui no Perplexidade e Silêncio porque muitos deles eu li na escola e na faculdade, numa época remota da Humanidade onde não havia internet.
Já Li #168 - Seminários dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles
Já Li #158 - O Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles
Sugestão de Leitura | A Noite Escura e Mais Eu, de Lygia Fagundes Telles
Para ver as resenhas dos outros livros de Lygia, navegue pelos links abaixo. Nem todos viraram post aqui no Perplexidade e Silêncio porque muitos deles eu li na escola e na faculdade, numa época remota da Humanidade onde não havia internet.
Já Li #168 - Seminários dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles
Já Li #158 - O Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles
Sugestão de Leitura | A Noite Escura e Mais Eu, de Lygia Fagundes Telles
Publicado em 2000, "Invenção e Memória" foi uma leitura fácil. Os contos são mais curtos, o que foi um alívio depois da tortuosa leitura de "A Estrutura da Bolha de Sabão".
Para esta resenha, separei os contos de que mais gostei.
"Suicídio na Granja" conta a história de um galo, chamado Aristóteles, que fica profundamente triste depois que seu amigo ganso, Platão, morre. Uma menina, cujo nome não sabemos, narra os eventos entre o galo e o ganso, e ela observa que o galo morre de tristeza, e sua imaginação infere que o galo se matou no tanque de água. Espantada com estes acontecimentos, a menina busca o pai para entender o que acontece com a alma de alguém que comete suicídio, pergunta para qual o pai não tem resposta. Ela então fica refletindo sobre essas questões, sem chegar a nenhuma conclusão ao final do conto.
Para esta resenha, separei os contos de que mais gostei.
"Suicídio na Granja" conta a história de um galo, chamado Aristóteles, que fica profundamente triste depois que seu amigo ganso, Platão, morre. Uma menina, cujo nome não sabemos, narra os eventos entre o galo e o ganso, e ela observa que o galo morre de tristeza, e sua imaginação infere que o galo se matou no tanque de água. Espantada com estes acontecimentos, a menina busca o pai para entender o que acontece com a alma de alguém que comete suicídio, pergunta para qual o pai não tem resposta. Ela então fica refletindo sobre essas questões, sem chegar a nenhuma conclusão ao final do conto.
"Heffman", também narrado em primeira pessoa por uma personagem que não sabemos o nome, frequentadora assídua da Livraria Jaraguá, é convidada por Alfredo Mesquita para estrelar uma peça de teatro, interpretando o papel de namorada do protagonista, o Heffman. Em meio aos "intelectuais de esquerda", ela se sente deslocada, e aos poucos chega à conclusão de que é uma farsa. O ponto alto do conto é quando, ao final dele, sutilmente Lygia nos deixa saber que este relato é uma memória distante, que todos já estão mortos há muito tempo, e no final das contas ser uma farsa não é tão ruim assim.
"O Menino e o Velho" é uma mini história de mistério. Uma mulher vai frequentemente ao mesmo restaurante e vê um velho e um menino sentados em uma mesa. O menino parece estar em condição de pobreza, o o homem aparenta ser rico e estar cuidando do menino. Tempos depois, ela os vê novamente, e agora o menino está usando roupas novas e de marca, e ela percebe que a dinâmica entre os dois mudou bastante desde o último encontro. Até que, em uma última visita, a narradora descobre que o menino matou o velho enforcado. Achei um plot twist sensacional, jamais esperei por isso.
E, por fim, "A Chave na Porta". Em um dia de chuva, a protagonista reencontra um amigo de faculdade que não vê há anos, e ele lhe oferece uma carona. Ela aceita e eles vão conversando durante o percurso até sua casa mas, quando ela vai abrir a porta, percebe que esqueceu a chave de casa no carro dele. Ele havia comentado onde morava e ela resolve ir até lá para pegar sua chave de volta e, quando chega lá, descobre que o amigo de faculdade tinha morrido há anos.
Lygia sempre me surpreende com sua capacidade impressionante de condensar, em pouquíssimas páginas, um worldbuilding inteiro. Ela não precisa de mais do que um parágrafo para construir uma personagem completa e única, isso sem falar na sua habilidade descritiva de cenários e atmosferas. E aqui, neste livro, senti como se Lygia tivesse atingido o auge desta capacidade.
Lygia sempre me surpreende com sua capacidade impressionante de condensar, em pouquíssimas páginas, um worldbuilding inteiro. Ela não precisa de mais do que um parágrafo para construir uma personagem completa e única, isso sem falar na sua habilidade descritiva de cenários e atmosferas. E aqui, neste livro, senti como se Lygia tivesse atingido o auge desta capacidade.
Recomendo a leitura.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5
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