Depois de 3.973 páginas, cheguei à leitura do sexto volume da saga A Roda do Tempo, "O Senhor do Caos" de Robert Jordan. Alta fantasia de excelente qualidade para leitores persistentes!
Robert Jordan começou a escrever esta saga em 1984, com o lançamento de "O Olho do Mundo". Em 2007, ele morreu, enquanto escrevia o décimo segundo - e último - livro da saga. Suas anotações foram repassadas a Brandon Sanderson, presença constante aqui no blog, que transformou este último livro em três volumes, estendendo a saga para quinze livros. Bom, e muito orgulhosamente, cheguei ao sexto volume! Como vocês podem ver pela foto de abertura deste post, cada livro é imenso, afinal, estamos falando de Alta Fantasia. Se você não sabe o que é o gênero Alta Fantasia, clique aqui.
Caso você esteja curioso sobre as premissas da saga, sugiro ir para este link. Nele, explico direitinho o que é a série "A Roda do Tempo" e porque a considero tão incrível.
Se você quiser ler a resenha do volume anterior "As Chamas do Paraíso", clique aqui.
Como a saga é enorme, vou partir do princípio que você chegou até aqui porque leu os livros anteriores ou porque, pelo menos, você tem algum conhecimento prévio deste maravilhoso mundo de Jordan.
A cada livro, Robert Jordan concentra as atenções em alguma personagem. Neste volume, Rand al'Thor retorna como o grande protagonista. Embora contrariado, ele se alia a Mazrim Taim, um dos falsos Dragões Renascidos. Mazrim Taim apareceu nos volumes anteriores, mas nunca ganhou muito destaque. Neste sexto volume, no entanto, ele ganha prioridade na trama e constrói para Rand al'Thor um exército, e eu achei esse exército sensacional. Mazrim sai em busca de homens que canalizam o Poder, eles são nomeados como Asha'man e se tornam a força antagônica às Aes Sedai. O local onde eles treinam é chamado de Torre Negra, em oposição à Torre Branca. Já estava na hora!
As Aes Sedai estão divididas em dois grupos: as Aes Sedai rebeldes, ou seja, que não concordaram com a Ajah Negra no poder, estão baseadas em Salidar. As Aes Sedai da Ajah Negra continuam no domínio da Torre Negra, mas mandam espiãs para Cairhien, onde elas suspeitam que al'Thor está. As Aes Sedai rebeldes tentam se afiliar a al'Thor e, inclusive, nomeiam Ewgene como a Trono de Myrlin, mas por causa de um incidente diplomático al'Thor não se aproveita desta aliança e é preso pelas Aes Sedai da Torre Branca.
Infelizmente, meu ta'veren preferido, Perrin Aybara, pouco aparece na trama. Apenas ficamos sabendo que ele retorna de Campo de Elmond para ajudar al'Thor que, sem nenhum remorso, joga Perrin no meio da guerra entre as Aes Sedai. Suas passagens pela estória são breves e ficaram focadas no ciúme de sua esposa, Faile, pela governante de Cairhien. Achei um desperdício de uma personagem tão interessante. E também lamentei a presença rápida do Ogier Loial, que ainda está em busca de conhecer o mundo todo. Adoro Loial e, por mim, haveria uma saga só para ele.
Outro ta'veren, Mat Cauthon, também aparece esporadicamente, mas com mais frequência do que Perrin. Mat fica responsável por levar Elayne ao seu trono em Andor, que lhe é de direito. Contudo, Elyane e Nynaeve o convencem de que, antes de ir para Andor, elas precisam encontrar um importante ter'angreal, que será responsável por restituir o equilíbrio climático no mundo. Tal equilíbrio foi rompido com a crescente dominação do Mal e dos Abandonados. A dinâmica entre Mat, Elayne e Nynaeve continua rendendo ótimos momentos na trama.
Desde o volume anterior, os Abandonados começaram a aparecer com mais notoriedade. Neste sexto volume, isso continuou acontecendo mas ainda sinto que Jordan estava guardando "as cartas na manga". Há tantas criaturas das sombras muito interessantes acontecendo na saga e elas mal aparecem. Espero, sinceramente, que elas comecem a ganhar destaque nos próximos volumes. E, por mais controverso que isso possa soar, adoro os Abandonados e queria ver suas personalidades e identidades sendo mais exploradas.
Por fim, outra personagem carismática que ressurge é Min, agora ao lado de al'Thor, dividindo seu amor e atenção com Aviendha, a Aiel responsável por vigiá-lo.
A consistência da escrita de Jordan é notável. Página após página, ele mantém a coesão de uma estória que é tremendamente complexa, profunda e intrincada, sem deixar buracos na plot. Admiro tanto a capacidade de escrita dele que chega a doer. E, não importa quanto tempo passe entre as leituras ou quantas páginas precisemos encarara para o próximo volume, as personagens são tão bem construídas e tão ricas que lembramos delas imediatamente, como se tivéssemos acabado de ler o quinto volume.
Com isso, devorei as 1.050 páginas deste sexto volume e mal posso esperar pelo sétimo!
Costumo dizer que que prefiro Jordan e George R. R. Martin e aqui explico os motivos.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio:
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