Já Li #99 - Kingdom of Fire, vol. 2 - Um Veneno Sombrio e Sufocante, de Jessica Cluess
Na resenha de hoje, temos a continuação da trilogia Kingdom of Fire, escrita por Jessica Cluess. No segundo volume, Um Veneno Sombrio e Sufocante, a jornada de Henrietta Howel no mundo dos feiticeiros continua.
Se você quer saber mais sobre o primeiro volume, veja:
"Kingdom of Fire" é uma trilogia de fantasia à moda antiga. Há criaturas sombrias e malignas que ameaçam a integridade do mundo, fadas, duendes, magos e feiticeiros. E, ainda que Cluess se valha de alguns elementos que já vimos bastante por aí, ela escapa dos clichês e evita o marasmo. Há muitas cenas de ação e suspense, o que engrancedem a narrativa.
Em "Um Veneno Sombrio e Sufocante", a estória continua exatamente de onde parou no volume anterior. Assim, Henrietta agora carrega o fardo de ter sido nomeada a Escolhida na luta contra os Ancestrais. Embora, no fundo, ela saiba que não foi escolhida para nada, Henrietta não pode criar objeções, pois este título é a única coisa que impede que a Ordem dos feiticeiros a mate. Além disso, um dos Ancestrais - Rh'lem - manda uma mensagem para a Orden avisando que, enquanto Henrietta não se entregar, ele irá devastar toda a Inglaterra.
Henrietta, como boa heroína que é, não desanima diante destes percalços. Ao contrário, ela se sente ainda mais motivada para combater os Ancestrais e, mais do que isso, contestar a suposta cega obediência que deveria ter em relação a Ordem.
Ela e seus amigos - Blackwood, Magnus, Dee - saem em busca do paradeiro de Strangeway, um mago que poderia auxiliá-los a combater os Ancestrais. No entanto, Strangeway morreu, e tudo o que o grupo encontra são armas misteriosas e esquisitas que eles não sabem como usar.
Em paralelo, Rook está cada vez pior. As sombras o estão consumindo inteiramente, mas Henrietta não desiste de ajudá-lo e até promete se casar com ele. Quem acompanha o blog sabe que não tenho muita paciência para romances, então não posso dizer que o tão esperado beijo deles me comoveu. Mas a lealdade é uma das principais características de Henrietta, então faz sentido que ela se apegue ao seu melhor amigo de infância.
Duas adições de personagens fizeram muito bem ao enredo. São elas Mab e Maria.
Mab é uma fada que, como preço para que suas estradas sejam usadas, rouba um pedaço da alma de alguém. Mab exige que este pedaço seja feito de uma memória feliz da pessoa. Embora Henrietta prontamente se ofereça ao sacrifício, Mab fica interessada por Magnus, mas o leitor (ainda) não sabe qual foi a lembrança feliz que a fada acessou. Cluess garante que isso será desenvolvido no terceiro volume.
Maria é uma bruxa que segue o grupo na busca por Strangeway. Sua personalidade é ótima e ela tem uma boa dinâmica com Henrietta. É difícil saber se Maria é "do bem" ou "do mal", porque Cluess, muito espertamente, coloca ela numa zona cinza. E acho que Maria irá aparecer muito mais no livro três.
Agora, falemos de Blackwood. No primeiro volume, ele foi minha personagem preferida, ainda que seu arco não tive muito desenvolvimento. Porém, neste livro, achei que Blackwood roubou a cena. Aos poucos, ele se torna um excelente anti-herói, um antagonista inesperado e muito sedutor. Não sei o que Cluess planeja para o futuro dele, mas sinceramente espero que ele brilhe ainda mais. Há quem não tenha gostado de algumas "vilanices" que ele comete, mas eu achei elas totalmente coerentes com sua personalidade.
Desta forma, Cluess me manteve interessada em finalizar a trilogia, não apenas por Henrietta - que é uma ótima protagonista - como também para saber os destinos de Magnus e Blackwood. A reviravolta referente ao pai de Henrietta (não vou dar spoilers) também me deixou muito intrigada. É uma leitura que continuo recomendando.
1 Comments
Você sabe se já tem o terceiro livro em português?
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