Na resenha de hoje, falarei sobre a primeira obra de Sarah Penner que tive a oportunidade de ler, "A Sociedade Oculta de Londres".
Publicado em 2023, a história de "A Sociedade Oculta de Londres" acontece no ano de 1873, na época vitoriana - o que, inclusive, me lembrou que aqui no Perplexidade e Silêncio temos um post da Deborah Mundin chamado "8 fatos sobre a Era Vitoriana que me deixaram puta".
Lenna Wickes veio a Paris para encontrar respostas sobre a morte de sua irmã, Evie, mas para isso ela deve superar seu próprio preconceito lógico contra o ocultismo. Quando Vaudeline é chamada à Inglaterra para resolver o assassinato de grande repercussão de Sr. Wolckman, e Lenna a acompanha como substituta, em uma tentativa de se aproximar do ocultismo ainda mais. Alguns capítulos são narrados em terceira pessoa, do ponto-de-vista de Lenna.
Há também o enredo narrado através da perspectiva de Sr. Morley, em primeira pessoa. Ele é o Vice-Presidente da Sociedade Mediúnica de Londres, responsável pelo departamento de Espiritualismo. Seu antecessor, o Sr. Wolckman, foi brutalmente assassinado, e foi Morley quem descobriu o corpo na adega de sua casa. Os membros da Sociedade esgotam todos os meios para estabelecer contato com o espírito de Wolckman, até mesmo colaborando com as autoridades, mas os seus esforços revelam-se infrutíferos na descoberta da identidade do assassino. É aí que Sr. Morley contrata os serviços de Vaudeline, reconhecida como uma das melhores médiuns da Europa.
A ambientação da história é interessante, fazia tempo que eu não lia um enredo desenvolvido na era vitoriana, e também gostei do tema ao redor das sessões mediúnicas - as séances - que eram muito populares no século 19. Porém, o mérito do livro termina aí, infelizmente. Ele é fraco e não se sustenta por diversos motivos, e tentarei resumi-los.
Publicado em 2023, a história de "A Sociedade Oculta de Londres" acontece no ano de 1873, na época vitoriana - o que, inclusive, me lembrou que aqui no Perplexidade e Silêncio temos um post da Deborah Mundin chamado "8 fatos sobre a Era Vitoriana que me deixaram puta".
Lenna Wickes veio a Paris para encontrar respostas sobre a morte de sua irmã, Evie, mas para isso ela deve superar seu próprio preconceito lógico contra o ocultismo. Quando Vaudeline é chamada à Inglaterra para resolver o assassinato de grande repercussão de Sr. Wolckman, e Lenna a acompanha como substituta, em uma tentativa de se aproximar do ocultismo ainda mais. Alguns capítulos são narrados em terceira pessoa, do ponto-de-vista de Lenna.
Há também o enredo narrado através da perspectiva de Sr. Morley, em primeira pessoa. Ele é o Vice-Presidente da Sociedade Mediúnica de Londres, responsável pelo departamento de Espiritualismo. Seu antecessor, o Sr. Wolckman, foi brutalmente assassinado, e foi Morley quem descobriu o corpo na adega de sua casa. Os membros da Sociedade esgotam todos os meios para estabelecer contato com o espírito de Wolckman, até mesmo colaborando com as autoridades, mas os seus esforços revelam-se infrutíferos na descoberta da identidade do assassino. É aí que Sr. Morley contrata os serviços de Vaudeline, reconhecida como uma das melhores médiuns da Europa.
A ambientação da história é interessante, fazia tempo que eu não lia um enredo desenvolvido na era vitoriana, e também gostei do tema ao redor das sessões mediúnicas - as séances - que eram muito populares no século 19. Porém, o mérito do livro termina aí, infelizmente. Ele é fraco e não se sustenta por diversos motivos, e tentarei resumi-los.
O primeiro problema, para mim, foi o excesso de explicações. Senti como se Penner estivesse subestimando não só minha inteligência, mas também minha memória e meu raciocínio lógico. Houve momentos que Penner acabava de nos apresentar uma descoberta de Lenna e, logo depois, parágrafos adiante ou no capítulo seguinte, Penner repetia e reexplicava tudo outra vez - e ela fez isso várias e várias vezes ao longo da narrativa, o que deixou a leitura muita cansativa, e até mesmo boba. Cheguei a me perguntar se eu estava lendo algum livro infantil, mas aí lembrava da cena de masturbação inicial (completamente fora de contexto) e me lembrava que não. Era só Penner sendo uma escritora fraca mesmo.
O segundo problema, e este é maior que o primeiro, é que não há nenhum suspense numa história que deveria ser de suspense. Quando Lenna descobria algo sobre a morte de Evie, ou quando o Sr. Morley nos fornecia um pedaço do quebra-cabeças através de seus capítulos, não senti surpresa, ou encantamento, ou mesmo interesse. E de novo coloco a responsabilidade disso na escrita de Penner, que falhou ao construir o clímax, assim como falhou ao trazer a atmosfera de mistério que um thriller merece. A escrita me soou sem vida e sem personalidade, e mesmo o cenário vitoriano pareceu moderno demais.
Quando finalmente descobrimos o que aconteceu com Evie e com o Sr. Wolckman, não senti absolutamente nada, apenas um alívio de que a história estava chegando ao fim.
Existe certo mérito em Lenna e Sr. Morley. Eles são personagens bastante diferentes, e achei interessante o contraste entre ambos. Eu gostaria de ter lido mais sobre Vaudeline, além da camada sedutora que Penner criou, parecia haver muito potencial ali.
No final das contas, o que eu senti foi que Penner não estava preparada para construir a história que ela imaginou. Faltou uma certa qualidade técnica, que deixou a coisa toda com um ar amador e, por isso, não é uma leitura que recomendo.
O segundo problema, e este é maior que o primeiro, é que não há nenhum suspense numa história que deveria ser de suspense. Quando Lenna descobria algo sobre a morte de Evie, ou quando o Sr. Morley nos fornecia um pedaço do quebra-cabeças através de seus capítulos, não senti surpresa, ou encantamento, ou mesmo interesse. E de novo coloco a responsabilidade disso na escrita de Penner, que falhou ao construir o clímax, assim como falhou ao trazer a atmosfera de mistério que um thriller merece. A escrita me soou sem vida e sem personalidade, e mesmo o cenário vitoriano pareceu moderno demais.
Quando finalmente descobrimos o que aconteceu com Evie e com o Sr. Wolckman, não senti absolutamente nada, apenas um alívio de que a história estava chegando ao fim.
Existe certo mérito em Lenna e Sr. Morley. Eles são personagens bastante diferentes, e achei interessante o contraste entre ambos. Eu gostaria de ter lido mais sobre Vaudeline, além da camada sedutora que Penner criou, parecia haver muito potencial ali.
No final das contas, o que eu senti foi que Penner não estava preparada para construir a história que ela imaginou. Faltou uma certa qualidade técnica, que deixou a coisa toda com um ar amador e, por isso, não é uma leitura que recomendo.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 2/5
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