A resenha de hoje, já adianto, é sobre uma decepção. A premissa de "As Últimas Crianças de Tóquio", de Yoko Tawada, chamou muito minha atenção, mas infelizmente a execução ficou a desejar. Neste post, falarei um pouco sobre a obra.
Publicado em 2014, "As Últimas Crianças de Tóquio" estabelece um futuro distópico onde o ar e a água ficaram envenenados, o que trouxe uma mudança drástica não apenas na configuração geográfica e política do mundo, mas também na constituição física das pessoas. Assim, as pessoas que já eram idosas na época deste incidente tornaram-se praticamente imortais, e alguém com 150 anos de idade é considerado jovem. Por outro lado, quem nasceu depois deste incidente apresenta uma saúde muito frágil, e cada geração é mais frágil que a anterior, ao ponto que já se sabe que, num dado momento, somente os idosos permanecerão vivos.
Aqui vem a primeira crítica ao livro, logo no parágrafo de introdução da resenha. Eu só fui capaz de explicar a vocês o contexto da história porque eu li artigos sobre a obra. Enquanto eu lia o livro, nada disso ficou claro, e eu passei uma grande parte da leitura sem entender nada deste mundo distópico. É possível apreender o que os personagens experienciam, mas nada em relação à construção do universo é claro, o que prejudica muito o andamento e o engajamento com a narrativa.
Publicado em 2014, "As Últimas Crianças de Tóquio" estabelece um futuro distópico onde o ar e a água ficaram envenenados, o que trouxe uma mudança drástica não apenas na configuração geográfica e política do mundo, mas também na constituição física das pessoas. Assim, as pessoas que já eram idosas na época deste incidente tornaram-se praticamente imortais, e alguém com 150 anos de idade é considerado jovem. Por outro lado, quem nasceu depois deste incidente apresenta uma saúde muito frágil, e cada geração é mais frágil que a anterior, ao ponto que já se sabe que, num dado momento, somente os idosos permanecerão vivos.
Aqui vem a primeira crítica ao livro, logo no parágrafo de introdução da resenha. Eu só fui capaz de explicar a vocês o contexto da história porque eu li artigos sobre a obra. Enquanto eu lia o livro, nada disso ficou claro, e eu passei uma grande parte da leitura sem entender nada deste mundo distópico. É possível apreender o que os personagens experienciam, mas nada em relação à construção do universo é claro, o que prejudica muito o andamento e o engajamento com a narrativa.
O livro começa narrado do ponto-de-vista de Yoshiro. Ainda jovem, Yoshiro completou recentemente cem anos de idade, e cuida de Mumei, seu bisneto. Mumei tem a saúde extremamente frágil - não consegue comer, não consegue engolir água, não fica em pé sozinho, etc - e Yoshiro se consome de preocupação com o futuro de Mumei e de toda sua família. Aos poucos, o autor traz a história dos outros personagens, ou seja, do restante da família de Yoshiro, e assim sabemos mais sobre o passado da mãe e do pai de Mumei.
Insiro aqui outra crítica. Não acho que Tawada fez um bom trabalho na construção das personagens. Yoshiro tem um papel interessante, uma vez que ele é a ponte (para o leitor) entre o passado e o presente, e ele seria o personagem que nos explicaria o que aconteceu, o que não funcionou. Mumei ganha destaque e personalidade na parte final do livro, mas até lá eu já estava completamente entediada e já não me importava com mais nada. O restante da família de Yoshiro como, por exemplo, sua esposa, também não apresenta o aprofundamento que uma ficção-especulativa pede.
E aí temos outro ponto. Ficção-especulativa e distopias pedem uma atmosfera própria. O ambiente da história faz toda a diferença, porque é ele que dará ao leitor o peso e a opressão da história e do universo criado. Tawada peca muito nisso. O autor só comenta sobre fronteiras geográficas e impactos econômicos, mas não tem nada de ambientação que caracterize o incidente que mencionei lá no começo. Não consegui imaginar como seria essa Tóquio nova, e isso é culpa do autor.
Tudo isso somado ao fato de que é uma história linear. Não existem pontos de clímax, nem ação ou algum tipo de antagonismo que faça a narrativa avançar. A leitura é chata, arrastada e entediante.
Assim, não é uma leitura que recomendo.
Insiro aqui outra crítica. Não acho que Tawada fez um bom trabalho na construção das personagens. Yoshiro tem um papel interessante, uma vez que ele é a ponte (para o leitor) entre o passado e o presente, e ele seria o personagem que nos explicaria o que aconteceu, o que não funcionou. Mumei ganha destaque e personalidade na parte final do livro, mas até lá eu já estava completamente entediada e já não me importava com mais nada. O restante da família de Yoshiro como, por exemplo, sua esposa, também não apresenta o aprofundamento que uma ficção-especulativa pede.
E aí temos outro ponto. Ficção-especulativa e distopias pedem uma atmosfera própria. O ambiente da história faz toda a diferença, porque é ele que dará ao leitor o peso e a opressão da história e do universo criado. Tawada peca muito nisso. O autor só comenta sobre fronteiras geográficas e impactos econômicos, mas não tem nada de ambientação que caracterize o incidente que mencionei lá no começo. Não consegui imaginar como seria essa Tóquio nova, e isso é culpa do autor.
Tudo isso somado ao fato de que é uma história linear. Não existem pontos de clímax, nem ação ou algum tipo de antagonismo que faça a narrativa avançar. A leitura é chata, arrastada e entediante.
Assim, não é uma leitura que recomendo.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 2/5
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