Já Li #187 - Magisterium, Vol. 4: A Máscara de Prata, de Holly Black e Cassandra Clare

 

Seguindo na leitura da saga Magisterium, hoje a resenha é do quarto volume, "A Máscara de Prata", de Holly Black e Cassandra Clare.

Para ler as análises dos outros volumes, navegue pelos links abaixo:
Já Li #179 - Magisterium, Vol.1: O Desafio de Ferro, de Holly Black e Cassandra Clare
Já Li #182 - Magisterium, Vol.2: A Luva de Cobre, de Holly Black e Cassandra Clare
Já Li #184 - Magisterium, Vol. 3: A Chave de Bronze, de Holly Black e Cassandra Clare

O quarto volume da saga começa logo após a morte de Aaron. Call está preso, pois foi acusado pela morte do amigo, e ninguém o visita na prisão desde o acontecido. Ele acredita que tanto Tamara quanto seu pai vão abandoná-lo na prisão. Mas é claro que essa situação muda rapidamente, e logo nos primeiros capítulos Call é libertado por Tamara, que o ajuda a fugir, bem no momento em que Jasper o visitava.

A primeira metade da história, então, é basicamente sobre Call que agora está sob a tutela de Alex, que tem a difícil missão de ensiná-lo a reviver os mortos, como Constantine um dia tentou fazer. Alex é orgulhoso, e seu ego está ferido por não ter se tornado tão poderoso como gostaria depois de absorver os poderes de Aaron. De fato, Alex transmite zero energia de Makar, e eu acredito que isso seja algo proposital de Black e Clare. 
Em paralelo, temos o improvável e desnecessário desenrolar do romance entre Tamara e Call. Talvez não seja tão improvável assim, é verdade, mas de toda forma achei que não cabia neste momento do enredo, além de não adicionar nada novo à dinâmica dos personagens. Tamara já moveria montanhas por Call de qualquer forma, por ser amiga dele, então não vejo como a adição de umas bitocas poderia contribuir mais para o relacionamento entre os dois. 
Por isso, a leitura desta primeira metade foi um pouco arrastada, pois acredito que as escritoras tomaram tempo demais contextualizando o novo cenário de Call. Esta contextualização poderia ter sido feita de uma maneira mais interessante, talvez com conflitos entre Call e Tamara, ou adicionando uma camada de personalidade nova em Alex. 

Bom, passada esta primeira metade, a história aponta para a crise existencial de Call, que começa a perceber dentro de si alguns pedaços de Constantine. Aqui temos algo muito similar ao conflito interno de Harry Potter, quando ele tem pensamentos mais perversos e descobre em si um pouco de Sonserina. Gostei um pouco mais deste enredo, embora o tom infanto-juvenil da saga não permita que as escritoras realmente explorem esse lado mais obscuro de Call. 
A partir daí, Call enfrenta um dilema a respeito de ressurreição dos mortos, e como isso será usado por todas as figuras de autoridade ao seu redor. Call demora a entender qual é sua própria opinião a respeito deste assunto, até que finalmente toma uma decisão, que se mostra um grande erro. Quando o protagonista erra, eu gosto, pois aí é uma certeza de que os escritores terão um ângulo a desenvolver pelas próximas páginas.

Eu não quero dar spoilers, mas preciso dizer que a melhor parte da história do quarto volume é Aaron. Saber o que aconteceria a ele me deixou entretetida.

Este volume nada mais é do que uma ponte para o final, e cumpre seu papel de definir qual será o cenário para o fim da saga. Não é excelente, longe disso, mas não é ruim. Também não é marcante. Acho que Black e Clare desperdiçaram alguns potenciais dele, não sei se por pressa de chegar logo ao quinto volume ou se por preguiça - afinal, começar a desenvolver plots novas a essa altura do campeonato me daria preguiça também. É um livro filler que vale a pena ler, se você já chegou até aqui.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

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