Top 5 | Cinco livros que mudaram minha vida


Tenho o Perplexidade e Silêncio há sete anos e sempre fugi deste tema, "os livros que mudaram minha vida", por achar algo meio clichê. No entanto, nos últimos tempos, tenho refletido bastante sobre o poder da literatura e, assim, parece que o momento de fazer esta lista chegou.

Acho que o ponto mais importante nesta discussão é que, quando um livro muda a sua vida, não necessariamente significa que o livro, em si, é bom. Pode ser que a estória não seja tão bem escrita ou mesmo que o enredo tenha falhas pelo caminho mas, ainda assim, o componente emocional da narrativa encontrou ressonância dentro de nós. 
E outro ponto que faz sentido neste contexto é que, quando lemos um livro, estamos inseridos num determinado momento de nossas vidas. Pode ser que o mesmo livro, em outro momento, não mexa conosco ou não tenha a mesma força para nós.
Assim, quando montei esta lista, procurei escolher um livro para cada momento da minha vida.

1. O Diário de Anne Frank
Tenho uma relação muito íntima com este livro. Ganhei ele de presente da minha vó, quando eu tinha mais ou menos a idade de Anne e foi um dos primeiros livros que li na vida. 
Apesar de Anne ter vivido na época da Segunda Guerra Mundial (coisa que eu nunca vou conseguir apreender inteiramente), ela tinha as mesmas preocupações, os mesmos problemas e as mesmas melancolias que eu. Lembro que ler seu diário me trazia um conforto esquisito, e ficava pensando que talvez eu não fosse tão esquisita assim, afinal de contas. Era como ela fosse minha amiga e escrevesse para mim, me fazendo companhia em momentos muitos difíceis. Para ler a resenha completa, clique aqui.

2. As Brumas de Avalon, de Marion Z. Bradley
Foi por causa desta quadrilogia que eu descobri meu amor pela Fantasia. E, mais do que isso, me trouxe uma visão mais ampla sobre religião, espiritualidade, sexualidade e história.
Ganhei os livros de um amigo de uma amiga da minha mãe, quando eu tinha dez anos de idade, depois de uma longa conversa que tivemos sobre minha dificuldade em aceitar o que eu estava aprendendo no catecismo. (Sim, eu já era uma pessoa existencial e filosófica aos dez anos de idade, o que não era exatamente um passe livre para a popularidade na escola). Ele me entendeu, melhor do que eu mesma na época, e estes livros foram um refúgio e uma salvação por muito, muito tempo. Para ler mais sobre essa quadrilogia, clique aqui.

3. Água Viva, de Clarice Lispector
Alguns anos depois, quando entrei na faculdade, estava ansiosa por uma oportunidade de ser eu mesma, longe das pessoas que tinham me visto crescer e que ainda tentavam me colocar nas "caixinhas" dos estereótipos. Foi um momento, ao mesmo tempo, libertador e assustador (mas vai ver a liberdade sempre assusta, não é?).
Além disso, foi a época em que comecei a levar mais a sério minha escrita e estava tentanto encontrar meu estilo e minha voz. Por isso, ter me deparado com Clarice Lispector foi uma das melhores descobertas de toda a minha vida.
A sensação que tive quando li este livro foi a de que eu estava voltando para casa, depois de ter ficado perdida por um longo e tortuoso período.
Falei mais sobre esse livro aqui.

4. Saga A Torre Negra, de Stephen King
Se "As Brumas de Avalon" me apresentaram ao maravilhoso mundo da Fantasia, esta série me apresentou a Fantasia Épica. São sete livros que devorei em menos de um ano, completamente embriagada pela estória perfeita e maravilhosa que King criou aqui, depois de mais de vinte anos de trabalho.
Além disso, Roland de Gillead, o protagonista, me acompanhou através de uma das fases mais sombrias da minha vida, quando eu lutava diariamente contra a depressão. E não tenho dúvida de que as coisas teriam sido muito piores se não tivesse conhecido esta saga.
Para ler mais sobre os livros, clique aqui.

5. Eleanor Oliphant Está Muito Bem, de Gail Honeyman
Este livro é a aquisição mais recente desta lista, pois fui apresentada à incrível Eleanor apenas há alguns meses.
A estória de Gail Honeyman me fez pensar sobre o produto que nos transformamos na vida adulta, depois de tudo o que vivemos ao longo da infância e da adolescência. Frequentemente me vejo diante de situações, no trabalho e na vida pessoal, que me fazem pensar: como será que as pessoas que são diferentes de mim lidam com isso? E também frequentemente minha resposta é: melhor do que eu, com certeza.
Mas ao terminar de ler este livro, me senti abraçada, como se alguém me dissesse que, no final das contas, depois de tudo, eu me saí bem. Está tudo bem.
Para ler a resenha completa, clique aqui.

E para você, quais foram as leituras realmente fortes da sua história?

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