Já Li #174 - A Roda do Tempo, Vol.8: O Caminho das Adagas, de Robert Jordan

 


A saga continua! Mais de nove mil páginas depois, enfim chegou ao oitavo volume da saga "A Roda do Tempo", intitulado "O Caminho das Adagas", de Robert Jordan.

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Você também pode conferir informações sobre o autor, a saga publicada no Brasil até agora, e a série para TV neste link da Editora Intrínseca.

Em "O Caminho das Adagas", Elayne e Nynaeve se juntam às mulheres canalizadoras do Povo do Mar e do Círculo do Tricô, uma aliança onde os conflitos entre os três núcleos são constantes e, muitas vezes, impossíveis de resolver - e, enfim, chove, graças a um ritual feito por elas.. Egwene, agora Trono de Amyrlin, ainda precisa enfrentar Elaida e as outras Aes Sedai da Torre Branca que não reconhecem seu título. Rand e seu exército Asha´man precisam impedir o avanço dos Seanchan e Perrin tenta parar homens canalizadores que cometem atrocidades em nome de Rand. 

A primeira coisa que chamou minha atenção é que, neste livro, Mat Caudron não está presente. Jordan reveza no protagonisto dos ta´veren ao longo dos volumes e, como Mat teve mais atenção na obra anterior, eu já esperara que ele não fosse aparecer tanto neste livro - o que é uma pena, pois Mat é o único personagem da saga que traz um pouco de alívio cômico no enredo. Por outro lado, temos uma grande participação de Elayne e Egwene, que seguem evoluindo seu arco de desenvolvimento, ainda que devagar. 
Elayne tenta unir, tanto quanto possível, as canalizadoras do Povo do Mar e do Círculo do Tricô, mas isso mostra-se uma tarefa ainda acima de suas capacidades. Por isso, ela se questiona se está, de fato, preparada para assumir o trono de Andor (ela não sabe que sua mãe está viva e disfarçada entre as mulheres do Círculo), conclui que não está, mas decide seguir adiante mesmo assim, com medo e insegura. Sua determinação vem do amor que sente por sua terra, e por sua confiança no poder de Rand.
Egwene, também ainda longe de ser a Amyrlin que deveria ser, precisa enfrentar a desconfiança e o desrespeito das Aes Sedai rebeldes, que não a reconhecem como uma autoridade, e o fato de sua conselheira sabotar todas as suas decisões só piora o cenário.
Nynaeve, no entanto, parece seguir o caminho oposto e, em vez de progredir, regride. Seu recém-descoberto amor por Lan a torna boba, omissa, ausente e tímida, e ela está irreconhecível neste volume. Até Faile está mais carismática do que Nynaeve, e eu não suporto a Faile. Só não estou brava porque tenho certeza que Jordan preparou um belo comeback para Nynaeve nos próximos volumes.
Mas, elas resolvem a crise do clima do livro anterior, com o poder da canalização e da Tigela, o que é legal e me deu alívio de pensar que as pessoas não estariam mais cobertas em suor e poeira o tempo todo. Os primeiros cinco capítulos deveriam ter sido o final do volume 7.

Neste volume, mais do que em qualquer outro, eu fiquei muito confusa com as dezenas de Aes Sedai que aparecem ao longo do enredo. Temos as Aes Sedai com Elayne, outras com Egwene, algumas presas com Rand, e as Aes Sedai das Torres Branca e Negra. Me perdi toda nos nomes, nas cores e nos propósitos de cada uma delas, mas uma coisa eu entendi: por causa de Rand e do provável fim do mundo, as próprias Aes Sedai estão em busca de formas de quebrar suas próprias regras e seus próprios juramentos. Se, vivendo com regras, elas já são perigosas e imprevisíveis, imagine sem. 
Porém, ver as Aes Sedai perto das outras mulheres que canalizam é um ótimo contraponto, pois realmente mostra a extensão do poder e autoridade delas, e a maneira como elas tomaram o controle da magia como se fosse delas. Também fica escancarado como o treinamento na Torre Branca faz toda a diferença, e como as Aes Sedai sabem realmente usar o poder. Disso eu gostei bastante.

Também perdi o controle dos "aliados" de Rand. Ele recebe lordes e exércitos de todas as partes, e Jordan deposita um sem-fim de nomes (de pessoas e de lugares) que eu não consegui acompanhar. Mas, no fundo, não faz muita diferença, porque o que importa mesmo é: Rand derrota os Seanchan (temporariamente), conquista as terras que precisava, distribui favores e segue adiante.

E foi neste livro que eu percebi que a luta de Rand não é contra o Tenebroso, não é contra os Seanchan, sequer é sobre os Abandonados. A luta real dele, a luta que realmente importa, é dele com ele mesmo. Sei que é um baita clichê, mas neste volume ficou claro que a única coisa que pode fazê-lo perder é a loucura. Cada vez que ele canaliza, ele está mais e mais doente, física e mentalmente, e é isso que irá, eventualmente, derrotá-lo ou não. E, quanto mais Rand definha e enlouquece, mais entretida eu fico.

Comparando com o volume anterior, este teve mais ação e mais dinamismo, e eu gostei mais da leitura dele do que do sete. Já fui avisada que, até o volume 10, o ritmo ainda é um pouco lento, mas que dos volumes 10 ao 14 podemos esperar mais movimentação. Eu já vim até aqui, já me apeguei a todos os personagens, e não é agora que vou desistir da leitura. Que venha o 9!

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

1 Comments

  1. Li alguns dos textos que você escreveu aqui no blog.
    Achei muito interessante a simplicidade e técnica que usou para escrever o texto "antes de dormir"
    Espero que não pare de postar aqui.

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