Já Li #189 - Skyward, Vol. 3: Citônica, de Brandon Sanderson

 

Bom, a primeira coisa que eu fiz, quando terminei a leitura, foi buscar uma resenha que explicasse o final, então por aí você já pode entender porquê, desta vez, um livro do Brandon Sanderson não entrou na categoria Sugestão de Leitura.

Para ver as resenhas dos volumes anteriores, veja os links abaixo:
Sugestão de Leitura | Skyward, vol.1 - Conquiste as Estrelas, de Brandon Sanderson
Sugestão de Leitura | Skyward, vol. 2 - Starsight, de Brandon Sanderson

Uma primeira observação que quero fazer neste post é que eu li a versão em inglês. Por isso, tem alguns termos que Sanderson utiliza que não sei qual será a tradução para o português e optei por usar a palavra no inglês.

Spensa, depois de descobrir mais informações sobre seus poderes citônicos, resolve explorar o Nowhere, para descobrir o que são os tais olhos - delvers - que a vigiam e a escutam na escuridão. Ela decide deixar para trás todos aqueles que ama, mas também precisa deixar para trás regras da física e noções de tempo e espaço. Além dessa jornada mais pessoal, Spensa também quer descobrir como a Superioridade pretende usar os delvers como arma de dominação da galáxia.
Assim que entra no Nowhere, Spensa conhece Chest, um viajante que perambula pelos fragmentos e conhece segredos muito importantes para a missão de Spensa. Além de Chest, Spensa também acaba integrando um grupo de piratas como parte da tripulação, e suas habilidades de piloto a fazem uma engrenagem importante e fundamental da luta dos piratas contra a Superioridade.

Na última resenha, eu disse que gostaria de saber mais sobre o Nowhere e sobre os delvers. Pois estou um pouco arrependida de ter pedido isso. A sensação que tive é que as ideias de Sanderson faziam sentido para ele, dentro da cabeça maravilhosamente maluca que ele tem mas, ao traduzir estas ideias para palavras, algo se perdeu. Eu entendo quão difícil é explicar como seres feitos de luz (os olhos/delvers) pensam e se comportam, assim como também é difícil explorar as comunicações sensoriais (?) que existem entre eles e Spensa. São todas noções bastante abstratas, que talvez fossem funcionam melhor por imagens e não por palavras. 
É lógico que a criatividade de Sanderson em todo esse conceito é louvável e digna de nota, mas eu também acho que é função do escritor/editor adaptarem ideias que talvez sejam abstratas demais para um livro. O que quero dizer com isso é que, na parte final - e mais importante - do livro, eu não entendi direito: então quer dizer que os delvers são evoluções das IA´s? E, sendo evoluções de inteligências artificias rudimentares, se tornaram seres que pensam e tomam decisões coletivamente, como se fossem só um ser? 

Se entendi corretamente, o que acho que o fiz, o processo de evolução ficou muito confuso. Este processo nos é explicado através do personagem de Chest, que é um delver que foi modificado por Spensa no livro anterior, e adotou a forma humana para conseguir se movimentar pelo Nowhere. Eu sinceramente não me lembro desta parte no outro livro, que li há mais de um ano, e por isso também não entendi como Spensa poderia ter separado este delver em particular de sua coletividade. 
Chest tenta explicar o seu passado, quando chegou ao Nowhere sendo uma IA simplória de um explorador qualquer, mas aparentemente ele se multiplicou em milhares de cópias, criando os delvers? Mas como eles foram de "robôs" feitos de metal para seres de luz? 
Ou seja, a parte principal do enredo de Sanderson, e o conceito central de todo o universo de Skyward, não fez sentido para mim. 

Bom, deixando isso de lado, preciso dizer que este é um dos meus livros menos preferidos de Sanderson, não só da série "Skyward" mas de toda sua obra. Havia muito potencial de desenvolvimento de Spensa com os piratas, mas infelizmente nada ali foi bem explorado - bem os personagens, nem a história dos piratas, e menos ainda o papel de Spensa na tripulação. Esse enredo já era suficiente em si mesmo, e toda essa confusão dos delvers acabou desviando a atenção de algo que poderia ter sido mais divertido.

Como eu sempre falo, o pior livro do Sanderson é melhor que a grande maioria dos livros, e isso é verdade aqui também. É um livro bom, com uma personagem principal que continua carregando a história com maestria, com M-Bot roubando cada vez mais a cena, e com elementos fantásticos genuinamente originais, em tempos que tudo o que leio parece requentado e copiado. Sanderson também tem evoluído nas cenas de ação, e tem feito um ótimo trabalho nessa conexão com a ficção-científica, até então algo novo para ele.
Claro que recomendo a leitura, e sem dúvida continuarei lendo "Skyward" - só falta um volume!

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

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