Já Li #153 - Simon Snow, Vol. 3: Venha o que Vier, de Rainbow Rowell

 

Cheguei ao final da trilogia Simon Snow de Rainbow Rowell, com o volume "Venha o que Vier". Neste post, falarei sobre o livro e, também, sobre a minha opinião da trilogia como um todo.

Caso você tenha perdido as resenhas dos dois outros volumes, veja os links abaixo antes de seguir adiante (cuidado com os spoilers!). 
Sugestão de Leitura | Simon Snow, Vol. 1: Sempre em Frente, de Rainbow Rowell
Neste livro, Simon se vê diante da escolha mais difícil que teve que fazer até então, que é decidir se ainda quer fazer parte do Mundo dos Magos ou se aceita sua nova realidade como normal, após perder todos os poderes na batalha do volume anterior. Além disso, ele precisa superar todos os bloqueios emocionais para conseguir se relacionar com Baz da forma como Baz merece. 
Baz se vê tragado pelos problemas de Snow, ao mesmo tempo em que descobre que sua madrasta fugiu com o novo Escolhido, enquanto Penélope decide salvar Shepard, o normal que prometeu sua alma ao demônio.

O primeiro elemento que salta aos olhos neste livro é quão romântico/erótico ele é, sobretudo quando comparamos com os volumes anteriores da trilogia. Há diversas cenas entre Baz e Snow onde ambos se exploram sexualmente, temos Penélope e Shepard ficando íntimos enquanto tentam resolver o pacto com o demônio, e também Agatha e a veterinária (que esqueci o nome. Nimah?). O leitor assíduo do Perplexidade e Silêncio sabe que eu não sou fã de romances, não tenho paciência para "melosidades", e por isso mesmo garrei ranço da história e tive muita dificuldade de terminar a leitura. Romances, assim como diálogos, cenas de ação ou qualquer outro elemento narrativo, devem servir a um propósito para o enredo - e, depois de um ou dois capítulos de Baz e Snow se pegando, não há mais propósito e se torna chato, repetitivo. 
Outra coisa que me incomodou é que acho que Rowell perdeu muito tempo descrevendo Baz e Snow na cama e desperdiçou uma oportunidade de aprofundar os elementos mágicos deste universo, de elevar algo que começou como uma fan fic de Harry Potter para algo maior. Afinal de contas, é o último volume da trilogia, e não pude evitar uma sensação de "meh" quando terminei de ler.

Isso porque ainda nem cheguei na parte dos arcos do próprio Baz e de Penélope.
Minha sensação é que nada aconteceu com Baz depois que ele se assumiu vampiro. Pensei que ele poderia virar algum tipo de líder da nova geração dos vampiros, ou transformar Snow e torná-lo o primeiro normal-Mago-vampiro do mundo, ou até mesmo transformar Snow sem querer - sei lá. Havia tantas possibilidades para Baz, ele é um personagem tão legal, mas nenhum potencial foi devidamente explorado.
Penélope começa bem, obstinada para resolver um problema insolúvel, bem definida como personagem e também coerente com sua personalidade, até se apaixonar por Shepard. Sério mesmo, Rowell? Sério mesmo que Penélope precisava de um relacionamento para tornar seu arco completo?
E Agatha. Gente. Achei ela inútil desde o começo da trilogia, para ser sincera, e aí nesse livro Rowell tentou lhe conferir alguma relevância para a narrativa. Gostei das cabras mágicas aladas protetoras, gostei também que Ebb foi honrada, e achei legal que Agatha encontrasse seu objetivo. Só não sei de onde veio esse amor dela pelos animais e essa vontade de ser veterinária, consequência do fraco desenvolvimento que ela teve nos outros volumes. Também achei super mal explorado o crush que ela teve por Baz, agora namorado do seu ex, mais uma vez potencial não explorado.

Por fim, o enredo em si. Achei a história do novo Escolhido chatíssima, que não chegou em nenhum lugar interessante. As subplots da madrasta de Baz, do pai de Penelópe, da senhorinha que perdeu o filho para o novo Escolhido - nenhuma delas me prendeu e achei que elas não contribuíram em nada. 

Ou seja, não gostei do livro e achei que foi um término super fraco para uma trilogia que, até então, estava indo bem. Fiquei decepcionada.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 2/5 

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