Sugestão de Leitura | The Sun and Her Flowers, de Rupi Kaur


Nunca fui muito fã de poesia, mas definitivamente Rupi Kaur mudou este cenário. Na sugestão de leitura deste mês, falarei sobre o lindo e inspirador "The Sun and Her Flowers", seu segundo livro.

Rupi Kaur, atualmente com 26 anos, é uma força da natureza: gentil e, ao mesmo tempo, intensa. Seus pais imigraram do Punjabi, na Índia, para o Canadá, onde ela nasceu. Sua primeira aparição pública como poeta foi aos 17 anos falando sobre menstruação num centro comunitário de saúde no Canadá. Ela fala sobre a feminilidade de um jeito direto, sensual e único, que me fizeram adorá-la logo nas primeiras linhas. Não bastasse seu talento como poetisa, ela também faz as ilustrações de seus livros, que são muito bonitas e tem uma característica muito autêntica. Além disso, ela é linda e está na minha lista de crushes. Musa.

"The Sun and Her Flowers" foi publicado em 2017. Peço desculpas àqueles que não estão familiarizados com o inglês mas eu prefiro ler poesia sem ser traduzida para o português. O livro é dividido em cinco partes, que contam sua jornada para recuperar-se de uma imensa e dolorosa desilusão amorosa: Wilting (murchando), Falling (caindo), Rooting (enraizando), Rising (nascendo) e Blooming (florescendo). É uma analogia ao processo das plantas, assim como o título do livro.

"it felt like you threw me / so far from myself / i've been trying to find my way back ever since." pág. 77

Na primeira e na segunda partes (Wilting e Falling), suas poesias são mais focadas no término de um relacionamento. Rupi explora mais a questão de se sentir esvaziada, uma vez que havia depositado a si mesma em outra pessoa, o que não é, necessariamente, amor. Suas reflexões são muito bonitas e me deixaram profundamente emocionada, uma vez que já me vi numa situação muito similar.

A terceira parte, Rooting, na minha opinião, foi a mais pesada de todas. Rupi aborda a imigração de seus pais para o Canadá, as dificuldades de sua mãe se de adaptar ao Novo Mundo, um abuso sexual que ela sofreu e o preconceito contra os imigrantes. A princípio, parece que ela está se desviando do "tema" do livro, mas logo percebemos que faz parte de seu processo de se re-encontrar com suas origens e suas dores.

"this place makes me / the kind of exhausted that has nothing to do with sleep / and everything to do with the people around me." - introvert, pág. 85

Em Rising, finalmente Rupi encontra um amor digno deste nome. É lindo e emocionante vê-la se abrindo e redescobrindo a felicidade que ela tanto merece. E o que eu achei mais legal deste livro é que "encontrar o amor" não é o ponto alto do livro. Felizmente, ela não esbarra no clichê de que a mulher precisa de um homem para ser completa. Ela vai além e, em Blooming, ela finalmente descobre sua essência.

Blooming é a parte mais linda de todas. Chorei do começo ao fim. Devorei cada palavra de cada poesia. Tive vontade de conhecê-la, de abraçá-la, de beijá-la. E, sobretudo, tive vontade de SER mais. Não sei se consigo expressar claramente como me senti, mas definitivamente é isso que uma boa poesia deve fazer: mexer com a gente. 

"upon my birth / my mother said / there is god in you / can you feel her dancing?" pág. 203

Por favor, leia esse livro, em português ou em inglês, não importa. Rupi é incrível.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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