Já Li #85 - Sangue Inocente, de James Rollins


A resenha de hoje é um livro que trata de religião de um jeito polêmico. Entre objetos sagrados, Jesus Cristo, anjos e vampiros, James Rollins traz uma mistura bastante inusitada de ficção histórica e fantasia em "Sangue Inocente".

James Rollins, antes de ser escritor, era veterinário, até que resolveu se dedicar em tempo integral às suas estórias de suspense. Além disso, um dos seus principais hobbies é espeleologia, ou seja, a exploração de cavernas, tema que, vez ou outra, aparece em seus enredos.
Na trilogia "Ordem dos Sanguíneos", ele teve a colaboração de Rebecca Cantrell. Suas obras mais conhecidas são os livros de suspense com a personagem Hannah Vogel, uma repórter de crimes e assassinatos que mora em Berlim. 

"Sangue Inocente" é o segundo volume da trilogia "Ordem dos Sanguíneos", mas isso não impede que o leitor entenda o enredo, pois James Rollins retoma, em momentos oportunos, o passado das personagens e os principais eventos. O volume anterior, "Evangelho de Sangue", foi publicado entre dois contos.

Assim, ao longo da leitura, somos apresentados aos protagonistas e aos seus backgrounds. Depois que um terremoto matou dezenas de pessoas em uma escavação arqueológica em Masada (Israel), Erin Grander (a arquéologa-chefe) descobre o Evangelho Sagrado que, supostamente, foi escrito por Cristo.
Contudo, além disso, Erin e seus colegas descobrem que existem vampiros envolvidos no Vaticano e no Cristianismo, influenciando a história por milênios.

Aqui é necessário inserir uma explicação conceitual para o entendimento do enredo: há os sanguinistas e os strigoi. Os strigoi nada mais são do que os vampiros tradicionais, que dormem em caixões/tumbas, não podem se expôr à luz do sol e se alimentam de sangue humano. Já os sanguinistas são uma versão "civilizada" dos vampiros que se alimentam de vinho abençoado, o sangue de Cristo. 

Além de Erin Granger, a estória conta com diversas personagens interessantes: Jordan, o companheiro de Erin e também arqueólogo; Rhun Korza que é um padre sanguinista que salvou a vida de Erin no livro anterior e, por isso, os dois tem um relacionamento mal resolvido; Bernard que faz parte da facção strigoi da Igreja e Elizabeth, uma strigoi que costumava ser a namorada de Korza há quatrocentos anos atrás. Juntos, eles saem em missão para encontrar o Primeiro Anjo que, supostamente, salvará o mundo do Apocalipse.

No meio do caminho, surge Judas Scariotes que não é nem strigoi e nem sanguinista mas, ainda assim, é imortal. Ele vê na missão de encontrar o Primeiro Anjo uma oportunidade de redimir a traição de Cristo.

Até 2/3 do livro, eu estava bastante interessada. Os segredos da Igreja Católica, os seres míticos e imortais, a busca pelo Primeiro Anjo, o relacionamento entre as personagens estava numa vibe "O Código da Vinci" de Dan Brown. Houve ação, suspense e fantasia nas medidas certas. Porém, o tal encontro com o Primeiro Anjo foi um anti-clímax e, dali em diante, o enredo perdeu força e ficou confuso. As cenas e os diálogos começaram a se tornar previsíveis.
Mesmo a mudança de comportamento e o arco de Elizabeth não foram suficientes para prender minha atenção. Por isso, ao final do livro, eu já tinha perdido o interesse de saber o que aconteceria no restante da trilogia.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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