Em qualquer rápida pesquisa sobre autores de Fantasia, David Eddings aparece como um grande nome do gênero. Falecido em 2009, muitas obras suas ainda são publicadas postumamente e me interessei pela trilogia Elenium. Aqui neste post, falarei sobre o primeiro volume dela, "O Trono de Diamante".
A princesa Ehlana, do reino de Elenia, acometida por uma estranha doença, está adormecida em seu trono de cristal há anos. Embora ainda esteja viva, ninguém é capaz de encontrar uma cura para sua condição. Enquanto isso, Annias manipula o príncipe regente e é quem realmente governa o reino de Elenia, sendo membro importante da Igreja e do Conselho Real. É este o cenário que Sparhawk encontra após dez anos de exílio, tempo que ficou fora em uma missão para a Ordem Pandion. Ele é o Campeão da Rainha de Ehlana e, quando se depara com a situação dela e de seu reino, resolve descobrir o que está por trás de sua misteriosa doença e quais são as reais intenções de Annias.
O livro é cheio de boas premissas, mas vou começar falando sobre o que não gostei: a estória é basicamente e predominantemente escrita em diálogos. Logo no início da leitura, pensei que seria algo passageiro e que Eddings retomaria o estilo épico fantasioso que este tipo de trilogia costuma adotar - as descrições pormenorizadas das personagens e das situações, assim como o aprofundamento das questões culturais de cada localidade onde o livro se passa e assim por diante. Mas isso não aconteceu. Página atrás de página, capítulo atrás de capítulo, a narrativa era apenas baseada em diálogos. Claro que eu vejo um certo mérito no estilo dele, pois deve ser difícil passar todos os acontecimentos e atmosferas ao leitor sem trechos narrativos e descritivos, porém, a leitura torna-se muito cansativa e, sobretudo, repetitiva.
Por conta deste estilo de narração, tive uma enorme dificuldade em me conectar com a estória. O livro tem uma série de personagens com um grande potencial de desdobramentos - Sephrenia, uma sacerdotisa poderosa; Kurik, o escudeiro de Sparhawk; Talen, um garoto ladrão e morador de rua; apenas para citar os que mais gostei - mas este potencial não é explorado. Afinal, eles aparecem apenas nos diálogos, com poucos momentos de ação, reflexão ou aprofundamento.
O mesmo ocorre com as localidades e as tramas políticas que estão envolvidas no governo do reino de Elenia. Tenho como exemplo a "Saga Mistborn" ou "Elantris", ambos do escritor Brandon Sanderson, que conseguem levar o leitor a participar de diversos pontos-de-vista políticos e históricos de uma mesma situação. Aqui, Eddings dá um panorama muito genérico sobre as alianças políticas. Além disso, os inúmeros personagens que surgem para ajudar Sparhawk a tirar Annias de Elenia não tiveram uma identidade forte para mim, tampouco uma presença marcante no enredo.
E, para completar o pacote, achei o final extremamente previsível. Lendo o prólogo do livro e seu primeiro capítulo, rapidamente se percebe o que irá acontecer.
Ou seja: me decepcionei bastante com este livro e não pretendo continuar a Trilogia. Acho que o enredo deixou muito a desejar, principalmente por ser uma estória de Fantasia com toques medievais. Esperava muito mais.
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