Ernest Hemingway foi um dos primeiros escritores renomados que li e, de cara, me apaixonei pelo seu estilo. Ele é, ao mesmo tempo, cáustico, amargo e sensível.
Vida
Ernest Hemingway era, de profissão, jornalista de guerra. Em virtude destas coberturas das guerras, ele foi se tornando cada vez mais amargo e desacreditado na Humanidade. Ele foi expatriado dos EUA devido ao apoio que deu à Cuba na Segunda Guerra Mundial e, junto com outros escritores em condições similares, viveu em Paris num grupinho chamado "Geração Perdida".
Antes de ser jornalista de guerra, Hemingway se alistou para ser motorista de ambulância da Cruz Vermelha, porque ele queria participar de uma guerra. Lá, se apaixonou por uma enfermeira italiana, mas o romance não vingou. Aliás, ele casou-se quatro vezes.
Seu pai havia cometido suicídio quando ele ainda era criança e, anos depois, sua mãe enviou pelo correio a arma com a qual o pai havia se matado. Algum tempo depois, utilizando a mesma arma, Hemingway suicidou-se aos 62 anos. Na ocasião, ele já sofria de diversos problemas de saúde e perda grave de memória (problemas acentuados pelo alcoolismo).
& Obra
Duas de suas obras são marcadas pelo tempo que morou na Espanha: "Por Quem os Sinos Dobram" e "O Sol Também se Levanta". Em todas as suas obras, há traços marcantes: personagens masculinos atormentados e com medo do fim das coisas, personagens femininas à mercê da inconstância emocional dos seus parceiros, cenas de guerra ou de caça (hobby favorito dele) e diálogos marcados pela sutileza do discurso. As personagens não falam de suas tragédias ou conflitos de forma clara e "dada" ao leitor: é preciso ler as entrelinhas dos diálogos para entender a dinâmica que existe entre as personagens.
E sua obra é genuína: todas as estórias foram tiradas de suas próprias experiências pessoais. Lindo!
E sua obra é genuína: todas as estórias foram tiradas de suas próprias experiências pessoais. Lindo!
Ele ganhou o Prêmio Pullitzer e o Prêmio Nobel de Literatura, ambos com a obra "O Velho e o Mar".
O Sol Também se Levanta
Fala da estória de quatro ex-patriados boêmios (alguns britânicos, outro norte-americanos) e sua rotina cotidiana na Espanha após a Primeira Guerra Mundial, e é narrada pelo protagonista Jacob Barnes.
O tema central é como eles lidam com o vazio que ficou, depois que eles presenciaram todos os seus valores morais serem destruídos pela guerra.
Alguns críticos de Literatura acham que, neste livro, Hemingway escreve melhor do que em todos os outros, em termos de técnica.
Eu li e gostei, pois há bastante conteúdo psicológico, e não tanto conteúdo político sobre a guerra.
Por Quem os Sinos Dobram
Fala da história de Robert Jordan, um professor que se envolve num atentado com explosivos, em virtude do seu alto conhecimento sobre o assunto. O tom deste livro é menos individual e psicológico do que o anterior, pois Hemingway aproveitou o livro para fazer uma crítica política aos Governos e à Guerra, fruto de sua experiência pessoal com tudo isso.
O livro rendeu, inclusive, um filme de 1943.
Não gostei tanto dele, por causa deste foco que o Hemingway deu à história, mas, independente disso, é bem escrito e retrata bem os horrores da época. Se você gosta deste estilo mais histórico/documentário, vai se identificar.
O Velho e o Mar
Adoro este livro, e foi com ele que me encantei com Hemingway.
O livro todo é composto de somente um cenário: um barco de pesca com um velho (chamado Santiago) lutando com um peixe de tamanho descomunal. Falando assim, parece que a narrativa é chata e entediante, mas não é, e este é o brilhantismo da obra.
Em essência, o livro fala da luta do Homem com a Natureza das coisas, a escassez de recursos, a luta pela sobrevivência, a chegada da velhice e a aproximação da morte. Santiago reflete sobre tudo isso enquanto luta com o peixe. Não é à toa que esta foi a última obra de Hemingway, já que ele mesmo lutava com estas questões.
Dele, li os três livros que menciono acima e, atualmente, estou lendo "O Jardim do Éden" e um compêndio de contos dele.
Escritora do Mês anterior: Sylvia Plath
Fala da história de Robert Jordan, um professor que se envolve num atentado com explosivos, em virtude do seu alto conhecimento sobre o assunto. O tom deste livro é menos individual e psicológico do que o anterior, pois Hemingway aproveitou o livro para fazer uma crítica política aos Governos e à Guerra, fruto de sua experiência pessoal com tudo isso.
O livro rendeu, inclusive, um filme de 1943.
Não gostei tanto dele, por causa deste foco que o Hemingway deu à história, mas, independente disso, é bem escrito e retrata bem os horrores da época. Se você gosta deste estilo mais histórico/documentário, vai se identificar.
O Velho e o Mar
Adoro este livro, e foi com ele que me encantei com Hemingway.
O livro todo é composto de somente um cenário: um barco de pesca com um velho (chamado Santiago) lutando com um peixe de tamanho descomunal. Falando assim, parece que a narrativa é chata e entediante, mas não é, e este é o brilhantismo da obra.
Em essência, o livro fala da luta do Homem com a Natureza das coisas, a escassez de recursos, a luta pela sobrevivência, a chegada da velhice e a aproximação da morte. Santiago reflete sobre tudo isso enquanto luta com o peixe. Não é à toa que esta foi a última obra de Hemingway, já que ele mesmo lutava com estas questões.
Dele, li os três livros que menciono acima e, atualmente, estou lendo "O Jardim do Éden" e um compêndio de contos dele.
Escritora do Mês anterior: Sylvia Plath
1 Comments
Oi, Ruh!
ResponderExcluirÀs vezes venho aqui e me sinto meio burra, porque você fala de autores/livros que nunca li. Geralmente, são os clássicos mesmo, gênero que só fui me aprofundar mesmo depois de entrar na faculdade... Mas, mesmo assim, sinto vontade de sair de fininho, haha. Mas, bem, falando do Hemingway. Nunca li nada dele, mas quase coloquei O Velho e o Mar na meu Desafio Clássicos. Só que eu fui procurar a respeito do livro e achei-o muuuuito chato, daí desisti da ideia. Confesso que, por mais que nunca tenha avaliado nenhuma obra dele, o admiro como escritor (o mesmo caso ocorre com o George R. R. Martin). Não sei se é porque ele é um autor dos tempos clássicos, mas sinto muita admiração, sim. Com relação aos traços narrativos dele, acho que eu iria gostar muito da escrita e das propostas dele. Amo personagens "sofrêncios" e uma das coisas que mais amo num romance é poder ler nas entrelinhas! Uma coisa que me deixa bem irritada é quando o narrador fica toda hora salientando tudo, porque isso não permite que o leitor pense por conta própria! E, por favor, sinta-se à vontade para me indicar um livro dele :)
Love, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/