Já Li #191 - Forward, Diversos Autores (coletânea de contos de ficção-científica)

 


No post de hoje, falarei sobre uma coletânea de contos de ficção-científica chamada Forward, que me pareceu muito promissora pela lista de escritores selecionados. Nela, temos contos de Blake Crouch, Veronica Roth, N. K. Jemisin, Amor Towles, Paul Tremblay e Andy Weir.

O conceito desta coletânea é imaginar como será o nosso futuro. Os autores convidados fizeram um exercício de pensar como será a sociedade em termos de tecnologia e comportamento, como se os contos fossem mini distopias.
Vou comentar um por um. 

Summer Frost, de Blake Crouch
Bom, eu tenho que ser sincera e dizer que não gosto de Blake Crouch - aqui no blog tem resenha de Matéria Escura e Recursão para quem quiser saber porquê - e, por isso, não esperava muito do conto dele MAS sou obrigada a assumir que não odiei. O conto tem uma energia parecida com o filme Ex-Machina e a protagonista é a Inteligência Artificial Max. Max é criada em um jogo e, aos poucos, sua programadora/criadora se apaixona por ela e a traz para o mundo real. É um conto que não soa original, pois já vimos muitas histórias de IA parecidas por aí, mas mesmo assim é uma leitura que entretém.

Pele de Emergência, de N. K. Jemisin
Neste conto, o grande trunfo é o ponto-de-vista inovador do narrador, algo que Jemisin já tinha feito em A Quinta Estação. A história é contada pela pessoa que está no autofalante do capacete do protagonista, ou seja, o leitor sabe o que está acontecendo através do que esta pessoa vê, e sabemos o que ela fala para o real protagonista do conto sem, contudo, saber o que o protagonista responde. Achei muito criativo, muito inovador e adorei. A história em si tem um teor político, mostrando que os extremistas de direita que habitavam a Terra se deram mal, e a Terra conseguiu ser reconstruída baseada no respeito aos direitos humanos e no socialismo. Super recomendo.

Arca, de Veronica Roth: Um conto que não chamou minha atenção, tanto que sequer fiz anotações sobre ele para comentar aqui. Fala de uma bióloga que decide permanecer na Terra após a colisão de um meteoro, para testemunhar o que vai acontecer. O conto narra os dias anteriores à colisão, mas achei que faltou o clima de suspense que um apocalipse merece.

Você chegou ao seu destino, de Amor Towles: Chatíssimo. Não terminei nem de ler este conto. Parágrafos imensos de explicações científicas chatíssimas, uma escrita que subestima a inteligência do leitor em entender ficção-científica, ritmo super lento e premissa desinteressante. Pulei sem dó.

A última conversa, de Paul Tremblay
Conto que me lembrou o episódio "Volto Já" da primeira temporada de Black Mirror, mas a originalidade vem de ter sido narrado em segunda pessoa. Até hoje, eu só tinha lido um livro com esta narração, que é justamente o livro que menciono ali acima de Jemisin. Aqui esta técnica funcionou muito bem e eu adorei cada frase e cada parágrafo. Não posso sequer contar a história dele que já seria spoiler. De longe, é o melhor conto desta coletânea.

Randomizando, de Andy Weir: Uma decepção, considerando que Weir escreveu um dos melhores livros que já li. Um conto meio bobinho sobre um casal que frauda algoritmos de cassinos em Las Vegas para ficarem ricos, com explicações tediosas sobre bits e qbits e placas mãe. Não gostei.

No geral, como coletânea, tem uma proposta interessante e acho que vale a leitura sim.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

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