Este post é apenas um pretexto para termos fotos do Fassbender e da Marion para admirarmos. Brincadeira, não é ~apenas ~ isso não: depois de assistir ao filme Macbeth: Ambição e Guerra, fiquei com vontade de debater esta obra em relação ao livro de Shakespeare, que foi escrito em 1600.
Macbeth é uma tragédia sobre um regicídio, ou seja, sobre o assassinato de um Rei. A tragédia foi escrita como uma peça de teatro e, posteriormente, transformada em livro pelas editoras. Portanto, a leitura é difícil: o inglês é arcaico, a forma da narrativa é uma mistura de poesia com peça, as frases são rebuscadas e com uma gramática peculiar. Na época em que li Macbeth, em inglês, muitos trechos ficaram confusos para mim e lembro de pedir ajuda ao meu professor de Filosofia da faculdade para entender o que tinha acontecido.
O livro (peça) começa com as Três Bruxas decidindo o destino de Macbeth e Banquo, os dois principais generais do Rei Duncan e, posteriormente, encontrando ambos para lhe contarem suas profecias: Banquo dará origem a uma linhagem de reis sem ser um e Macbeth será coroado Rei. Quando Macbeth conta a profecia para sua esposa, Lady Macbeth, ela o instiga a matar o Rei Duncan para cumprir a profecia, e Macbeth aceita, depois de hesitar bastante. Porém, depois de matar o rei, Macbeth é assombrado pelo remorso e pela culpa, ficando cada vez mais louco e déspota conforme o livro se desenrola. Ele, assim, torna-se um rei fanático e tirano, afastando até sua esposa com sua loucura e insensatez. Em paralelo, Banquo se alia à Marduff - cuja família Macbeth assassinou - para se vingarem dele, uma vez que Banquo acha que ele deveria ser o rei, por causa das profecias das Três Bruxas.
O roteiro do filme é extremamente fiel ao livro e acredito que, depois de tantas encenações e adaptações que as obras de Shakespeare já tiveram, este filme retoma a essência da tragédia e do personagem de Macbeth. O diretor do longa, Justin Kurzel, apenas subiu um tom na violência do enredo, o que eu achei bastante positivo: trouxe mais ação para a estória e ressalta mais os atos insanos de Macbeth. Justin também deu seu toque pessoal às cenas de batalha campal, deixando-as mais realistas e sangrentas, o que achei que favorece a estória também. A fotografia do filme é impressionante - e não é por causa da presença do Fassbender e da Marion. As paisagens escocesas são de tirar o fôlego e as aparições das Três Bruxas são místicas e interessantes.
Marion e Fassbender fazem seus personagens como se fossem a própria encarnação de Lady e Macbeth. Ela, vai da cobiça por ser Rainha à desolação de ver o "monstro" que criou. Ele, vai de general leal e corajoso à tirano louco. Eles atuam magistralmente e seguram a estória nas costas, sozinhos. Além disso, Justin manteve os diálogos rebuscados e em um inglês mais antigo, e ambos demonstraram total facilidade e leveza na hora de falar os diálogos longos e difíceis.
O livro ou o filme? O filme. Não sou a favor de fingirmos ser inteligentes ou cults e sair por aí dizendo "Amo Shakespeare". Eu não gosto de ler suas obras, por mais que eu entenda completamente a importância dele para a Literatura - inclusive, escrevi um textão sobre isso para a Homo Literatus. Mas é chato e arrastado ler Shakespeare e acho que o filme, sendo fiel à obra como poucos são capazes, perpetuam a obra dele pelas gerações futuras e permitem que Shakespeare alcance mais pessoas. Entre ler Macbeth e ver Macbeth, prefiro ver, sem dúvidas. O filme vale a pena.
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