Já Li #167 - A Rainha Vermelha, de Victoria Aveyard

 

Me senti atrasada nessa leitura, porque parece que o mundo literário inteiro já tinha lido Victoria Aveyard enquanto eu estava perdida nas ficções-científicas. Mas finalmente chegou a vez de eu me inteirar sobre o universo de "A Rainha Vermelha".

Publicado em 2015, o primeiro livro da saga que leva o mesmo nome, "A Rainha Vermelha" tem como protagonista Gloria Groove Mare Barrow, que vive em uma sociedade onde as pessoas são divididas pela cor de seu sangue. Ela, uma Vermelha, faz parte das camadas mais baixas da sociedade, em oposição aos Prateados, que são a elite deste mundo mágico construído por Aveyard. 
Mare, com dezessete anos, começa a enfrentar a realidade de que será alistada para o Exército, assim como todos os seus irmãos mais velhos já foram, o que é uma das muitas obrigações sociais que só os Vermelhos carregam.
Os Prateados tem superpoderes diversos por causa de seu sangue. Alguns controlam a natureza, outros controlam o fogo, alguns comandam a água, outros curam, e assim por diante. A gama de poderes dos Prateados é enorme, e Aveyard não chega a explorar todos eles no primeiro volume, apenas os mais frequentes.

Para trazer dinheiro para casa, Mare tem o hábito de roubar os Prateados, e é muito boa nisso. Seus pais relutam em aceitar o que ela traz para casa - moedas, relógios, jóias, às vezes comida - mas não podem se dar ao luxo de recusar. Sua irmã mais nova trabalha na Cidade dos Prateados com bordados, de onde ganha um dinheiro "honesto", ao contrário de Mare.

A estrutura da história não é exatamente nova: Mare descobre que tem um pouco de sangue prateado em si e que seu poder é alimentar a eletricidade ao seu redor. O problema é que ela descobre isso em meio a uma plateia de Prateados no meio da Rebelião Vermelha. Para conter a Rebelião, a atual rainha ameaça Mare, que sê vê obrigada a fingir ser uma princesa perdida para poupar sua família. Assim, ela se vê diante do inimigo, e fica dividida entre os dois lados.

Uma coisa que me incomodou em Mare foi que achei que ela não teve "sangue no olho" o suficiente - pun intended. Em um dado momento, ela decide se juntar à Rebelião, para salvar seu amigo de infância e também por acreditar que é o certo, e sua posição privilegiada de "princesa" a permite espionar. Mas quando Mare se perde em um amor dividido pelos dois irmãos príncipes (esqueci o nome deles, desculpem!) e não há nada que me deixe mais entediada num livro que romance besta. Simplesmente não tenho paciência. Não quero saber se a pele de Mare tremou quando sua mão encostou na mão do princípe número 1. Eu quero saber como ela vai matar seus inimigos! Mas enfim.
Por isso, apesar do enorme potencial de Mare, não me vinculei a ela.

A questão dos poderes também achei meio mal desenvolvida. O próprio poder de Mare pareceu tão... aleatório. E repentino. Teria feito mais sentido se Aveyard tivesse construído mais o início da história de Mare, algo como "nunca fiz parte dos Vermelhos, sou diferente deles, escondo meu poder desde que o descobri quando era criança, eu sou o inimigo, que horror" teria sido muito mais interessante de se ler. E mesmo quando Mare descobre seu poder, ela não parece tão surpresa assim - até porque ela estava preocupada com qual dos dois príncipes beijaria primeiro.

Há um pequeno plot twist, quando um dos príncipes, que inclusive entra na Rebelião Vermelha ao lado dela, a trai. Era óbvio que ela seria traída por ele, mas ali pela metade do livro ele me enganou também. Quase acreditei que ele, de fato, queria sabotar a própria família - o que teria sido lindo! - mas aí a história voltou para a previsibilidade.

No fim da leitura, fiquei com a sensação de que foi uma leitura bobinha. Não me agregou muita coisa, não é uma história que lembrarei com vividez daqui uns anos, mas também não foi a pior coisa que já li na vida. Foi tipo aquelas séries do Netflix que deixamos passando na tevê enquanto ficamos nas redes sociais, de vez em quando damos uma olhadinha na tela para ver o que está acontecendo, e é isso. 

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

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