5 recomendações não-literárias que merecem sua atenção

Sim, eu faço outras coisas além de ler. Quer dizer, não muita coisa, é verdade, mas também gosto de assistir séries e filmes. Hoje resolvi trazer minhas principais recomendações não-literárias e meu critério foi o de escolher conteúdo que tenha representatividade, que fale sobre diversidade e inclusão, e cujos personagens tenham sido muito bem construídos e desenvolvidos. Além disso, também escolhi baseada na inspiração e emoção que me despertaram.

Sex Education
2019-atual, Netflix, série
Otis Milburn é um adolescente inseguro e sensível cuja mãe, sexóloga, o ensinou a falar abertamente e sem tabus sobre sexo. Isso faz com que Otis aconselhe e se envolva em problemas sexuais de diversos amigos da escola, mas ele não sabe o que fazer quando se trata dos próprios problemas.
Recomendo essa série por dois motivos. Um deles é a diversidade e representatividade dos personagens. Por exemplo, foi a primeira vez que vi um cadeirante como galã/interesse amoroso numa série adolescente, ou o fato de que ninguém segue os padrões americanos de beleza, ou ainda a naturalidade como os assuntos relacionados a sexo são tratados (a aula de como ter sexo anal é ótima).
O segundo motivo é a emoção acolhedora que a série me desperta. Eu me sinto bem comigo mesma. Não importa quão esquisita eu seja, que pensamentos bizarros eu tenha, ou quais constrangimentos já senti, os personagens de Sex Education parecem me entender e me confortar.

Nasce uma Rainha
2020-atual, Netflix, reality show
Liderado pelas rainhas Gloria Groove e Alexia Twister, elas ajudam seis aspirantes a drag queen a encontrarem suas identidades, se conhecerem melhor e serem capazes de expressar seus sentimentos e personalidade através da arte de drag. Alexia os ajuda com os aspectos performáticos, enquanto Gloria vai atrás de um membro da família ou amigo(a) que não concorda ou entende o mundo das drag queens
Os episódios são curtinhos, super bem produzidos e vão direto ao ponto. Eu adorei todos os episódios e recomendo fortemente o episódio 3 (Carlão Sensação) e o episódio 6 (Adla Davis), ambos me emocionaram muito.

Jogo de Titãs com Dwayne "The Rock" Johnson
2019-atual, Netflix, reality show de competição
A premissa desse reality show pode desencorajar algumas pessoas a assisti-la, mas eu garanto que ele entrega mais do que as aparências fazem acreditar.
Dwayne Johnson selecionou pessoas fitness para um desafio que envolve força, agilidade, resistência e competição. Ninguém é atleta profissional e quase ninguém trabalha com fitness, o que garante o primeiro motivo da minha recomendação, ou seja, uma dose de inspiração para que tenhamos uma vida mais ativa e saudável. 
Mas o que eu mais gostei desse reality foi a escolha das pessoas participantes, sobretudo as mulheres. A seleção garantiu que houvesse uma diversidade incrível de mulheres, com histórias pessoais muito interessantes e com personalidades empoderadas que me deixaram muito orgulhosa de ser mulher. Além disso, o programa não trata as mulheres como "mais frágeis que os homens" nem nada do tipo - ao contrário, há um tom de igualdade e respeito que permeia toda a competição. Esse reality desafia muitos preconceitos e estereótipos, além de ser divertido de assistir. (E eu adoro o Dwayne Johnson, aliás.)

Away
2020-atual, Netflix, série
É óbvio que eu recomendaria uma série onde a protagonista é uma mulher, astronauta e capitã de uma missão espacial para Marte. Seria esse meu sonho? Sem dúvida, desde criança. 
Emma Green conduz uma missão para explorar Marte e descobrir se o planeta é habitável para o futuro da Humanidade. Além dos desafios da missão em si, que divide com um botânico, um médico, uma química e um engenheiro, Emma lida com o marido que ficou cadeirante após um acidente (depois que ela já estava a caminho de Marte), a adolescência da filha e os dilemas da maternidade.
Recomendo esta série por duas razões. A primeira é a representação de vários países e culturas na tripulação da missão espacial, saindo da visão americo-cêntrica e permitindo espaço para atores e atrizes de outras etnias, bem como idiomas, costumes, tradições e religiões. A segunda razão é a dualidade de Emma, ora forte e ora frágil, mesclando razão e emoção como só um mulherão da porra sabe fazer.

RuPaul's Drag Race, Temporada 9
2009-atual, Logo TV, reality show de competição
Neste reality show, drag queens competem pelo posto de rainhas, em uma série de desafios, atividades e jogos ao longo da temporada, onde uma drag queen é eliminada a cada episódio por RuPaul, talvez uma das drags mais conhecidas do mundo. 
Aqui indico especificamente a temporada 9 por causa da drag ganhadora da temporada (que não vou contar quem é para não estragar a surpresa de quem ainda vai assistir). Ela é inovadora, criativa, inspiradora, política, existencial e filosófica, e virei fã automaticamente desta pessoa tão incrível. Além disso, há muitos momentos emocionantes quando as drags compartilham suas histórias de preconceito e superação.

Você assiste a algumas destas recomendações? Tem mais alguma para mim? Deixe aí nos comentários que vou adorar saber!

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