#NossoLivro - A tendência das bibliotecas comunitárias em São Paulo


O post de hoje é dedicado a falar de uma tendência muito bacana que está aparecendo aqui em São Paulo, que são as bibliotecas comunitárias. Um jeito moderno e incrível de manter a literatura viva.

Livros custam dinheiro e nós, leitores assíduos, sabemos que, muitas vezes, as livrarias cobram muito por eles. Para quem quer manter o hábito de leitura, fica difícil. E, para piorar este cenário, as livrarias normalmente escolhem regiões com um nível sócioeconômico mais alto para abrir suas franquias, impedindo ainda mais o acesso da população à literatura.
Assim, é muito bom saber que existem diversos bairros em São Paulo que estão organizando as bibliotecas comunitárias. Nelas, os livros ficam disponíveis na rua, para qualquer pessoa que esteja passando, e você retirar quais (e quantos) livros quiser. Você também pode doar obras, no mesmo esquema. E tudo, claro, gratuito.

Uma delas fica em Pinheiros e faz parte da iniciativa #NossoLivro. Antigamente, este beco era abandonado, muito escuro e cheio de lixo, que ficava embaixo de uma escada que dá acesso à Rua Teodoro Sampaio. Aos poucos, ao redor, abriu uma galeria de arte, um espaço de cowork e um café e estes estabelecimentos se uniram para revitalizar o beco. Assim, criaram a biblioteca comunitária que ilustra a capa deste post, que conta com diversos livros levados pelos moradores da região. Eu mesma já levei cerca de dez livros (e retirei seis ou sete). Os livros estão todos em excelente estado e tem para todos os gostos literários. Há alguns metros dali, há outra biblioteca comunitária em um supermercado, esta menor e com títulos menos interessantes (para o meu gosto pessoal), mas ainda assim uma iniciativa ótima.

Em Parelheiros, os moradores do bairro criaram a biblioteca comunitária Caminhos da Leitura. Há um estudo que mostra que 82% das escolas particulares tem bibliotecas, mas nas escolas públicas o número é de apenas 32%. Com isso em mente, os moradores pediram ajuda ao Estado para organizarem uma biblioteca e a ajuda foi negada. Indignada, eles resolveram que criaram a biblioteca mesmo assim. A Caminhos da Leitura já existe há onze anos e os organizadores dizem que, a cada mês, o número de livros (e leitores) só aumenta, provando que o Estado estava muito errado nas suas opiniões sobre as pessoas da periferia.

A rede LiteraSampa surgiu em 2010, quando 7 organizações sociais, dos municípios de São Paulo, Mauá e Guarulhos se juntaram com o objetivo de promover a leitura literária. Ao longo desse período a rede cresceu, agregou bibliotecas escolares, uma biblioteca pública e outras bibliotecas comunitárias, tecendo uma rede de leitura e levando seus fios para outros pontos desta grande cidade que é São Paulo. Hoje, conta com 11 bibliotecas, sendo 8 comunitárias, duas escolares e uma pública.
Estas bibliotecas são administradas em conjunto. As organizações têm muito em comum: mantêm projetos de formação de leitores (oficinas de mediação de leitura, bate-papo com autores, concursos literários, saraus, seminários, etc.), articulam os parceiros locais e, principalmente, acreditam que a leitura literária pode transformar vidas.

Uma outra vantagem destas bibliotecas comunitárias é que, nelas, não existem as mesmas regras e restrições de uma biblioteca convencional. Nã há necessidade de fazer carteirinha, nem há prazo para devolução dos livros, e essa liberdade é muito atrativa aos leitores.
Eu adoro essas iniciativas e espero que apareçam muitas outras por aí.

Na sua cidade, você conhece alguma biblioteca comunitária? Vou adorar saber!

0 Comments