Já Li #91 - A Luz Que Perdemos, de Jill Santopolo


A resenha de hoje é um livro um pouco fora da minha praia. Trata-se de um romance melado como açúcar chamado "A Luz que Perdemos" de Jill Santopolo.

A recomendação deste livro saiu do Clube do Livro da atriz Reese Whiterspoon, chamado Hello Sunshine. O livro de Jill Santopolo foi a escolha de Fevereiro de 2018 por lá. O Hello Sunshine dá dicas muito legais de livros e recomendo segui-lo no Instagram. Além disso, Reese é uma fofa e merece sua atenção. 

Jill Santopolo ficou mais conhecida do grande público com o livro desta resenha, que já foi traduzido para mais de 35 idiomas e a colocou na lista de best-sellers do New York Times. Ela também escreve bastante literatura infantil, já que é formada neste gênero literário pela Vermont College of Fine Arts. 

A protagonista da estória, Lucy, faz faculdade com Gabe, onde se encanta com as observações do rapaz sobre Shakespeare e literatura. No fatídico dia de 11 de Setembro de 2001, quando ocorreu aquele ataque terrorista ao World Trade Center, ela e Gabe passam por momentos íntimos e apaixonados no telhado do edifício da universidade, de onde observavam a tragédia. Ali começou um romance intenso e apaixonado, daquele tipo utópico e irreal que só existe em livros e filmes. (Sim, esta é a minha primeira crítica ao livro).

Gabe é uma personagem que não me cativou, nem um pouquinho, e por isso foi difícil comprar aidéia do romance. Indisponível emocionalmente, autocentrado e muito radical nos seus conceitos sobre amor, ele deixa os Estados Unidos (e, consequentemente Lucy) para se dedicar a fotos de guerra no Iraque, sob a crença de que suas fotos iriam salvar e mudar o mundo. Aqui é a minha segunda crítica ao livro. Em plenos anos 2019, romantizar um cara babaca assim não me desce, desculpe Jill. 

Mas fica ainda pior. Lucy tenta esquecer Gabe e, aos poucos, constitui uma vida e uma família com Darren. Darren é o oposto de Gabe, ou seja, é conservador, estável e amoroso e, esbarrando em todos os clichês possíveis, Jill o escreve como entediante e monótono. Assim, apesar de casar e ter vários filhos com Darren, Lucy não deixa de pensar em Gabe e acredita que Darren a sufoca.

O que mais me deixa furiosa neste livro é a Lucy. Basta Gabe mandar um e-mail do Paquistão a cada dois anos e ela segue apaixonada por ele. E Gabe somente a procura quando está triste, machucado ou quando rompe com suas namoradas. Eu ficava tão indignada, mas tão indignada com a falta de autoestima de Lucy que cheguei a xingá-la, em voz alta, dentro do metrô, o que atraiu alguns olhares pouco amistosos para mim. Mas gente, como é possível que esta estória seja um best-seller? A protaginista feminina parece saída de um livro do século 18, carregando consigo estereótipos e clichês que já lemos e vimos milhares de vezes. 

E, quando eu achei que Jill já tinha estragado a estória o suficiente, veio a "revelação" do final, que não vou contar para não dar spoilers. Aí o romance descambou definitivamente para o piegas e para o drama e terminou muito pior do que eu esperava. 

Ou seja, não é uma leitura que eu recomendo. Definitivamente.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

3 Comments

  1. Retirado agora da minha lista de livros para ler. Affe, desperdício de um título tão lindo!

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  2. Eu acabei de ler o livro e amei, talvez por eu gostar de livros românticos. Sofri e chorei c Lucy e me vi em muitas partes do livro. Eu gostei!

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