12GLCGM | As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo, de Rachel Ignotofsky
O Desafio 12 Grandes Livros com Grandes Mulheres (12GLCGM) é uma homenagem às protagonistas femininas que deixaram sua marca no mundo literário, transformando a imagem da mulher, trazendo uma mensagem de empoderamento e força e promovendo reflexões. O Desafio surgiu desta lista com algumas adaptações. No post de hoje, teremos um livro muito especial: "As Cientistas - 50 Mulheres que Mudaram o Mundo", escrito e ilustrado por Rachel Ignotofsky.
Rachel Ignotofsky, ilustradora, sentia falta de um livro que estimulasse as meninas a seguirem pelo caminho da Ciência, um campo de estudo tradicionalmente dominado pelos homens. Movida por esta indignação, ela resolveu contar as histórias de vida de 50 cientistas, da Antiguidade até os tempos modernos, de uma forma lúdica e divertida. Cada uma das 50 cientistas foi acompanhada de uma belíssima ilustração (coloquei algumas ao longo do post), o que torna o livro um colírio para os olhos.
As histórias destas mulheres são contadas com sentimento e humor, o que torna o livro ainda mais agradável. Para este post, separei as cientistas que mais mexeram comigo.
Wang Zhenyi, astrônoma
Ela viveu entre 1768 e 1797, na época da dinastia chinesa Qing, um período em que a China expandiu seus limites geográficos e econômicos, dominando outros países asiáticos.
O pai de Wang Zhenyi era professor e, por isso, estimulava que sua filha estudasse e aprendesse o máximo possível ao longo de sua vida. Assim, ela se interessou por astronomia, matemática, geografia e medicina, o que na época causou muita polêmica, pois as mulheres não eram autorizadas pelo Imperador a estudarem. Determinada, ela não se abalou pelas limitações de sua época e publicou o artigo "A Explicação do Teorema de Pitágoras e a Trigonometria", além de várias contribuições importantes para a astronomia da época, pois ela gostava de observar o céu noturno, criar mapas estelares e fazer comparações entre os dados. Wang Zhenyi morreu jovem, aos 29 anos, e deixou todo seu trabalho para sua melhor amiga, Kuai.
Hedy Lamarr viveu de 1914 a 2000, nasceu na Suíça mas foi radicada nos Estados Unidos.
Em Berlim, quando jovem, conheceu o dramaturgo Max Reinhardt, que a considerou a mulher mais bonita que ele já tinha visto e, assim, ela começou a interpretar papéis em teatros e, posteriormente, no cinema. Depois, ela se casou com o fabricante de armas Friedrich Mandl, mas logo pediu o divórcio, pois ele era controlador e abusivo. Com isso, ela resolveu mudar de vida, pois estava cansada de ser reduzida à sua aparência física.
Durante a Segunda Guerra Mundial, ela inventou o sistema que, até os dias de hoje, serve de base para a telefonia celular. Ela criou um sofisticado aparelho de interferência em rádio que serviu para despistar os nazistas durante a Guerra. O problema é que algumas empresas roubaram sua patente, afinal, ela era uma mulher bonita e não precisava das patentes. Revoltante!
Grace Hopper viveu de 1906 a 1992 e, além de ter sido analista de sistemas, também foi Almirante da Marinha na década de 40. Ela criou uma linguagem de programação, a COBOL, que é usada até os dias atuais, e era a única mulher do comitê que desenvolveu as especificações desta linguagem. Também é atribuída a Hopper a origem do termo "bug", ou seja, o erro que acontece em um código-fonte de programação.
Curiosa desde criança, Hopper desmontava eletrodomésticos de sua mãe para descobrir seu funcionamento. Depois, se graduou em Matemática e Física, nos anos 30, e era a única mulher de sua turma. Precisou, inclusive, de autorização da universidade para entrar no campus, pois o reitor acreditava que a sua presença feminina distrairia os rapazes. Anos mais tarde, tornou-se Almirante, e continuou sendo a única mulher em seu batalhão.
Vera Rubin, astrônoma
Vera Rubin viveu de 1928 a 2016 e foi a pioneira no estudo das curvas de rotação das galáxias espirais. Ela foi a cientista responsável por provar matematicamente que a velocidade de rotação destas galáxias é maior do que a velocidade de suas estrelas, e esta prova, até os dias atuais, é o que sustenta as teorias sobre a presença da matéria-escura no Universo.
Até 1975, Vera Rubin não conseguiu fazer sua tão desejada Pós Graduação, pois as universidades não aceitavam mulheres em suas turmas. Como não conseguia a Pós Graduação, fez Mestrado, e era a única mulher na equipe que analisava as informações astrônomicas, o que a levou à descoberta mencionada acima.
Ao contrário de outras mulheres cientistas, Vera Rubin era respeitada e admirada pelos seus colegas e logo conseguiu permissão para usar o Observatório Palomar, até então restrito para acesso dos homens.
A partir dos anos 90, começou a ser reconhecida, e ganhou diversos prêmios importantes do meio científico.
Valentina é minha preferida, pois ela inspirou a protagonista do meu livro "Almagesto - Como Chegar às Estrelas".
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Ainda viva, Valentina nasceu na Rússia em 1937. Vinda de uma família muito pobre, ela só pôde começar a frequentar a escola aos oito anos e, com dezesseis, já trabalhava em uma indústria têxtil. Depois, ela saltou de pára-quedas e descobriu o prazer de voar e, com isso, fundou o Clube de Paraquedistas Amadores.
A partir desta experiência, ela resolveu de formar uma cosmonauta e, mesmo sem a formação universitária completa, ela foi a única da turma a chegar ao espaço, pois era muito persistente e inteligente. Ela aprendeu a pilotar jatos. Depois, ela se tornou membro oficial da Força Área Russa.
Estes são apenas cinco exemplos e, como gosto de Universo, naturalmente me identifico com as astrônomas. Mas as outras 45 mulheres são tão sensacionais quanto as que separei para ilustrar este post e merecem serem conhecidas e admiradas. Recomendo muito a leitura deste livro e, até agora, ele foi o mais interessante a participar do Desafio 12GLCGM.
Obrigada, Deborah Mundin, por esse maravilhoso presente de aniversário. Para quem não sabe, ela é convidada especial do blog e escreve ótimos posts, com jeitão de conversa. Coloque o nome dela na busca e divirta-se com seu conteúdo!
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