Ao longo do seriado Gilmore Girls, são mencionados 340 livros e este desafio é sobre ler todos eles. Para saber quais livros do desafio o Perplexidade e Silêncio já leu, clique aqui (alguns posts são feitos para outras sessões do blog, mas fazem parte da lista de livros da Rory).
Tolstoy foi um escritor russo que viveu no final do século XIX e morreu no início do século XX, com quase cem anos de idade. Nascido e criado na alta burguesia, suas obras tem um caráter de ficção realista, uma vez que descrevem (e criticam) os modos desta classe na época. Por volta dos 40 anos, Tolstoy entrou numa profunda crise espiritual e moral e seus livros tratam de temas religiosos, depois desta época. Ele teve treze filhos em um casamento marcado pela submissão da sua esposa que, inclusive, o ajudava a escrever seus diários sobre as experiências sexuais que tinha com outras mulheres. Sua esposa também o ajudava na carreira de escritor e foi a responsável por digitar as quase mil páginas de Anna Karenina.
O livro é dividido em oito partes e acompanha a vida de Anna Karenina, uma jovem aristocrata de alta sociedade burguesa russa. Se você não quer saber spoilers sobre o livro, cuidado, pois irei falar de todas as partes.
Na primeira parte, Anna Karenina está indo conhecer a esposa de seu irmão mas, no meio de sua viagem, a futura cunhada descobre que está sendo traída e anula o casamento. Quando Anna chega, ela encontra um clima pesado e confuso na sua família e tenta ajudar a todos que estão ao seu redor. O clima tenso piora quando ela dança com o Conde Vrosnky, que era o interesse amoroso de sua prima Kitty. Quando Anna volta para casa e para seu marido, ela percebe que se apaixonou pelo Conde.
A segunda e a terceira partes são mais focadas em Kitty e como ela ficou emocionalmente abalada com a rejeição do Conde. Achei estas partes chatíssimas e quase desisti da leitura, mas o carisma de Anna me manteve persistente.
A quarta parte, em compensação, foi uma das mais interessantes. Anna decide pedir pelo divórcio e não é preciso refletir muito para saber que ela sofrerá um baita machismo na sociedade russa do século 18. Sua integridade fica abalada e ela fica "marcada" na sociedade, como se fosse uma mulher indigna de respeito. O marido de Anna tenta uma série de manobras legais para deixar sua situação ainda pior. Neste ponto, o leitor percebe como Anna é uma personagem feminina forte, madura e equilibrada - o oposto da insuportável Kitty - e como ela luta pela igualdade de direitos das mulheres.
Na quinta parte, Anna e o Conde, finalmente, ficam juntos. Porém, quando eles se vêem diante das dificuldades do novo relacionamento, o amor entre eles começa a se apagar. Eles não podem conviver na sociedade russa, por causa da "fama" de divorciada de Anna e, ao mesmo tempo, não conseguem encontrar seus lugares da ordem das coisas. O Conde começa a demonstrar uma nova faceta de sua personalidade, mais distante, frio e indiferente. Este conflito perdura pela sexta parte.
Na sétima parte, o Conde decide que ele vai continuar participando da sociedade russa, embora isso implique que Anna ficará ainda mais sozinha e isolada. A personagem de Anna teve uma queda na sua construção pois, antes forte e decidida, torna-se tão submissa e irascível quanto Kitty. Sua falta de capacidade de reação foi cansativa, para mim. E, agora, o spoiler principal da estória: cansada de sofrer por amor, Anna se mata, jogando-se embaixo de uma carruagem.
A última parte segue como se nada tivesse acontecido na família de Anna e a narrativa é concentrada em seu cunhado, Levin.
Se o leitor for persistente o suficiente para chegar no final, irá perceber que o livro permite uma série de reflexões sobre as dinâmicas interpessoais tanto na sociedade quanto nas famílias. Anna representa como os estereótipos femininos e como os pré-conceitos são capazes de sufocar uma mulher, diminuindo-a a uma caricatura estranha de si mesma. Embora seja qualificado como uma "história de amor", acho que Anna Karenina é mais profundo que isso.
Portanto, é uma obra que merece a leitura e, mais ainda, a reflexão que gera, sem nos atermos ao romance em si, e sim, às críticas que são feitas à sociedade e como esta trata as mulheres, do ponto-de-vista emocional e psicológico.
A quarta parte, em compensação, foi uma das mais interessantes. Anna decide pedir pelo divórcio e não é preciso refletir muito para saber que ela sofrerá um baita machismo na sociedade russa do século 18. Sua integridade fica abalada e ela fica "marcada" na sociedade, como se fosse uma mulher indigna de respeito. O marido de Anna tenta uma série de manobras legais para deixar sua situação ainda pior. Neste ponto, o leitor percebe como Anna é uma personagem feminina forte, madura e equilibrada - o oposto da insuportável Kitty - e como ela luta pela igualdade de direitos das mulheres.
Na quinta parte, Anna e o Conde, finalmente, ficam juntos. Porém, quando eles se vêem diante das dificuldades do novo relacionamento, o amor entre eles começa a se apagar. Eles não podem conviver na sociedade russa, por causa da "fama" de divorciada de Anna e, ao mesmo tempo, não conseguem encontrar seus lugares da ordem das coisas. O Conde começa a demonstrar uma nova faceta de sua personalidade, mais distante, frio e indiferente. Este conflito perdura pela sexta parte.
Na sétima parte, o Conde decide que ele vai continuar participando da sociedade russa, embora isso implique que Anna ficará ainda mais sozinha e isolada. A personagem de Anna teve uma queda na sua construção pois, antes forte e decidida, torna-se tão submissa e irascível quanto Kitty. Sua falta de capacidade de reação foi cansativa, para mim. E, agora, o spoiler principal da estória: cansada de sofrer por amor, Anna se mata, jogando-se embaixo de uma carruagem.
A última parte segue como se nada tivesse acontecido na família de Anna e a narrativa é concentrada em seu cunhado, Levin.
Se o leitor for persistente o suficiente para chegar no final, irá perceber que o livro permite uma série de reflexões sobre as dinâmicas interpessoais tanto na sociedade quanto nas famílias. Anna representa como os estereótipos femininos e como os pré-conceitos são capazes de sufocar uma mulher, diminuindo-a a uma caricatura estranha de si mesma. Embora seja qualificado como uma "história de amor", acho que Anna Karenina é mais profundo que isso.
Portanto, é uma obra que merece a leitura e, mais ainda, a reflexão que gera, sem nos atermos ao romance em si, e sim, às críticas que são feitas à sociedade e como esta trata as mulheres, do ponto-de-vista emocional e psicológico.
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