Há anos estava esperando que alguma editora traduzisse e lançasse no Brasil a série "O Livro Malazano dos Caídos", do escritor de Alta Fantasia Steven Erikson. Finalmente, terminei a leitura do primeiro volume da série, "Jardins da Lua", e este post é sobre minha opinião.
A série de livros de Erikson é do gênero fantasia épica e, por isso, é muito comparada com "O Senhor dos Anéis" (embora os elementos e o universo sejam completamente distintos). O primeiro livro, "Jardins da Lua", foi publicado em 1999 e o último volume da série, "The Crippled God" saiu em 2011, totalizando doze anos na construção da série.
Toda a estória da série começou enquanto Erikson e seu amigo Ian Cameron Esslemont jogavam RPG nos anos 80. Esslemont, inclusive, publicou sua própria série de livros baseada no mesmo universo, chamada "Novels of the Malazan Empire".
O Império Malazano é uma força política que dominou o mundo através da coerção e da violência e, por isso, enfrenta diversas resistências organizadas ao seu governo. No primeiro livro, "Jardins da Lua", o Império Malazano caminha para dominar Darujhistan, uma das maiores cidades do continente de Genabackis, sob o domínio da imperatriz Lasseen.
Neste momento, o mundo está no 96º ano de dominação malazana e Erikson não faz nenhum esforço para contextualizar o leitor. As personagens, eventos históricos, datas importantes e concatenações políticas são descritas sem preâmbulos ou descrições e, por isso, a sensação que temos logo no primeiro capítulo é de que estamos sendo jogados no meio de uma guerra, às cegas.
Erikson dividiu a enorme quantidade de personagens da estória em núcleos e, a cada capítulo, cada núcleo (ou grupo de personagens) conta o seu ponto-de-vista das batalhas e estratégias a favor e contra o Império Malazano. Dentre as mais de cem personagens (!) do enredo, destaco Paran, um garoto de família nobre e privilegiada que deixa tudo para trás para tornar-se soldado, e Lorn, a conselheira da Imperatriz que, na minha opinião, foi a personagem que mais evoluiu ao longo do livro.
O lado fantástico da estória vem através de criaturas não-humanas, que são tanto aliados quanto inimigos do Império Malazano - os tiste andi, que são mensageiros da Escuridão, e os t'lan imass, que são mortos-vivos - e também pela magia poderosa de Anomander Rake. Também existe possessão de almas, transferência de corpos e bruxaria com a sacerdotisa Tattersail e seus colegas Ben Ligeiro, Tayschrenn e Hairlock. Além disso, há também menções a Labirintos, que permitem que certas personagens viagem tanto pelo mundo físico quanto pelo mundo sobrenatural.
O lado fantástico da estória vem através de criaturas não-humanas, que são tanto aliados quanto inimigos do Império Malazano - os tiste andi, que são mensageiros da Escuridão, e os t'lan imass, que são mortos-vivos - e também pela magia poderosa de Anomander Rake. Também existe possessão de almas, transferência de corpos e bruxaria com a sacerdotisa Tattersail e seus colegas Ben Ligeiro, Tayschrenn e Hairlock. Além disso, há também menções a Labirintos, que permitem que certas personagens viagem tanto pelo mundo físico quanto pelo mundo sobrenatural.
Alguns núcleos são mais militares e estrategistas, como os protagonizados por Dujek e Whiskeyjack. Dujek é responsável por proteger a cidade de Pale que está no caminho para Darujhistan e, por isso, corre o risco de ser massacrada pelo Império Malazano em sua expansão territorial. Whiskeyjack é responsável pelos Queimadores de Pontes, grupo enviado pelo Império Malazano para destruir Darujhistan de dentro, caso o plano de invasão não dê certo. No entanto, nada disso significa que eles são leais às causas que defendem.
Este número excessivo de personagens atrapalhou completamente minha leitura e foi por este motivo que o livro de Erikson não se transformou em uma "Sugestão de Leitura" aqui no blog. Achei que o escritor pecou na organização e desenvolvimento das tramas e senti uma certa ponta de arrogância em sua introdução do livro, onde ressalta que não se preocupou em explicar nada ao leitor. Há muitos excessos na estória, o que a torna cansativa e não prendeu minha atenção.
Inevitavelmente, comparei este livro à saga "A Roda do Tempo" de Robert Jordan. Esta saga também é de Alta Fantasia e conta com uma série de personagens e núcleos. Porém, Jordan foi mais amistoso com o leitor, criando uma narrativa mais coesa e fluida, e construindo personagens realmente relevantes para a estória. Não à toa, estou lendo o sexto livro da saga, e deixarei Erikson de lado.
Para quem se interessar pela série, Erikson escreveu uma trilogia que se passa depois dos eventos descritos na série, trilogia esta chamada "The Kharkanas", ainda não publicada em português.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio:
Avaliação do Perplexidade e Silêncio:
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