Este é um daqueles posts que respiro fundo e me preparo psicologicamente para escrever. Falar sobre doenças psiquiátricas e temas relacionados sempre mexe um pouco (bastante) comigo, mas é impossível não falar sobre "Garota, interrompida", que conta o caso real de Susanna Kaysen.
Este post também faz parte do Rory Gilmore Book Challenge.
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O título faz referência a um quadro do pintor Vermeer, chamado "Garota interrompida em sua música", que pode ser visto aqui. Susanna descreve não só os acontecimentos pessoais que a levaram até o hospital, mas também fatos com suas amigas na época da internação. Seu relato não tem um tom de documentário e, sim, tem uma narrativa mais emocional e subjetiva, deixando a leitura fluida e sentimental.
Susanna fala pouco de si mesma, o que é uma surpresa, tratando-se de um livro autobiográfico. E, quando ela fala, Susanna relata apenas fragmentos de sua história, explicando superficialmente os motivos que a levaram a ser internada. Na minha opinião, acho que ela escreveu desta forma porque ela mesma não entendia direito o que estava acontecendo naquela época. Há um aprofundamento maior apenas em um episódio seu de despersonalização, que me fez pensar em "A Menina Submersa" de Caitlín R. Kiernan.
O filme foi lançado em 1999, com Winona Ryder interpretando Susanna. Como no próprio livro Susanna parece ser uma personagem coadjuvante, e não a protagonista da estória, no filme esta característica permanece, pois quem rouba a cena é Angelina Jolie interpretando a colega de Susanna, Lisa Rowe. A atuação de Jolie, inclusive, lhe rendeu um Oscar.
Lisa - tanto no livro quanto no filme - é impetuosa, desbocada e muito extrovertida. Ela se destaca das outras pacientes, que normalmente são depressivas ou catatônicas, e é ela quem movimenta as coisas no hospital psiquiátrico. Ela provoca as enfermeiras e os médicos, é revoltada e causa uma série de conflitos. Susanna assiste ao comportamento de Lisa, numa mistura de admiração e medo.
Lisa - tanto no livro quanto no filme - é impetuosa, desbocada e muito extrovertida. Ela se destaca das outras pacientes, que normalmente são depressivas ou catatônicas, e é ela quem movimenta as coisas no hospital psiquiátrico. Ela provoca as enfermeiras e os médicos, é revoltada e causa uma série de conflitos. Susanna assiste ao comportamento de Lisa, numa mistura de admiração e medo.
O livro ou o filme? O livro.
Gosto muito do filme e acho que foi uma boa adaptação ao livro, mas sinto que a essência da reflexão de Susanna (e da própria Susanna) ficaram perdidas no filme. O livro tem um tom intimista e é um relato bastante subjetivo sobre a loucura. Susanna não entende direito porque a chamam de louca, sendo que ela se sente como uma pessoa normal e razoavelmente equilibrada e, a partir daí, ela coloca o leitor para pensar: por que algumas pessoas detém o direito de ditar o que é normal e o que não é? No filme, achei que a loucura ficou "estereotipada", principalmente com a atuação de Jolie e sua Lisa Rowe. Por isso, opto pelo livro, pois acho que ele aborda de um jeito mais delicado e mais poético um tema que é tão pesado e tão cheio de mal entendidos.
3 Comments
Seria uma alucinação eu estar aqui? Hahahaha. Me perdoe o desaparecimento, tá? Não tenho tido tempo de acompanhar meus blogs preferidos (quando muito administro o meu).
ResponderExcluirMas vim comentar justamente esse post, porque adoro o filme e nunca tinha visto uma resenha do livro, acredita? Além do mais, o fato de você ser ligada à psicologia me dá uma vontadezinha de sempre ficar aqui lendo suas resenhas ligadas ao tema. Nunca senti vontade de ler o livro, mas pelo caráter de memórias dele talvez fosse ler, apesar de que me irritaria com essa superficialidade da personagem ao tratar de si mesma e sua história. Sempre me perguntei o porquê do título e não sabia que era inspirado em um quadro. Adorei <333
Love, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/
Diz se estou ficando louca, ksksksks.
ResponderExcluirNão li o livro
Assisti o filme hoje e achei muito parecido com Veronica decide morrer de Paulo Coelho.
também achei
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