Tempos atrás, assisti a um filme chamado "Uma Viagem Extraordinária". Falei dele aqui em detalhes mas, resumidamente, trata da jornada de T.S. Spivet, um garoto de 10 - 12 anos que vai clandestinamente até Washington receber um prêmio científico. Detalhe: o diretor do filme é Jean-Pierre Jeunet, o mesmo diretor de "O Fabuloso Destino de Améline Poulain".
O filme entrou para minha lista de preferidos e vi que ele era baseado em um livro, "O Mundo Explicado por T. S. Spivet", de Reif Larsen. Lógico que li o livro.
O filme é focado na jornada de T.S. pelo país e suas aventuras no trem, além de sua determinação em chegar a Washington e receber seu prêmio. A personalidade de T.S. é cativante, pois ele é um garoto extremamente inteligente, que desenha mapas e esquemas de tudo o que encontra: de leitos do rio do Oeste (onde mora) à padrões de comportamento dos seus pais. Ele é um menino incrível, prodígio e é fácil se encantar por ele.
A diferença nos títulos do filme e do livro deixa claro o enfoque que Jeunet quis dar ao longa-metragem, fazendo um "road movie". Ou quase isso. Sabe aquela sensação de deliciosa alegria que temos quando "O Fabuloso Destino de Améline Poulain" termina? Aqui, ocorre o mesmo.
No livro, o foco é a maneira de T.S. de enxergar ao mundo, aos seus pais e a si mesmo. Com isso, temos muitos mais detalhes sobre seu relacionamento com os membros da família, seus pensamentos sobre ser cientista e cartógrafo, as expectativas que possui em relação sua mãe (cientista como ele) e, claro, a viagem de trem. Por todo o livro, há diversos desenhos dos mapas e esquemas que ele faz, que enriquecem a leitura e nos fazem entender melhor como ele vê o mundo. E, claro, ele se torna ainda mais apaixonante do que no filme.
Além disso, do meio para o final do livro, a estória é diferente do filme. Talvez pela opção de Jeunet de focar na viagem, ele tirou algumas subtramas muito importantes. Há também menções a eventos históricos no livro que, imagino eu, teriam causado muito alvoroço se aparecessem no filme. Ou seja, a leitura vale a pena também por este complemento do enredo.
O livro ou filme? Depois de refletir por dias, decidi: os dois! Simplesmente não consigo escolher um ou outro. Jeunet fez um excelente trabalho adaptando o filme para o cinema, sem desmanchar a essência adorável que Larsen criou, lindamente. Os dois merecem aplausos e abraços.
Se um dia um filho eu tiver, quero que ele seja como o T.S. A diferença é que cairei na estrada junto com ele, com certeza.
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1 Comments
Eu de novo aqui para tentar aplacar a vergonha de ter passado tanto tempo sem aparecer ^-^
ResponderExcluirNunca ouvi falar nem do filme nem do livro, acredita? Nossa, às vezes me sinto meio burra por chegar aqui e ficar comentando coisas assim HAHAHA.
Mas fiquei com vontade de assistir ao filme, pelo que você disse sobre o final dele ser semelhante ao de Amélie Poulain (aliás, no trabalho final de Planejamento Gráfico, eu e minha amiga fizemos uma revista sobre o filme da Amélie! Ficou a coisa mais fofa do Universo! <3).
Sugestão anotada! :) Verei assim que possível!
Ah, dificilmente acontece um empate, né? Um empate que sinto em relação livros vs. filmes é A Última Música. O livro é morno, mas o filme conseguiu captar bastante a essência da história e não sei escolher qual das duas produções gosto mais (esse é o único livro do Sparks que realmente gosto).
Love, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/