1, 2, 3, 4...
Como a maioria das coisas realmente importantes da vida, só percebemos sua relevância olhando para trás. No exato momento em que elas acontecem, muitos detalhes passam despercebidos, preocupados demais que estamos com as banalidades de todos os dias. O verdadeiro significado dos acontecimentos vem depois, como uma surpresa bonita.
67, 68, 69, 70...
Depois que você chegou, minha vida foi se readaptando, devagar, sem me assustar. O meu mundo foi passando por uma reforma, cômodo por cômodo, ganhando cor nas paredes e flores espalhadas pelos cantos. Você chegou assim, sem muito barulho nem alarde, sem que eu desse muita bola para o futuro.
123, 124, 125, 126...
E aquela cicatriz que doía e aquele machucado que pulsava, também aos poucos e devagar, foi secando e desinchando. De vez em quando, eu caía na tentação e coçava o ferimento, mas o processo de recuperação logo recomeçava.
437, 438, 439, 400...
E um dia, quando acordei, percebi que você estava espalhado por todos os lugares, dentro e fora de mim, num acesso irrestrito ao meu mundo, até então, estreito. E um dia, neste mesmo dia, eu soube que o amor tinha chegado e me enchido de presentes. Você tinha chegado e me enchido de sorrisos.
807, 808, 809, 810...
Precisávamos ter certezas e elas vieram, pelas dificuldades e nos dias cinzas. Estes dias se foram e nós permanecemos.
1003, 1004, 1005, 1006...
Hoje abro a janela e o sol brilha com força e coragem. Hoje abro a janela e lembro que me foi dada uma segunda chance de ser feliz e essa chance jamais existiria se não fosse com você. Mais do que alegria, você me deu um coração, e não tem uma forma justa de eu te agradecer por isso.
Aceita minha lágrima prateada, então. Da cor da Lua.
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