Já Li #195 - Antes que o Café Esfrie, vol. 2 - Toshikazu Kawaguchi

 


Sempre fico contente quando sei que lerei algo relacionado a viagem no tempo e, no post de hoje, falarei do segundo volume de "Antes que o Café Esfrie" de Toshikazu Kawaguchi.

A resenha do primeiro livro está aqui: Sugestão de Leitura | Antes que o Café Esfrie, de Toshikazu Kawaguchi.

Para quem não sabe a premissa das obras, conta a história de um pequeno café, escondido em uma viela, chamado Funiculi Funicula. Conta a lenda urbana de Tóquio que, neste café, é possível viajar no tempo, mas as pessoas logo desistem da ideia quando descobrem as regras desta viagem.
Assim como o volume anterior, os capítulos se alternam contando as histórias de várias pessoas, e algumas delas estão relacionadas às personagens do volume um.

Desta vez conhecemos quatro novos viajantes do tempo. Temos um homem que visita um querido amigo que morreu num acidente de carro há 22 anos e cuja filha ele criou como se fosse sua. Seu casamento iminente evoca culpa, pois ele nunca lhe contou a verdade sobre sua ascendência.
Também conhecemos um homem que não pôde comparecer ao funeral de sua mãe e viaja no tempo para vê-la novamente. O filho não teve uma vida fácil e conhecer a mãe revela-se uma experiência catártica, dando-lhe um novo sopro de vida.
Um homem com doença terminal viaja para o futuro para ver a mulher que amava e para garantir que ela leve uma vida feliz e não permitir que sua morte a impeça de encontrar a felicidade.
O último viajante do tempo é um policial próximo da aposentadoria que conhece sua falecida esposa no aniversário dela – um dia que ele perdeu por causa do trabalho – para lhe dar um presente.
Acho que o grande tema do livro é fazer com que o leitor se pergunte se valeria a pena voltar ao passado para encontrar alguém que já morreu, mesmo sabendo que você não poderá impedir a perda desta pessoa. 

O ponto negativo é que, se você leu o primeiro volume, este se torna um pouco repetitivo, já que Kawaguchi (re)explica as regras da viagem do tempo em cada conto. Eu até cheguei a pular estas partes, porque realmente fica cansativo. 
Outra coisa que me incomoda no estilo de Kawaguchi é que ele também explana demais os sentimentos, pensamentos e intenções de cada personagem. Por exemplo, se um personagem ficou incomodado com algo, nós, leitores, entenderemos isso através de sua linguagem corporal ou de seu tom de voz, mas Kawaguchi não gosta de deixar nada subentendido. Eu acho que ele peca pelo excesso, e que às vezes a leitura fica meio "boba".

O que mais gostei deste volume é que, finalmente, descobrimos quem é a fantasma que fica sentada na cadeira que viaja no tempo, que foi um mistério que percorreu todo o primeiro livro. 
Outra coisa que também adorei foi o fato de, pela primeira vez, temos uma viagem para o futuro. Achei a ideia bem interessante e também gostei como Kawaguchi imaginou o personagem para este conto.
Por fim, fiquei satisfeita em saber mais sobre a história de Kazu, e também pela nova personagem Miki. Espero que estas duas personagens sejam mais exploradas no terceiro volume.

É uma leitura que eu recomendo.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 3/5

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