Três histórias reais de mulheres e sua saúde mental

 


Hoje foi um daqueles dias que não acordei bem. Quem luta para manter a saúde mental sabe como, às vezes, é difícil existir nesse mundo tão complicado. Como sempre, busquei refúgio na literatura e me lembrei de algumas mulheres reais que personificam bem essa batalha interna. Separei aqui algumas das histórias mais impactantes.

Antes disso, veja os outros posts relacionados ao tema aqui no blog:
Todos os meses devem ser Amarelos (com recomendação de +3 livros)

[Biográfico] Sybil, de Flora Rheta Schreiber
Sybil, escrito em 1973, documentou o caso real da paciente Shirley Ardell Mason, na época ainda viva e que, por isso, ganhou o pseudônimo que dá nome ao livro. Sybil procurou psicoterapia pois sofria de lapsos de memória, bem como de crises de ansiedade. Ao longo de seu tratamento com a psicanalista Connelly Wilbur, descobriu-se que Sybil, na realidade, sofria de múltiplas personalidades e estava dividida em 16 partes. O desafio da Dra. Wilbur foi de descobrir suas 16 personalidades e integrá-las, para que Sybil pudesse voltar a ter uma vida funcional.
Embora seja um relato científico, o livro em si não é chato nem difícil de entender. Acho que isso se deve ao fato de que a Dra. Wilbur se envolveu com o caso em um nível mais pessoal e emocional, pois ela realmente se importava com Sybil e queria ajudá-la. Eu, que sou psicóloga de formação, gostei muito da leitura e lembro que, na época em que o li, ficava muito tempo pensando no sofrimento de Sybil e em sua vida fragmentada.
Para ver a resenha completa, clique aqui. Este livro fez parte do Rory Gilmore Book Challenge.

[Biográfico] Garota Interrompida, de Susanna Kaysen
Publicado em 1993, "Garota, interrompida" são as memórias de Susanna Kaysen do período de dois anos que ela ficou internada em um hospital psiquiátrico, o McLean Hospital, na década de 60. Na época com 18 anos de idade, Susanna foi diagnosticada com transtorno de personalidade limítrofe.
Susanna descreve não só os acontecimentos pessoais que a levaram até o hospital, mas também fatos com suas amigas na época da internação. O curios é que ela fala pouco de si mesma e, quando o faz, revela apenas pedacinhos da sua história, sem permitir que o leitor entre muito a fundo no que aconteceu com ela.
Eu gostei muito do livro exatamente por isso, porque acho que Susanna escreveu sua história exatamente como a via aos 18 anos, sem entender muito bem o que estava acontecendo e nem a gravidade das coisas.
Aqui no blog, você pode conferir O livro ou o filme? com essa obra.

[Baseado em história real] O Papel de Parede Amarelo, de Charlotte Perkins Gilman
"Papel de Parede Amarelo" é um conto escrito em 1982. É narrado em primeira pessoa como se fossem entradas em um diário, escritas por uma mulher cujo marido médico aluga uma casa de campo para ela descansar. Conforme lemos as entradas, percebemos que a mulher acabou de parir um bebê e está profundamente deprimida. Como seu marido não permite que ela trabalhe nem que ela veja outras pessoas, tudo o que resta para esta mulher é passar os dias e as noites observando o papel de parede amarelo do quarto. Dia após dia, a mulher começa a alucinar e, em um dado momento, ela acredita que existe uma mulher presa no papel de parede e, no ápice da alucinação, começa a arrancar o papel e, por fim, acredita que ela é a própria mulher do papel de parede.
Este conto é cheio de simbolismos e, para entendê-lo melhor, recomendo que você leia a resenha completa disponível aqui.

Você conhece mais alguma história real, publicada em livro, que deveria estar nesta lista? Se sim, deixe aí nos comentários para eu conferir depois.

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