Rory Gilmore Book Challenge | O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë


Uma das melhores coisas da série Gilmore Girls era a filha de Lorelai Gilmore, também conhecida como Rory. Inteligente, estudiosa, sem paciência para relacionamentos amorosos adolescentes e criada pela mãe solteira, Rory é uma daquelas personagens femininas que nos inspiram até os dias atuais. Ao longo da série, ela menciona 340 livros e este desafio é sobre ler todos eles. Para saber quais livros do desafio o Perplexidade e Silêncio já leu, clique aqui (alguns posts são feitos para outras sessões do blog, mas fazem parte da lista de livros da Rory).

O post de hoje é sobre "O Morro dos Ventos Uivantes", de Emily Brontë.

Emily viveu no século XIX e morreu com apenas 30 anos. "O Morro dos Ventos Uivantes" foi seu único romance e, além dele, também escreveu poesias. Na época, ela escrevia sob o pseudônimo de Ellis Bell. Emily tinha uma natureza introvertida e solitária e, aparentemente, sua única amiga era a irmã Anne, com quem criou um mundo de fantasia chamado Gondal.

Uma curiosidade sobre este livro é que ele foi finalizado por Charlotte Brontë, irmã de Emily e famosa pela sua obra "Jane Eyre".

Os três primeiros capítulos de "O Morro dos Ventos Uivantes" são dedicados a contextualizar a premissa da estória. Lockwood, um jovem inglês, vai visitar seu senhorio, Heathcliff, que mora em uma fazenda afastada e rodeada pela neblina e pelas montanhas. Depois, nos treze capítulos seguintes, Lockwood ouve a estória da infância de Heathcliff através de Nelly Dean, a governanta da casa.

Assim, o leitor fica sabendo que Heathcliff foi adotado, criança, por uma família rica (Sr. Earnshaw e seus dois filhos, Hindley e Catherine). Heathcliff foi encontrado nas ruas, sujo e à beira da morte. Porém, Hindley se ressente da adoção feita pelo pai, ficando com ciúme da atenção que era dispensada a Heathcliff, além do fato de sua irmã, Catherine, ter se aproximado do irmão adotivo e se afastado dele. Com isso, quando o Sr. Earnshaw morre e Hindley assume a propriedade, ele decide se vingar de Heathcliff, fazendo-o virar um servo da família na propridade.

Neste meio tempo, Catherine estava fora, na casa dos Lintons, e volta uma garota transformada em uma mulher da alta sociedade. Quando ela vê Heathcliff como um servo, ela o despreza e o humilha. Assim, Heathcliff fica duplamente furioso, com Hindley e com Catherine, e sua personalidade começa a mudar drasticamente.

Nesta primeira parte do livro, o leitor facilmente se identifica com Heathcliff, que é mostrado como uma pessoa vítima das circunstâncias e da crueldade da classe rica vitoriana, assim como Catherine é retratada como fútil, volátil e causadora dos sofrimentos de Heathcliff.. Emily Brontë, aparentemente, tentou construir uma crítica à esta sociedade, mas não existem confirmações desta sua intenção.

Os próximos treze capítulos avançam vinte anos no tempo destes acontecimentos a Heathcliff, e o mostram já adulto e maduro. A narrativa se concentra em mostrar como estão os membros da família e quais foram os principais acontecimenos dos últimos anos. Heathcliff passa a ficar atormentado pelo romance entre Cathy e Linton, filhos de Catherine e Heathcliff respectivamente, que são como um espelho do relacionamento frustrado que ele mesmo teve com Catherine.

Lockwood, então, retorna a ser o foco da narrativa nos dois capítulos finais, quando presencia o estado atual e final de Heathcliff, mostrando ao leitor o fechamento de toda a estória.

Particularmente, achei os capítulos finais menos atrativos que os iniciais. Fiquei bastante entretida para saber a história de vida de Heathcliff, pois, desde o princípio, ele é descrito como uma pessoa isolada, triste e à beira da loucura. Assim, me identifiquei com a curiosidade de Lockwood e seu interesse em ouvir Nelly. Porém, achei os capítulos que narram a segunda geração (Cathy e Linton) maçantes e, em alguns trechos, desnecessários. Ao chegar nos capítulos finais, meu interesse foi renovado por saber qual era o estado atual de Heathcliff.

Assim, a minha leitura teve altos e baixos, mas foi um livro clássico que gostei de ter lido.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio:


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