Já Li #33 - O Ciclo de Avalon, parte 4: A Senhora de Avalon, de Marion Zimmer Bradley
A quadrilogia "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, é sua obra mais famosa. O que muitos não sabem, no entanto, é que esta série é a parte final de uma obra maior, chamada "O Ciclo de Avalon". Este Ciclo é composto por onze livros e a quadrilogia das "Brumas" é a parte final dele. Aqui no blog, estou lendo os outros sete livros do Ciclo e agora falarei da 4ª parte, "A Senhora de Avalon".
Parte 1 - A Queda de Atlântida (Duologia: A Teia de Luz e A Teia das Trevas)
Parte 2 - Os Corvos de Avalon
Parte 3 - A Casa da Floresta
Em "A Senhora de Avalon", a estória é contada através de diversas gerações, abrangendo um período de tempo bastante longo entre o início e o fim do livro. Pela primeira vez no Ciclo de Avalon, o foco da narrativa deixa de ser nas mulheres sacerdotisas e passa a ser de Gawen. O livro anterior, "A Casa da Floresta", termina com o seu nascimento. Gawen é filho de um romano com uma sacerdotisa pagã e, para não ser morto pelo próprio avô bretão, ele é levado para a Ilha de Vidro (que faz parte de Avalon) e dizem para ele que sua mãe é Caillean, também para poupar a vida de sua mãe biológica. Já adolescente, Gawen descobre suas verdadeiras origens e o que realmente aconteceu com seus pais biológicos (não posso contar senão será spoiler de como termina o livro anterior).
Caillean, então Grande Sacerdotisa da Ilha de Vidro, permite que a educação de Gawen seja compartilhada com Padre José. O Padre, romano de nascença, não é completamente avesso à religião pagã, como a maioria dos padres, e Caillean percebe que será bastante produtivo para Gawen que ele tenha uma formação nas duas religiões, afinal, ele é metade romano e metade bretão. Porém, Padre José morre e é substituído pelo Padre Paulo, radical em seu posicionamento contra os pagãos e violento em seus meios de exterminar a religião bretã.
Ao mesmo tempo, duas visões importantíssimas aparecem para Gawen: a Rainha das Fadas (que posteriormente será Morgana) e Merlin. Ambos profetizam que Gawen será um Rei.

Ficou fácil perceber que Gawen é o ancestral primeiro do Rei Arthur. Portanto, nesta parte do Ciclo, somos apresentados à primeira encarnação de Arthur, bem como às origens de sua espada Excalibur. É um momento emocionante da leitura, pois percebemos as relações com a estória que já estamos familiarizados. Além disso, o leitor também é apresentado, enfim, às origens da própria Avalon e suas brumas. A Rainha das Fadas invoca os poderes de Atlântida - Parte 1 do Ciclo - para obter as brumas que irão esconder a Ilha dos romanos e dos padres.
"- A tua ilha está situada entre o mundo dos homens e o das Fadas. Se agora alguém procurar Avalon, será apenas a ilha sagrada dos nazarenos que irá encontrar, a menos que tenha aprendido as antigas magias. Podes ensinar as palavras mágicas a algumas pessoas do povo dos pântanos, se o merecerem; caso contrário, o caminho só pode ser transposto pelas tuas Iniciadas - rematou a Rainha das Fadas. Caillean acenou com a cabeça." (A Senhora de Avalon, Marion Zimmer Bradley).
O livro é dividido em três partes e cada uma delas tem uma Senhora de Avalon diferente: Caillean, Dierna e Ana, a mãe de Viviane.
Embora este livro seja, na minha opinião, o que apresenta as descobertas mais fascinantes para quem gosta da estória do Rei Arthur e das Brumas de Avalon, ironicamente foi o volume mais maçante de todo o Ciclo até agora. Marion, normalmente inspirada e dotada de um ritmo maravilhoso ao escrever, aqui apresenta um ritmo lento e sem emoção. Por exemplo: na terceira e última parte do livro, somos apresentados à juventude de Viviane, talvez uma das personagens mais importantes de "Brumas". Porém, o caminho para chegar até a terceira parte é tão moroso que, quando finalmente ela aparece na estória, já perdemos a emoção. Muito desse desânimo se deve à extensa segunda parte do livro, dedicada quase exclusivamente à política e estratégias de guerra, deixando de lado a magia e o encantamento do restante da estória.
Por isso, acabei me decepcionando com a leitura. Exatamente por se tratar de um volume cheio de descobertas, personagens importantes e informações relevantes, esperava uma escrita mais magnética e fantástica. Quase desisti da leitura diversas vezes e só persisti pela expectativa de que o ritmo fosse melhorar, o que acabou não acontecendo. Infelizmente, não recomendo a leitura deste livro, a não ser para os fãs de "Brumas" que realmente tem o anseio de descobrir todos os detalhes da estória.
Avaliação do Perplexidade e Silêncio:

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